ZEUHL – Parte 2
A Família Magma e Suas Ramificações
Continuando a nossa exploração do fenómeno “Zeuhl”, ultrapassando agora a história dos Magma, que contámos na parte 1, tentaremos desta vez uma tarefa impossível: desvendar a árvore genealógica dos Magma. Uma cena musical e criativamente incestuosa, e extremamente influente também, a família Magma composta por bandas e solistas, entrelaça-se consideravelmente com outras numerosas bandas parisienses, designadamente os Heldon, e devido a essa lista tão grande de talentos diversos, pois os músicos dos Magma trabalharam em quase todos os campos musicais que possamos imaginar.
A Família Magma
Como documentado nos booklets dos álbuns editados (e na riqueza dos CDs ao vivo mais recentemente editados), as várias encarnações dos Magma nos anos 70 envolveram um núcleo de mais de 30 músicos, e será nesses que nos concentraremos aqui. Documentaremos as várias histórias, e tentaremos explorar em maior profundidade as influentes ramificações dos Magma no Zeuhl. Mas, primeiro, vejamos quem é quem...
Os Músicos dos Magma
Jean-Pol Asseline (Teclados)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA “HHAI” LIVE, 1975
À parte de algum trabalho em sessões obscuras de música pop, e participação como convidado do LP epónimo de Jean Pierre Alarcen (1978), pouco é conhecido de outras actividades musicais de Jean-Pol. O seu papel nos Magma é grandemente uma emulação do estilo de François Cahen.
Dominique Bertram (Baixo)
Primeira aparição conhecida nos Magma: como “Urgon” (creio) em ATTAHK, 1977
O baixista no álbum “Neffesh Music”, de Yochk’o Seffer, também tocou na última encarnação dos ZAO, e editou um álbum a solo, numa veia de fusão de jazz moderno Americano com uma pequena pitada de Magma. O seu irmão Gérard foi um dos fundadores dos reconhecidos Moving Gelatine Plates. Há também um Dominique Beltram (a mesma pessoa?) que toca baixo no álbum “Drones”, de Jean-Philippe Goude.
Álbuns: “Chinese Paradise” (String 1983)
Gérard Bikialo (pianos, órgão)
Primeira aparição conhecida nos Magma: INÉDITS, 1973 fita de arquivo
Desconhecido em qualquer outro lado!
Klaus Blasquiz (vocalista, percussão)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Um vocalista único e talentoso, e um artista completo. Klaus começou a sua carreira na música progressiva com a banda pré-Heldon, os Blues Convention (na qual cantava em inglês). Tanto quanto sei, não existem gravações dessa banda histórica, apesar de algumas das suas raízes blues tenham entrado no primeiro álbum dos Magma. Desde a sua primeira partida dos Magma em 1977, Klaus tornou-se muito requisitado por outros projectos durante os anos prolíficos de finais de 70, inícios de 80, acrescentando as suas vocalizações processadas que são particularmente eficientes no álbum de estreia de Bernard Szajner, “Zed”. Também cantou nos inspirados pelo Zeuhl, Troll, fez parte de numerosas reformações dos Magma para concertos, e mais recentemente foi um dos membros do grupo de Bernard Paganotti “Paga”.
Aparições como convidado: Heldon STAND BY (Egg 1978), Zed VISIONS OF DUNE (IRC 1979), François Bréant VOYEUR EXTRA-LUCIDE (Egg 1979), Jean-Philippe Goude DRONES (Polydor Ramses 1979), Bernard Szajner SOME DEATHS TAKE FOREVER (Pathé/IRC 1980), Alan Stivell TERRE DES VIVANTS (Dreyfus 1981), Michel Altmayer TROLL VOL. 2 (Musea 1988), etc.
François Cahen (pianos)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Um membro dos Magma nos seus tempos iniciais, e uma grande influência no som Zeuhl. Para uma história completa veja mais à frente a história dos ZAO.
Aparições como convidado: Triangle TRIANGLE (Pathé EMI 1972), Cos BABEL (IBC 1979).
Alain Charlery (Trompete, percussão)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Desconhecido em quaisquer outro sítio!
Jean- Luc Chevalier (guitarra, baixo)
Primeira aparição conhecida nos Magma: como “Gorgo” em ATTAHK, 1977
Um guitarrista autodidacta, de Nantes, que tocou com a banda prog/psych Zig-Zag por volta de 1970-2 (editando dois singles obscuros). Mais tarde tornou-se um nome prolífico na cena de jazz internacional e parisiense. Depois de ter saído dos Magma regressou às fusões-jazz, trabalhando com Pascal Vandenbulcke (ex-Dün) e outras associações de ex-Magma. A sua música é distintivamente francesa, com um pé quer na energia e harmonias intricadas, com semelhanças com John McLaughlin ou Larry Coryell, sem muito interesse para os aficionados do Zeuhl.
