30.1.19

Memorabilia: Audion scrapbook (feat.) Asmus Tietchens





Quem quiser imagem com maior resolução, para se conseguir ler bem, peça por email, por favor.


4 from
   ASMUS
      TIETCHENS

Musik Aus Der Grauzone (Auricle AMC 024) CAS.
Musik An Der Grenze (Auricle AMC 025) CAS.
Geboren, Um Zu Dienen (Discos E.G. EG.003) LP.
Zwingburgen Des Hedonismus (Multimood MRC 003) MLP.

Asmus Tietchens deve ser um dos mais inovadores e interessantes compositores/músicos na área da música electrónica experimental e tudo à volta. Se quisermos ter pontos de referência então eu acho que Conrad Schnitzler terá de ser mencionado, assim como, suponho, Peter Frohmader e Boyd Rice. Contudo, estas referências não devem ser tomadas literalmente pois a música de Asmus tem realmente um carácter que é muito só seu. Passagens de post-industrialismo alternam com atmosferas suaves e peças de um abstraccionismo gelado, apesar de trabalhos mais rítmicos e até melódicos (de um certo tipo) ocorram aqui e acolá.
As suas publicações têm sido muito prolíficas (cerca de quinze álbuns até à presente data), mas ainda assim a sua música é relativamente pouco conhecida. Esta obscuridade pode ser possivelmente devida aos seus álbuns serem editados principalmente em pequenas editora independentes, apesar de eu ter a certeza que a maioria de vocês conhecem os seus trabalhos editados na Sky e na Egg. Tlvez seja apenas porque as pessoas sejam um pouco hesitantes e dar-lhe um pouquinho da sua atenção e audição? Há toda uma riqueza de música interessante e intrigante à espera daqueles que têm ainda não lhe prestam a devida a atenção e podem fazê-lo através de algum dos álbuns que analisamos neste artigo.
Os quatro novos álbuns (bem, dois são reedições) listados acima foram todos editados nos dois últimos meses e assim podemos concluir que no presente a sua música está numa onda mais meditativa e sombria. A música contida nestes álbuns está entre a mais interessante que Asmus alguma vez fez e cada um dos discos tem muito em que nos podemos basear para os recomendar vivamente.
As duas reedições da Auricle são bem-vindas, é bom ver de novo acessíveis estes discos há muito esgotados. Ambos pareceram originalmente sob  a bandeira da YHR, a etiqueta de Neumusik de David Elliot e reaparecer agora nas suas capas originais.
MUSIC AUS DER GRAUZONE (originalmente editada como YHR 019 em 1981) tem oito faixas de peças meditativas sendo ambientais obscuros. Muitas não ficariam deslocadas se utilizadas num qualquer filme surrealista. De facto, as paisagens frias, holocáusticas e desvastadas invocam-nos frequentemente na nossa mente as cenas desérticas de "Eraserhead". Uma ou duas são mais abstractas no seu carácter apeasr de na sua globalidade a aura sinistra seja mantida ao longo de todo o álbum. Não vou destacar qualquer faixa em particular porque todas são extremamente boas. A real "Música Post-Atómica"? Um álbum altamente recomendado.
MUSIK AN DER GRENZE (originalmente editado como YHR 024 em 1983) possui inclinações mais rítmicas e ligeiramente mais acessível que MUSIK AUS DER GRAUZONE. Tem duas longas faixas de cada lado. KONSTRUCT 2 é muito ao estilo de Schnitzler, rígido e clínico e apesar disso contendo um tudo nada de ar desenvolto. ELEKTRAUMA é muito rítmico e densamente estruturado com uma base de sequenciador (?) insistente utilizado com grandes resultados. O lado 2 ostenta o maravilhoso "Austria est in orbis ultimo" (Austria será o último lugar na Terra - predito por Nostradamus) aqui disfarçado sob o igualmente "pitoresco" título de KULMUSIK FUR EIN ALTES LANDLE. Esta é uma peça magnificamente hipnótica com a predição eternamente entoada numa voz que carrega a desgraça em si contra um fundo de uma música do tipo órgão de funeral quase sem som, bateria abafada, percussão de um tilintar esparso, efeitos corais etéreos e uivos. Material de arrepiar a espinha que não pode deixar de ter um efeito permanente em qualquer ouvinte. Ele tem uma devastadora e compulsiva beleza estranha associada. Este excelente álbum é rodeado com beleza pelo som de certo modo espacial da peça TITANIC que é o mais próximo do tipo de música cósmica que eu jamais ouvi Asmus produzir. Reminescente, por vezes, dos primeiros Tangerine Dream, a música por vezes flutua gentilmente e doutras atinge uma alta velocidade no seu voo através do Cosmos.
Saltamos três anos (é 1986 para aqueles que não estão a contar!) para chegarmos a GEBOREN, UM ZU DIENEN, editada pela etiqueta espanhola Discos Esplendor Geométrico. Este é um álbum de música totalmente descomprometida que exige muito do ouvinte. É composto por nove faixas que vão do 1/2 minuto aos 9 1/2 minutos. A música é dura, poderosa, alta, implacável e percorrendo uma mistura de baterias, percussão, cortes, electrónica, colagens e toda uma infinidade de sons de origem inindentificável. ZU VIELE DICKE KINDER (7'30") aparece de embate nos altifalantes transportando imagens de uma locomotiva benzida pelo inferno, troando através da noite. LANGER ANLAUF (6'17") soa como um concerto para (por?) trabalhadores de uma fundição, uma mistura densa de percussão metálica e electrónica trovejante. GLIM (6'48") é esta palavra repetida à exaustão numa voz muito assustadora contra um fundo de sons de sintetizador demoníacos e chilreados electrónico malevolentes (uma outra versão desta faixa aparece como SYSIPHOS GLIIM em MUSIK AUS DER GRAUZONE - ED.). ZWEITES MASCHINENTRAINING (9'32") é uma peça com um ritmo pesado com um motivo de bateria latejante do tipo ferro a vapor, sintetizadores a produzirem um estranho gorgolejo e electrónica dissonante. O estilo das outras faixas mais pequenas está algures entre o daquelas quatro faixas mais longas mencionadas e a impressão geral dada pelo álbum é uma das duas entre a beleza e a fealdade das máquinas e do industrialismo, dependendo do ponto de vista de cada um. A pequena faixa final DEUTSCHES KINDERLIED com o seu humor malicioso é uma pérola de sagacidade sardónica. Para ser honesto, eu não gostei deste álbum quando o ouvi pela primeira vez, mas ele acabou por vencer-me. A pequena fotografia na capa também é muito bonita.
O mini LP ZWINGBURGEN DES HEDONISMUS foi editado este ano numa edição limitada a 500 cópias e mostra-nos mais uma nova faceta da música de Asmus. Consiste apenas no tema-título, de 21 minutos e é quase música clássica moderna na forma e na estrutura. O piano é o instrumento omnipresente, com coros, e alguns efeitos "orquestrais". A peça consiste essencialmente em pequenas mudanças de motivos repetidos (quase variações) e possui uma riqueza surpreendente de coloração e tonalidade dada a natureza simplista a instrumentação e do material usado. A atmosfera geral é sombria com uns pequenos nacos de dificuldade e tensão aqui e ali. Faz-me lembrar muitas vezes Bartok mas isso será, com certeza, apenas o meu sentimento pessoal. Há também um piscar de olho na direcção de Robert Haigh / Sema. Esta é uma peça altamente prazenteira, não tendo eu a certeza se tal como a conexão com o hedonismo é de per si, mas é certamente muito agradável de ouvir.!
(MUSIK AUS DER GRAUZONE, MUSIK AN DER GRENZE e ZWINGBURGEN DES HEDONISMUS  estão disponíveis a patir da Audion; GEBOREN, UM ZU DEINEN está disponível a partir dos Discos Esplendor Geométrico - ED.)