Álbuns: JEAN-LUC CHEVALIER (Cryonic 1985), SAHARIENNE (Cryonic 198?), UN PIED DANS LE VIE (?? 1986), TIBET (Cryonic 1987), ZANTIC LE JAZZMAN (Musea 1988), etc.
Liza Deluxe (vocalista)
Primeira aparição conhecida nos Magma: como “ihnn” em ATTAHK, 1977
Uma cantora muito viajada, vocalista de coro muito requisitada, em todos os géneros de música.
Participou como convidada em: Atoll TERTIO (Ariola 1977), François Bréant VOYEUR EXTRA-LUCIDE (Egg 1979), etc.
Claude Engel (guitarra, flauta, vocalista)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
A carreira de Claude começa em 1968 com a banda de blues psicadélico Omega Plus, na veia dos Cream. A melhor gravação que lhes ouvi foi a liderada por Bernard Lubat no LIVE IN MONTREUX ’72 que foi sobretudo um show de Claude Engel, à maneira de Larry Coryell, num tipo de jazz de fusão próximo de Santana. Não de forma muito típica, a faixa de Engel, PUISSANCE 13+2 é muito naquela veia de guitarra multi-acústica, explorada por muitos artistas da ECM. Depois de deixar os Magma, Claude Engel participou primeiro no álbum de estreia de Daydé (ex-vocalista dos Zoo), fez algum material pop-rock, e depois tornou-se um artista importante da cena jazz-rock.
Álbuns: ENGEL STORY (CBS 1973), FANTASMAGORY (CBS 1976), GUITARISME (Apache 1983), também: Lubat, Louiss, Engel Group LIVE IN MONTREUX ’72 (Pierre Cardin 1972), etc.
Aparição em: PUISSANCE 13+2 (Theleme 1971)
Artista convidado em: Omega Plus HOW TO KISS THE SKY (Pitch 1969), Daydé JÁIME (Riviera 1971), Alan Stivell TERRE DES VIVANTS (Dreyfus 1981)
Gabriel Federow (guitarra)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA “HHAI” LIVE, 1975
Desconhecido em qualquer outro lugar!
Marc Fosset (guitarra)
Primeira aparição conhecida nos Magma: INÉDITS, 1973 fita de arquivo
Apenas com os Magma de forma muito breve, também é conhecido pelo seu trabalho a solo, com Stephane Grapelli, e como uma das metades do duo caratini/Fosset.
Jean-Pierre Fouquey (piano eléctrico, teclados)
Primeira aparição conhecida nos Magma: RETROSPEKTIW III, 1980
Também activamente envolvido como membro dos Forgas (1977 e 1985-92), uma banda inspirada pelo som de Canterbury com um lado excêntrico e influências Zeuhl, caracterizada pelo estilo frenético de Jean-Pierre nos teclados. Também trabalhou a solo (mas aqui mais em easy listening e jazz-rock), para além de muitos outros géneros musicais modernos.
Álbuns a Solo: TACTICS (CY 1984), RAILROAD (Cryonic 1985)
René Garber (clarinete baixo, vozes)
Primeira aparição conhecida nos Magma: em INÉDITS, 1972 fita de arquivo
Apesar de envolvido na pré-história dos Magma, o início de René na cena musical foi com Contrepoint, tocando saxofone soprano. Os Contrepoint foram uma banda influenciada pelo género de música praticado pelos Soft Machine, Nucleus, jazz de fusão ao estilo de Canterbury/British, com muito punch e com arranjos muito ricos e complexos.
Aparições: Contrepoint PUISSANCE 13 + 2 (Theleme 1971)
Patrick Gauthier (piano, sintetizador)
Primeira aparição conhecida nos Magma: em UDU WUDU, 1976
Patrick começou na cena underground parisiense, com a banda pre-Heldon, os Schizo, e também foi membro ou convidado em seis dos sete álbuns publicados pelos Heldon. Ele foi um dos músicos que mais empurrou a música dos Magma para o lado mais electrónico. Durante o boom da cena parisiense, nos finais dos anos 70, Patrick foi muito solicitado como músico convidado, e também tocou muito com Didier Malherbe, Eric Serra , e outros. Como tal, o seu trabalho a solo desenvolveu-se numa base de uma fusão entre o som dos Magma e o dos Heldon, acrescentando-lhe ainda uma boa dose de jazz de fusão no seu segundo trabalho, LA MORSE, que é na sua maior parte um híbrido dos Magma, Offering, e jaz e blues. Mais recentemente, foi novamente visto como músico de sessão, designadamente na banda sonora de “Subway”, de Eric Serra, e com artistas pop, tais como George Acogni, Jacques Higelin, e numerosos outros.
Álbuns a solo: BÉBÉ GODZILLA (Cy 1982), SUR LES FLOTS VERTICAUX (Seventh 1992), LA MORSE (Seventh 1996).
Aparições como convidado: Didier Lockwood JAZZ-ROCK, aka “LOCKWOODS” (Music Zag 1977), Benoit Widemann STRESS! (Ballon Noir 1977), Alain Renaud AR & CLONES (Tabala/Carrere 1978), Jean-Philippe Goude DRONES (Polydor Ramses 1979), George Grülatt K-PRISS (Polydor Ramses 1980), Richard Pinhas L’ETHIQUE (Polydor Ramses/Pulse 1982) e DWW (Cuneiform/Spalax 1983-1991), Bernard Paganotti PAGA (Cream 1985), Yvonne e Alain Guillard PAZAPA (Cerise 1989), Pinhas & Livengood CYBORG SALLY (Tangram/AMP 1994), Michel Ettori HIGHER LIFE (Musea 1995), etc.
Brian Godding (guitarra)
Primeira aparição conhecida nos Magma: em KOHNTARKOSZ, 1974
Guitarrista britânico, fundador dos The Blossom Toes, B. B. Blunder, etc. Desde a sua breve estadia com os Magma saltou para os terrenos da fusão, com a sua banda Mirage, e é muito admirado como experimentalista na guitarra.
Michel Graillier (pianos, clavinet)
Primeira aparição conhecida nos Magma: em INÉDITS, 1974
Um músico de jazz moderno muito viajado e muito requisitado, com um estilo do tipo de Mal Waldron ou Joachim Kühn, com numerosos projectos a solo e em grupo, desde os finais dos anos 60, a maioria deles não relacionados com a cena Zeuhl, excepto como influência.
Uma edição de interesse: François Jeanneau EPHEMERE (Owl 197?)
Guy Khalifa (vocalista)
Primeira aparição conhecida nos Magma: em RETROSPEKTIW III, 1980
Muito viajado como músico de sessão, também toca teclados!
Aparições notáveis como convidado: François Bréant VOYEUR EXTRA-LUCIDE (Egg 1980), Michael Altmayer TROLL VOL. 2 (Musea 1988)
François Laizeau (percussão)
Primeira aparição conhecida nos Magma: RETROSPEKTIW III, 1980
Um bom percussionista, a trabalhar nas margens da música experimental e jazz de fusão. Trabalhou com Kadjan, Benoit Wideman, e também é um membro dos UZEB e dos Paga.
Aparições como convidado: Roland Hollinger BARDO THODOL (Scorpios 1978), Francis Lockwood HOME SWEET HOME (JMS 1983), Patrick Gauthier LA MORSE (Seventh 1996).
Teddy Lasry (sax soprano, flauta, gaitas-de-foles, etc.)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Filho de Jacques e Yvonne Lasry, notáveis músicos dos bizarros instrumentos escultores de som de Bernard Baschet, Terry actuou em várias das edições de Lasry-Baschet. É também um solista competente e talentoso multi-instrumentista (nos teclados, sintetizadores, flautas, saxofone, clarinete, percussão), e a sua influência nos primórdios dos Magma é muito forte. Aqueles estilismos foram tocados numa mistura sintetizada em dois álbuns que gravou para a RCA nos finais dos anos 70, com pinceladas de Heldon e Vangelis. Como músico multi-talentoso, ele tornou-se muito requisitado por editoras de música de biblioteca e também de bandas sonoras para filmes. A sua discografia é muito vasta.
LPs incluem: “e=mc2” (RCA Balance 1976), SEVEN STONES (RCA 1979)
Convidado em: Gilles Elbaz GILLES ELBAZ (Alvares 1971), Mama Bea Tekeilski JE CHERCHE UN PAYS... (SFP 1972)
Didier Lockwood (violino)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA “HHAI” LIVE, 1975
E assim a história avança, quando Stephen Grapelli viu que Jean-Luc Ponty atingiu o elevado nível que ele esperava, passou-lhe o violino seu favorito. Então, depois, por sua vez, ele foi passado para Didier Lockwood. Quer isto seja verdade ou não, podemos nunca vir a saber. Contudo, Didier esteve entre os melhores, mais flexíveis e inventivos tocadores de violino dos últimos 30 anos, trabalhando em diversos géneros como o underground, psicadélico, electrónica e no mais geral jazz de fusão. Para um exemplo primordial do seu estilo único, confira o álbum VISITORS. Nos Magma, o seu violino eléctrico foi usado, em geral, como alternativa à guitarra. Didier trabalhou também muito com o seu irmão Francis (um pianista de fusão), foi muito visto como músico de sessão, assim como a tocar com nomes de topo do jazz, como Jasper van’t Hof e Christian Escoude. Depois de um apontamento com os ZAO, formou o primeiro dos supergrupos de jazz-rock franceses, os Surya.