Audio #5, July 1987  -  from PAGE 13 & 14                       AUDION SCRAPBOOK Page 11



















14.1.19

Memorabilia: Audion #40 (feat.) Igor Wakhevitch







Igor Wakhevitch
"então..." inovação!

Alan abre uma pequena e curiosa caixa vermelha e mergulha nela...
Um talento inclassificável, Igor Wakhevitch será um nome novo para a maioria dos leitores da Audion, apesar de ser muito celebrado por aqueles que conhecem as músicas que desafiam categorizações o betwixt rock e o avantgarde. Igor poderá ser visto como o equivalente francês de alguém como Ralph Lundsten, ou um explorador como Battiato, um pioneiro que proliferou nos anos 70 com uma série de álbuns altamente originais e inusitados.

As raízes de Igor são obscuras, apesar de o seu nome indicar que ele é obviamente de ancestralidade Russa, e aparentemente o seu pai foi um célebre cenógrafo teatral. Foi obviamente no meio do teatro que Igor viu novas potencialidades para a música. Ele era uma espécie de génio como jovem músico. Com a idade de 17 anos já tinha ganho o primeiro prémio para piano no Superior Conservatoire de Paris. Mas, não contente por se manter no mundo da clássica, ele saiu desse meio. As suas qualificações académicas serviram-lhe bem. Em 1968 trabalhou no Groupe Recherchés Musicales (então dirigido por Pierre Schaeffer) onde teve acesso a alguns dos mais sofisticados equipamentos de estúdio do mundo. Aí aprendeu a sua arte como designer de som, como mestre de truques de estúdio e técnicas de música concreta. O perfeito ambiente para os seus inúmeros talentos musicais, e como forma de jogar com as possibilidades do som e outras formas musicais. Este ambiente fértil, em estúdios que eram regularmente visitados e/ou utilizados por músicos como Pierre Henry, François Bayle, Bernard Parmegiani, etc., foi a mola ideal para a criação de uma nova forma de música.
Pierre Henry era já célebre pelos seus trabalhos combinando o rock  a electrónica na primeira parte dos anos 60, e particularmente a sua música para os ballets avantgarde de Maurice Bejart. Igor viu isto como a sua obra, ficando fascinado pelas novas formas de rock psicadélico que estavam a fazer autênticas ondas de choque em França. Com o pseudónimo "Ballet For The 21st Century" ele trabalhou com Bejart numa tentativa de tornar esta cultura pop underground em bela arte. A inspiração veio dos Soft Machine e dos Pink Floyd, e de facto Igor trabalhou duma forma extensa com Robert Wyatt e os Soft Machine durante um período.
Nesta altura, Igor també trabalhou com terry Riley aprendendo truques especiais acerca de tape delays e técnicas de looping. Toda esta experiência formou uma mistura que se tornou numa música única, com um foco que se baseava em instrumentos de processamento, usualmente num quadro melódico, misturando rock e diversas formas clássicas, juntando diferentes e improváveis músicas, frequentemente das formas mais esquisitas e perplexizantes. Igor, assim, estabeleceu-se nos Pathé Marconi Studios e também produziu trabalhos para outros estúdios e etiquetas/editoras, e em resultado disso entrou em contacto com a emergente cena rock francesa. As sementes estavam lançadas para uma forma de música nova, radical e única.



LOGOS
Com um tal background, e um conceito baseado na lenda grega, LOGOS «Rituel Sonore» revelou-se uma criação revolucionária para uma edição de 1970. Mesmo que se conhecessem os trabalhos como The Green Queen de Pierre Henry, que era esquisitamente um compromisso entre o rock e o avantgarde, músicas fundidas em conjunto, ficar-se-ia ainda assim surpreendido por este trabalho de Wakhevich. Ele apresenta aqui uma cantora soprano, texturas orquestrais estranhas e misturas de percussões (baterias, címablos, gongs, etc.) tudo misturado com efeitos vários e processamento. à medida que a ominosa percussão decai com rolamentos de bateria e tensão ritualística, o sentimento é uma antecipação do que estava para vir. Aqui nós passamos por fases de efeitos rotativos, reverberação e atmosfera vívidas. A tensão torna-se superpoderosa, e apesar disso nós acompanhamos com prazer. Aqui tenmos a chave do som de Igor, numa tensão que se torna superinspiradora.
O climax de todao o opus vem com Danse Sacrale, um instrumental psicadélico extraordinário, tocado pelos Triangle (uma das primeiras bandas psicadélicas francesas) que tem de ser ouvida para se acreditar. Uma grande banda nos seus inícios, isto prova que os Triangle não eram apenas imitadores Pink Floyd versão Traffic. Tudo isto forma uma única obra de fusão de psicadelismo e avantgarde a uma experiência impressionante