Discografia seleccionada: Didier Lockwood JAZZ-ROCK, aka “LOCKWOODS” (Music Zag 1977), NEW WORLD (MFS 1979), LIVE IN MONTREUX (JMS 1981), FASTEN SEAT BELTS (JMS 1982), THE KID (JMS 1983), TRIO (JMS 1983), DLG (JMS 1984), OUT OF THE BLUE (JMS 1985), LUNE FROIDE (JMS 1995), plus UZEB & Didier Lockwood UZEB & DIDIER LOCKWOOD (JMS 1987), ABSOLUTELY LIVE (JMS 198?)
Como Músico Convidado: Visitors VOSITORS (Decca 1974), André Ceccarelli CECCARELLI (Carla 1971), Surya SURYA (Cornélia 1977), Clearlight LES CONTES DU SINGE FOU (Isadora 1977) e VISIONS (Polydor 1978), François Bréant SONS OPTIQUES (Egg 1978), Michel Magne Elements LA TERRE (Egg 1978) e L’EAU (Egg 1979), Jean-Michel Kadjan MUMMY (JMS 1982).
LINK: (“New World”)
Jean-Luc Manderlier (piano e órgão)
Primeira aparição conhecida com os Magma: em INÉDITS, 1972 fita de arquivo
Músico belga, anteriormente nos: Classroom (pre Cos) e Arkham (parte da história dos Univers Zero), desapareceu depois da gravação de MEKANIK DESTRUKTIW KOMMANDOH.
Francis Moze (baixos)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Francis Moze (por vezes apenas Moze) é um daqueles baixista “groovy” muito flexíveis. Ajudou a criar o estilo do primeiro som dos Magma, saiu para os Gong por volta de 1973 e tocou com eles intermitentemente depois disso. Trabalhou também com o músico/produtor Laurent Thibault, numa fase pré-Magma, num tipo de música folk-rock. A sua carreira posterior fez-se sobretudo como músico de sessão.
Com os Gong: FLYING TEAPOT (Byg/Virgin 1973), SHAMAL (Virgin 1976)
Álbum a solo: NAISSANCE (Harps 1985)
Aparições como convidado: Gilles Elbaz GILLES ELBAZ (Alvares 1971), Laurent Thibault MAIS ON NE PEUT PAS RÊVER TOUT LES TEMPS (Ballon Noir 1978), Dan Ar Braz ALLEZ DIRE À LA VILLE (Ballon Noir 1978) e THE EARTHS LAMENT (Ballon Noir 1979), Michel Altmayer TROLL VOL. 2 (Musea 1988), Catherine Ribeiro FENÊTRE ARDENTE (Mantra 1993).
LINK (Gilles Elbaz – “Gilles Elbaz”)
Claude Olmos (guitarra)
LP inicial nos Magma: MEKANIK DESTRUKTIW KOMMANDOH, 1973
A carreira de Claude Olmos vem desde a banda Francesa pré-Progressiva dos anos 60, os Alan Jack Civilisation, uma das primeiras de uma onda de imitadores dos Anglo-Americanos. Também fez parte dos Alice, Docdail (numa quantidade desconhecida) e da banda psicadélica Coeur Magique. A guitarra psicadélica de Claude adicionou focagem a uma série de gravações dos Magma, apesar de nos anos 80 se ter mudado para o reino do jazz de fusão, nomeadamente com Joel Dugrenot (ex-ZAO), com quem formou os Boomerang, levemente inspirados nos Magma.
De interesse: Coeur Magique WAKAN TANKA (Byg 1971), Boomerang BOOMERANG (SPX 1982).
Bernard Paganotti (Baixo)
Primeira aparição conhecida com os Magma: MAGMA “HHAI” LIVE, 1975
A história de Bernard Paganotti no período anterior aos Magma é-me desconhecida. Contudo, ele quase “calça os sapatos” de Jannick Top como baixista criativo. Também é creditado como o instigador do desmembramento dos Magma para formar os Weidorje, e foi depois muito visto como músico convidado ou como elemento extra em muitas bandas, durante o período finais dos 70s/inícios dos 80s, particularmente na frente parisiense do progressivo e do underground. Desde aí ele tem trabalhado a solo e formou a sua própria banda, inspirada nos Magma, os Paga, de que fizeram parte outros músicos ex-Magma, designadamente Klaus Blasquiz.
Álbum a solo: HAUNTED (? 1988)
Com os Paga: PAGA (Cream 1985), GNOSIS (? 1993)
Convidado: Saint-Preux ATLANTIS (Heloise 1979), Jean-Philippe Goude DRONES (Polydor Ramses 1979), Bernard Szajner SOME DEATHS TAKE FOREVER (Pathé/IRC 1980), Saint-Preux TO BE OR NOT (Heloise 1981), Jean-Michel Kadjan MUMMY (JMS 1982), Patrick Gauthier BÉBÉ GODZILLA (Polydor Ramses 1982), Richard Pinhas L’ETHIQUE (Polydor/Pulse 1982), Dominique Bertram CHINESE PARADISE (String 1983), Richard Pinhas DWW (Cuneiform/Spalax 1991), Michel Altmayer TROLL VOL. 2 (Musea 1988), etc.
Maria Popkiewicz (vocalista)
Primeira aparição conhecida com os Magma: RETROSPEKTIW III, 1980
Cantora feminina profissional, também pode ser encontrada numa série de álbuns de Alan Stivell.
Richard Raux (saxofones alto e tenor, flauta)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA, 1970
Muito viajado na cena jazz, particularmente como solista de concerto, em outras bandas, a presença de Richard nos Magma restringiu-se a apenas um álbum. Ele fez depois parte da grande orquestra de free-jazz, os Operation Rhino, e de seguida formou a sua própria banda nas raias do jazz-rock, os Hamsa Music.
Músico convidado: Melmoth LE DEVANTURE DES IVRESSES (Arion 1969), Operation Rhino CRÉATION COLLECTIVE, MUSIQUE IMPROVISÉE (Expression Spontanée 1976), Laurent Thibault MAIS ON NE PEUT PAS RÊVER TOUT Le TEMPS (Ballon Noir 1978).
Edições a solo: HAMSA (Fiesta 1976), HAMSA MUSIC (Mercury 1981), Richard Raux Quartet FEEL GOOD AT LAST (Freelance 1984), UNDER THE MAGNOLIAS (? 1989)
Jeff “Yock’o” Seffer (sax, clarinete baixo)
Primeira aparição conhecida com os Magma: 1001⁰ CENTIGRADES, 1971
Veja os artigos sobre Yochk’o Seffer e ZAO mais à frente.
Laurent Thibault (baixo)
Com os Magma já antes do seu LP inicial
Laurent foi o instigador dos Univera Zekt, da etiqueta Theleme, e produtor nos estúdios Château D’Hérouville. O seu álbum a solo viu a ajuda de numerosos elementos dos Magma e outros músicos numa obra instrumental inflamada de folk, Gong, Canterbury e influências Zeuhl, adicionadas a uma forma de criatividade única.
LINK (Laurent Thibault: "Mais On Ne Peut Pas Rêver Tout Le Temps" (1979)
Louis Toesca (Trompete)
Primeira aparição conhecida com os Magma: 1001⁰ CENTIGRADES, 1971
Desconhecido em qualquer outro lado!
Jannick Top (baixo, violoncelo, percussão, sintetizadores, teclados)
LP inicial nos Magma: MAKANIK DESTRUKTIW KOMMANDOH, 1973
Aplaudido por muitos como o catalisador principal do som Zeuhl, o baixo expressivo de Jannick e os seus multi-talentos instrumentais empurraram a criatividade dos Magma para terrenos nunca anteriormente pisados. O seu Ork Alarm (em KOHNTARKOSZ) foi uma particularmente impressiva primeira obra composicional. E ele continuou a colocar ideias no som dos Magma, até à sua explosão no magnífico De Futura em UDU WUDU. A carreira de Jannick foi muito diversificada desde (para não dizer mais) os campos do pop até aos do jazz/prog. Por um capricho do destino, devido aos seus talentos como mágico do estúdio, creio que Jannick se tornou num grande instrumentista da cena “disco” (agora denominado tecno), designadamente com o horrível DISCOBALLS dos Rosebud “Um tributo ao álbum dos Pink Floyd” Confirme por si próprio!. Também participou num álbum dos Eurhythmics.
A Solo: Utopia Viva/Epithécanthropos Erectus II, 7” (Utopia 1975)
Aparição como convidado: Daydé BALLADES (Barclay 1976), Nyl NYL (Urus 1976), Teddy Lasry “e=mc2” (RCA Balance 1976), Heldon UN RÊVE SANS CONSÉQUENCE SPÉCIALE (Cobra 1976), André Cecarelli CECARELLI (Carla 1977), Philip Catherine BABEL (1980), Alan Stivell TERRE DES VIVANTS (Dreyfus 1981), Dominique Bertram CHINESE PARADISE (String 1983), etc.
Christian Vander (bateria , vocalista, órgão, percussão)
Fundador dos Magma!
Veja o artigo sobre Christian Vander mais à frente.
Vander Trio: JOUR APRES JOUR (Seventh 1990), 65! (Seventh 1993)
Músico convidado: CHRISTIAN VANDER ET LES TROIS JEF’S (1968, Palm 1973), FIESTA IN DRUMS (196?, Palm 1973), Gilles Elbaz GILLES ELBAZ (Alvares 1971), Jamal Khan GIVE THE VIBES SOME (Palm 1974), Patrick Gauthier BÉBÉ GODZILLA (1982).
Stella Vander (vocalista)
LP inicial nos Magma: MEKANIK DESTRUKTIW KOMMANDOH, 1973
Nos anos 60 ela era conhecida apenas por “Stella”, uma espécie de Lulu francesa, pop star adolescente, mas, tal como Marianne Faithful ela movimentou-se para fronteiras mais experimentais e jazzy, nos finais da década, inícios dos 70s. É o segundo membro que esteve mais tempo nos Magma, e apareceu como vocalista de suporte em numerosos outros álbuns.