DOCTEUR FAUST
Este é o mais obscuro álbum do lote. Nunca chamei a atenção para ele antes deste artigo, e de facto não conheço ninguém que tenha o original. Adequadamente em sintonia com o título, é um dos mais estranhos. Docteur Faust foi criado para um festival em Avignon, e foi posteriormente coreografado. Apesar disso a mente espanta-se como é que alguém consegue dançar isto. "Cheio de fúria e energia" para citar um crítico presente no festival de Avignon, e certamente o é!
Por um lado este trabalho é mais balanceado e entrosado de músicas clássica e dramática, mas apesar disso não deixa de ser muito mais radical. Há uma quantidade de colagens sonoras, música concreta densa e músicas bizarras que colidem e se fragmentam contra estrutura rock. Há também momentos de pura clássica avantgarde movendo-se em peças para ensemble numa espécie de Henze encontra-se com Ligeti ou Xenakis. A utilização de electrónica é também muito vívida. Não há regras nem fronteiras no que toca às composições de Wakhevitch! Os elementos rock regressam através deste álbum e, apesar de  não creditado, eu adivinharia que, de novo, membros dos Triangle tocam nesta obra. A guitarra relembra Alain Renaud, e a percussão é muito distintiva, formando-se ainda um fundo sonoro com órgão tratado. Apesar de ser um álbum de curta duração, ele é tão cativante e esquisito que seria demais se fosse mais longe do que vai.



HATHOR
Datado de 1973, pouco tempo depois de ter trabalhado com Terry Riley na sua banda sonora Happy Ending, há uma notória grande evolução em Hathor "Liturgie du Souffle Pour La Réssurrection des Morts", com uma muito maior utilização dos teclados, sintetizadores e técnicas de loop. Mas hathor não é um mero álbum de sintetizadores, muito longe disso, mas é a mais poderosa opus de Igor, uma valente exploração musical do mito Egípcio. Fazendo uso do Coro da Paris Opera (nem menos), ao lado de vocalizações estranhamente processadas, a sua habitual electrónica ao longo de toda a parede e ainda tudo isto conduzido por bateria/sequenciador, o que faz desta uma obra sem precedentes em qualquer forma de música até à data da sua edição. É outra viagem sónica costa a costa, na quual experimentamos uma ominosa voz berradora do tipo Divina, uma voz que marca algo de visionário.
Tal como nos seus álbuns precedentes, Hathor contém um determinado número de faixas separadas mas em sequência umas com as outras, o que perfaz aquilo que sentimos como um trabalho único e coeso. Aqui, temos a surgir a electrónicas e percussões a conduzir, um clímax faíscado por trovões e raios, uma riqueza de vozes esquisitas contorcidas, e muito mais. Aqui a tensão abre caminho a um resultado poderoso e intenso, resultando numa espécie de Vangelis negro - no fio da navalha! Com um estranho número coral gótico e outra peça de rock electrónico esta obra realmente voa a seguir Hathor! Apenas a última faixa/coda oferece algum alívio, com uma reflexão com óbvias influências de Terry Riley, e dando pistas para o álbum que se seguiu.

LES FOUS D'OR
Isto é muito simples, o mais estranho de todo o lote! Feito para ballets do muito celebrado coreógrafo avnatgarde Carolyn Carlson. Um grande passo de afastamento do rock, este álbum de 1975 é o início desafiante da segunda fase da carreira de Igor Wakhevitch. Uma ópera muito avantgarde, em partes, começando por um trepidante sorano e violoncelo, nunca conseguimos adivinhar onde este álbum nos pode levar. Sintetizadores (com loops de padrões) levam-nos perto do sentir de Ralph Lundsten desta vez, o que não nada surpreendente pois Ralph também trabalhou com carolyn. Colagem de fitas magnéticas são também utilizadas de forma extensiva, acompanhadas por cornetas ritualísticas (a soar como Jac Berrocal), ondas de pasta sónica, e um total desregramento no que toca à continuidade da música convencional. Admitimos que este levou muito tempo pra que conseguíssemos penetrar nele!