A Solo: D’ÉPREUVES D’AMOUR (Seventh 1991)
Como convidada: Atoll TERTIO (Ariola 1977), André Cecarelli CECARELLI (Carla 1977), François Bréant VOYEUR EXTRA-LUCIDE (Egg 1980), Michel Altmayer TROLL VOL. 2 (Musea 1988), Patrick Gauthier LA MORSE (Seventh 1996), etc.
Benoit Wideman (Teclados)
Primeira aparição conhecida nos Magma: MAGMA “HHAI” LIVE, 1975
Um estilista no que toca à utilização de electrónica e teclados processados nos Magma, ele foi definitivamente outro dos catalisadores do som típico conhecido como Zeuhl (se é que existe tal coisa). Ele viria a desenvolver o seu estilo único de teclista e tornou-se um elemento habitual nos discos dos Dan Ar Braz, e nos seus solos, que eram uma espécie de música baseada no sintetizador funky, diversificando-o pelo Zeuhl, jazz-rock e música sintetizada abstracta tipicamente francesa. Foi também um dos elementos chave do projecto Fusion.
Álbuns a solo: STRESS! (Ballon Noir 1977), TSUNAMI (Ballon Noir 1979), 3 (CY 1984).
Aparições como convidado: Verto REEL 19-36 (Fléau 1978), Dan Ar Bras DOUAR NEVEZ (Ballon Noir 1977), ALLEZ DIRE À LA VILLE (Ballon Noir 1978), THE EARTHS LAMENT (Ballon Noir 1979), Patrick Gauthier BÉBÉ GODZILLA (Polydor 1982), Jean-Michel Kadjan MUMMY (JMS 1982), Dominique Bertram CHINESE PARADISE (String 1983), etc.
Projectos Relacionados
De seguida listaremos os vários outros projectos e ramificações dos Magma, de que temos conhecimento...
Alien
Uma ramificação obscura dos Magma, da qual sabemos muito pouco, excepto que existiram algures durante 1979-80 (então liderados por Jannick Top), e voltaram a existir como uma banda paralela de espectáculos ao vivo dos Offering, por volta de 1987. No Festival de De Mans (Maio de 1987) citados como “Vander jazzmen”, os Alien consistiam em: Dominique Bertram (baixo), Jean-Michel Kadjan (guitarra), Benoit Widemann (teclados), Patrick Gautier (teclados), e Jean-Pierre Fouquey (bateria). Também fizeram parte: Frédéric Briet (baixo duplo), Michel Graillier e Didier Lockwood. Infelizmente, não existem gravações dos Alien ainda, apesar das gravações dos concertos andarem, forçosamente, por aí.
Fusion
Em tudo menos no nome, o quarteto de Lockwood/Top/Vander/Widemann (frequentemente listada assim) eram os Magma, mas, de novo, não eram. Muito inspirados pelo jazz-rock Americano: John Coltrane, Miles Davis, Weather Report, Returno To Forever – e similares – este é esse género atacado por uma fúria e inventividade funky francesa, dando-lhe aquela peculiaridade, especialmente o violino de Didier Lockwood e o trabalho de baixo muito sólido de Jannick Top.
Lockwood Top Vander Widemann – FUSION (LP: JMS 015) 8/81 1981 (CD: JMS 015-2) 1995
Pwd: sakalli
Offering
Depois de os Magma se terem tornado numa banda de culto, com um conceptualização estilizada, e uma certa expectativa das audiências sobre o como deveria ser um concerto dos Magma, penso que Christian achou que precisava de um novo conceito. Houve um sentimento espiritual subjacente nos álbuns dos Magma dos inícios dos anos 80, e foi isso que ele desenvolveu com os Offering. Assim, deixou cair a maioria das características Zeuhl, deixaram de haver aquelas pesadas peças-mestras de 35 minutos, e em vez disso temos uma música que se infiltra, como se fosse um encantamento ritual ancestral, balançando nas franjas do velho jazz, soul e gospel. Estranho, de audição difícil e a necessitar da “aquisição do gosto”, é a melhor recomendação que consigo dar. Esta é a banda que Steve Davis passou no Reino Unido como se fossem os Magma. Mas os Offering são muito diferentes dos Magma, e são um outro exemplo de como vastos são os horizontes criativos de Christian Vander.
OFFERING, PART I & 2 (2LP: JARO 4129/30) 9/85-9/86 1986 (2LP: Seventh A1/A2) 1987 (CD: Seventh AI/AII) 1998
OFFERING, III-IV (CD: Seventh AV/AVI) 1991
A FIIEH (CD: Seventh A IX) 1991
PARIS THÉÂTRE DEJAZET 1987 (2CD: AKT ?) ?
Rhesus O
Uma outra parte integrante da história dos Magma, nos finais dos anos 60, foram os Cigue, que depois se tornaram nos Rhesus O. Na altura do seu início, eles eram um combo jazz, com um trio de baixos (raro), dois teclistas, e solos principalmente executados por um músico de instrumentos de sopro. Mais do que ao Zeuhl eles estavam em débito para com os Soft Machine, Miles Davis, e o jazz esquisito underground da época, tudo com um toque de psicadelismo. Nos últimos tempos (não documentados em disco) juntaram-se-lhes outros músicos dos Magma: Bernard Paganotti e Richard Raux, e a tónica movimentou-se mais para uma fusão com os metais. O grupo desmembrou-se quando o leader da banda, Alain Mourier, foi chamado para prestar o serviço militar.
RHESUS O (LP: Epic EPC S 64560) 1971 1971 (CD: Musea FGBG 4137.AR) 1996
Parte 2
Transition
Este foi um projecto paralelo aos Magma, com: Claude Engel, Francis Moze, Christian Vander, François Cahen e Teddy Lasry. A sua especialidade era tocar standards de jazz, e estranhamente também funcionaram como banda de suporte para os Deep Purple. Todos estes músicos estiveram também envolvidos com os Univeria Zekt.
Não há edições conhecidas.
Christian Vander
Os Magma não são mais do que uma das muitas visões criadas por Christian Vander. Com as suas raízes fundadas no jazz, e no amor à música de John Coltrane, ele sempre explorou outros caminhos na forma de projectos colaterais. Alguns deles envolviam membros dos Magma, ou tornaram-se parte da história dos Magma. Um exemplo destes últimos é a banda sonora de “Tristan & Iseult”, um álbum dos Magma em tudo menos no nome.
Em tempos mais recentes Christian tentou documentar alguns dos seus projectos especiais. Entre eles estão: “MUSIQUES” LES VOYAGES DE CHRISTOPHE COLOMBE feito em 1992 para um espectáculo multimédia em Reims para celebrar a descoberta da América por Colombo, que é uma improvável narração de Christian Vander sobre um mar de sons samplados, e A TOUS LES ENFANTS... reunião em álbum de um conjunto de canções infantis, elaboradas num estilo de canções dos Magma relaxados, com toque de TRISTAN & ISEULT ou KOHNTARKOSZ, com vocalizações dos três Vander: Christian, Stella e Julie. Muito francês, muito Vander, e uma grande surpresa! Também editou alguns álbuns da sua banda de jazz (muito no estilo do seu trabalho nos anos 60) constituído por músicas muito sedativas, quase hinos a Coltrane, no seu álbum TO LOVE, e numerosas outras raridades, dedicadas especialmente aos Vanderfilos compulsivos.
TO LOVE (LP/CD Seventh A/3) 3-8/88 1988
“MUSIQUES” LES VOYAGES DE CHISTOPHE COLOMBE (CD: Seventh AKT III) 8-20/9/92 1993
A TOUS LES ENFANTS... (CD: Seventh ?) 1995
UN HOMME... UNE BATTERIE (VHS: Seventh ?) 1995
Vander Top Blasquiz Garber
Um projecto de improvisação de quatro músicos dos Magma que foi essencialmente uma jam que fizeram enquanto esperavam pelos restantes elementos dos Magma para o concerto no The Manor, em 15 de Abril de 1973. Não é Zeuhl, como é documentado no CD SONS, começando numa forma muito livre e tornando-se jazz, soando mais como os Spontaneous Music Ensemble tornam-se psicadélicos.
Weidorje
Originalmente, Weidorje foi o título de uma faixa do álbum UDU WUDU dos Magma, o que levou Bernard Paganotti e Patrick Gauthier a estabelecerem a sua própria banda com base numa música de estilo semelhante. É fácil de ver porque é que os Weidorje foram formados (quando conhecemos para onde foram os Magma depois disto) pois o que eles queriam fazer estava para além do poder da fusão Zeuhl dos Magma.
Apesar de terem existido durante três anos, é uma pena que os Weidorje apenas tenham feito um álbum, pois tratava-se de uma música soberba praticada por um supergrupo de músicos de top de rock e jazz. Com três faixas de puro poder Zeuhl, o álbum Weidorje foi pura magia, uma pitada de electrónica metálica, cheio de complexidades sistémicas criadas pelo vasto array de instrumentos envolvidos. A reedição em CD prova que uma sequência poderia ter sido pelo menos tão boa, através das duas faixas extra previamente não publicadas, faixas essas ao vivo em Outubro de 1978, e que mostram a banda em excelente forma, com um toque ainda mais original de jazz. Nos seus últimos dias, depois da partida de Michel Ettori, outros guitarristas famosos: François Ovide e Pierre Cherez, chegaram a participar na banda, mas nessa altura, aparentemente, o espírito do grupo havia já sido quebrado e decidiram terminar as suas actividades no Verão de 1979.