NAGUAL
Apesar de ser um conceito por direito próprio, Nagual «as ... da percepção» (de 1977 contém novamente música para um bailado de Carolyn Carlson. Indiscutivelmente, é o mais próximo de Ralph Lundsten, como um imenso trabalho cósmico, com padrões de sintetizador em loop, colocando a melodia contra a dissonância, movendo-se para o lado mais escuro da "new age". O formato é diferente ao de todos os anteriores álbuns, no aspecto que possui 12 faixas (desde 30 segundos a 8 minutos) e tem a participação de músicos que nunca tinham colaborado com ele anteriormente, como os trabalhos do piano de uma construção estranha (lembrando Ron Geesin) e aquilo que se sente como uma bizarra jig céltica, entre esses temas. O ambiente musical é geralmente misterioso e enigmático, largamente baseado em padrões cíclicos de teclados e outros instrumentos. A temática musical é bem diversa entre temas e surpreendente. Mas, isto dito, é na mesma um trabalho tipicamente à la Igor Wakhevitch - como um equlíbrio difícil que cativa - ainda assim mantendo-se enigmático e fresco!

LET'S START
Este álbum final, de 1979, foi criado para a Batsheva Dance Company (para o festival de Jerusalem), e musicalmente é a soma das muitas ideias dos dois álbuns anteriores, mas numa ambiência mais atmosférica. A grande opus aqui, os 21 minutos e meio de Let's Start, o tema título, é um tratado para aqueles que conhecem os trabalhos pioneiros de Terry Riley e Steve Reich pois combina o uso de linhas de delay nos teclados a-la Riley com técnicas de desfasamento nas vozes, o que foi primeiramente explorado por Reich. Não são realmente sistemas musicais, pois o desenvolvimento do trabalho não é previsível, e até o final é uma surpresa onde frases confusas se auto-organizam numa afirmação lógica! Extremamente inteligente, de facto! Os restantes trabalhos são Igor no seu modo mais restrito e low profile, largamente baseados em sintetizadores e teclados e parecem-se mais com um híbrido dos Deuter com Peter Michel Hamel, com um tipo de ambiência de banda sonora de filme.



DONE...
(Fractal 002) 6CD box 270m
Tão longe quano eu consigo atingir Igor vê Let's Start como um retorno a um início/fim de um círculo, um regresso às origens, apesar desta progressão ou conexão seja dificilmente baseada na lógica. Há características e estilismos que conseguimos agarrar na música de Igotr, mas que são de difícil aceitação. Apesar e ter ouvido rumeores e outros trabalhos, esta parece ser a lista inteira da sua obra completa e publicada. No seu todo é uma bizarra e fascinante viagem com um dos verdadeiros revolucionários na nova música, e é um conjunto definitivo, todo reunido para coleccionador. O conjunto é apresentado numa pequena caixa vermelha, inclui um poster (com as capas dos discos) e um booklet de 24 páginas (em Francês, com um certo número do fotos a acompanhar), para além dos 6 CDs individualmente encapados. A edição inicial é de 500 exemplares, e não fazemos ideia se há alguma ideia de o reeditar/repress. Assim, se está interessado, é melhor não se atrasar!
As edições originais de Igor Wakhevitch em Lp, apesar de terem sido feitas em grandes editoras como a EMI e a Atlantic, são, hoje em dia, objectos muito raros e coleccionáveis (a maioria vale reputadamente mais de £30, com Docteur Faust sendo reconhecido como valendo £100), o que significa que o conjunto/box que tem um preço abaixo dos £50 é dinheiro bem empregado. Para quem estiver interessado, aqui fica a lista dos vinis originais editados.

Discografia
LOGOS (LP: Pathjé EMI 2C 064-10934) 1970
Logos: Homo Sapiens / Danse Sacrale (7": Pathé EMI 2C 006-11086)
DOCTEUR FAUST (LP: Pathé EMI 2C 072-11537) 1971
HATHOR (LP: Atlantic 40533) 1973
LES FOUS D'OR (LP: EMI 2C 068-1????) 1975
NAGUAL (LP: EMI 2C 068-14430) 1977
LET'S START (LP: EMI 2C 068-14770) 1979

Um Ponto Curioso
O Lado B do LP Hathor tem uma versão diferente da versão em CD. particularmente, a faixa 1 apresenta vocalizações diferentes, a faixa 2 é muito mais longa no CD, enquanto a faixa 3 é uma versão diferente mais curta! Tendo apenas na nossa posse os LPs de Hathor e Nagual, pode haver diferenças em outros discos em relação aos originais,, mas como não temos maneira de verificar, quem sabe? Aqui ficam os detalhes...
LP Lado B: 5'04", 7'57", 3'20"; faixas do CD: 5'26", 9'47", 2'37"

Para mais informações, contactar: Fractal, 26 rue Garnier, 92200 Neuilly/Seine, France. (Fax: +33 1 474 51702)

Toda a Discografia pode ser descarregada a partir daqui.




9.1.19

Memorabilia - Pop Dell’Arte Hoje Em Alvalade - "Arte Pop E Maçonaria"


Público - Secção Cultura  Sábado, 23.02.1991

Pop Dell’Arte Hoje Em Alvalade

Arte Pop E Maçonaria

Ressuscitados dos mortos, os Pop Dell’Arte, banda liderada por João Peste, tocam hoje à noite, pelas 22h, no cinema Alvalade, em Lisboa, juntamente com os More República Masónica, provando que continua a haver lugar (por enquanto) para os sons alternativos, na cena musical lusitana.
Formada em 85, a banda de Peste fez sempre questão de se mostrar diferente, na música e na atitude dos seus membros. Onde para muitos a Pop se resolve na linearidade das canções e na repetição de tiques repescados da “estranja”, para o vocalista dos PDA o risco é assumido enquanto condição necessária para a própria sobrevivência da banda. Por isso pararam, em 1989, dando João Peste início a uma série de actividades paralelas: subversões várias e disco com os “Acidoxibordel” ou a apresentação, com Nuno Rebelo, o ano passado na Feira do Livro, do espectáculo “Alix na Ilha dos Sonhos”. Para trás ficavam os maxis “Querelle”, “Sonhos Pop” e “Illogik Plastic” e o +álbum “Free Pop” (este mês reeditado em CD), por alguns considerado como dos melhores de sempre da música portuguesa, e espectáculos ao vivo como aquele ao lado dos niilistas alemães Sprung Aus Den Wolken, no extinto Rock Rendez-Vous.
Razão principal para a dissolução (consensual) do grupo foi, segundo João Peste, a saturação musical provocada pela ausência de perspectivas e motivações dentro de um meio nacional demasiado “pequeno” e fechado. Agora a situação alterou-se, havendo, parece, fortes possibilidades de os Pop Dell’Arte arrancarem para uma carreira no estrangeiro. Daí o regresso, com uma formação constituída por João Peste (voz), José Pedro Moura (baixo), Luís San Payo (bateria), Rafael Toral (discos, fitas magnéticas, guitarra) e João Paulo Feliciano (guitarra), estes dois últimos juntos no novel projecto “No Noise Reduction”.
Na primeira parte actuam os More República Masónica, banda relativamente recente formada por Paulo Coelho (voz, percussão), Mário Gil (guitarra, voz), Jorge Dias (baixo, voz) e Jaime Pimentel (bateria). Apostados, segundo dizem, em “rapinar” onde for mais interessante” para dar “corpo a uma sonoridade forte e ritmada, derivada directamente do rock ‘n’ roll, os MRM contam no activo actuações “à margem” no Sexto Concurso de Música Moderna do RRV e no concurso televisivo “Aqui D’el Rock”, e a gravação de uma “demo tape” reunindo cinco temas dos quais “Azul Dietrich” foi incluído na colectânea “Insurrectos” da editora da Guarda, Área Total.
Fernando Magalhães

Clicar na imagem abaixo para ver o artigo original e completo e legível.










2.1.19

Memorabilia: O Crepúsculo Dos Deuses


O Crepúsculo Dos Deuses - Especial L.A.Y.L.A.H. (parte 1).

Programa da RUT, da autoria de Paulo Somsen, Fred Somsen e Eugénio Teófilo.
Aqui fica um exemplo de um desses programas.








O Crepúsculo Dos Deuses - Especial L.A.Y.L.A.H. (parte 2). 



Não tem o Bela Lugosi's Dead... O Youtube primeiro cancelou-me o "video" a dizer qualquer coisa sobre reclamação de copyright, pelo que fui a uma das opções do youtube e removi essa canção... não sei o que é que aparece em vez dela... se é que aparece alguma coisa. Para audição completa (por enquanto...) ouçam a versão do mixcloud, abaixo.





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