De certa forma, os Weidorje podem ser vistos como outro cruzamento entre as cenas dos Magma, jazz e Heldon, e depois de terem terminado houve muita interacção com outros projectos e edições, pelos membros dos Weidorje, incluindo obras a solo de Jean-Philippe Goude, Patrick Gauthier e Bernard Paganotti.
Zabu
Um cantor blues, um dos vocalistas dos inícios dos pré-Magma, ele pode ser ouvido no álbum dos Univeria Zekt. O seu trabalho Informer Blues, para a PUISSANCE 13+2, é típico do seu estilo a solo. Apesar dos músicos dos Magma terem participado nos seus dois álbuns, eles não são totalmente Zeuhl, e eu não os recomendo, pois não os ouvi ainda!
Zorgones
Uma banda parisiense muito antiga, formada por: Francis Moze (teclados), Laurent Thibault (baixo), Gera Fenzl (bateria), Michel Marie (guitarra), Philippe ? (guitarra) e Zabu (voz). Têm a reputação de terem sido uma das primeiras bandas de Paris a tocar música que não era apenas uma cópia dos modelos Anglo-Americanos. Gravaram um álbum, mas apenas foi editado um single, que ainda estou para conseguir ouvir.
A História dos ZAO
1: Yochk’o Seffer
De Budapeste, Hungria, Jeff “Yochk’o” Seffer foi para Paris na sua adolescência (meados dos anos 50) para estudar no Conservatório. Mais tarde o seu trabalho diversificou-se pela “clássica” e pelo jazz, tendo trabalhado com o altamente influente George Russell. Ele conheceu Christian Vander quando trabalhava no free-jazz com Jeff Gilson, e foi um dos elementos fundadores dos Magma, apesar de não ter participado no trabalho de estreia dos Magma.
Historicamente, a sua primeira banda foram os Perception, formados por Yochkó Seffer, Siegfried Kessler (teclados), D. Levallet, Jean-My Truong (percussão), que editou um LP epónimo nas séries jazz da Futura. Nunca os ouvi, não devem ser muito interessantes, apesar de terem sido o catalisadores dos ZAO. Depois de terem tiocado com os Magma e com o projecto Univera Zekt, ele foi depois explorar outras músicas.
Sempre um instrumentista multi-talentoso, Yochk’o demonstrou uma visão muito especial com o seu “Neffesh Music”, um projecto que desenvolveu enquanto membro dos ZAO. Depois de conhecer Moshe Naim, um produtor da WEA, foi concedida a Yochk’o Seffer a hipótese de concretizar um sonho, e assim desenvolver essas ideias, numa música que era uma mistura de culturas e géneros, clássica (Schönberg, Stravinsky, Bartók, etc.),música folk Europeia (Balcânica, Oriental) , fundida numa Zeuhl bem condimentada. “Neffesh Music” (música da mente) explora a textura e o tom em vez da composição convencional, sendo que o resultado, na sua essência, é um híbrido ZAO/Magma clássico, muito estranho e avant-garde, por vezes com a participação de um quarteto de cordas: The Quator Margand. A essência pura do Zeuhl temperado com a avant-garde!
A sua primeira tentativa, DELIRE, não foi um grande sucesso, com conflitos entre estilos que tornaram a música muito estranha. IMA e GHILGOUL estão entre as suas obras-primas, com criações densas que por um lado se rebolam numa incerteza em equilíbrio instável, por outro lado esvaem-se e fluem ganhando um grande poder, que conduzem ao longo do tempo da música com grande intensidade. A soma total dessa grande música é difícil de descrever, excepto que podemos dizer sem qualquer dúvida que é desafiante e intoxicante ao mesmo tempo.
Desde os dias de ZAO, ele tentou sempre manter uma continuidade no desenvolvimento da sua música, e até procurou ajuda improvável em Bill Laswell e Stu Martin (entre outros) para os concertos Europeus e para uma tournée Americana. Neffesh tornou-se uma banda ao vivo depois disso, apesar de não terem sido gravados quaisquer álbuns depois, e transmutou-se depois em Numerik, com a participação de Deborah Seffer no violino. Ao longo dos anos ele percorreu numerosas avenidas, conceitos e colaborações, como ADAMA, um trabalho multipistas incorporando todos os sete tipos de saxofones inventados por Adolphe Sax, e depois: os resolutos álbuns CHRONOPHONIE, um projecto em forma de dueto com o seu ex-colega dos ZAO François Cahen, e mais recentemente as suas séries YOG, que misturam todos os seus variados estilos e influências numa mistura mais moderna.
MAGYAR-LÔ (LP: Le Chant du Monde LDX 746004) 1976
DÉLIRE (LP: Moshé-Naim MNO 12008) 1976
IMA (LP: Moshé-Naim MNO 12010) 1977
GHILGOUL (LP: Garou Garou SR 116) 7/78 1979 (CD: Musea FGBG 4145.AR) 1995 «3 bonus tracks (5/80)»
CHROMOPHONIE 1 – LE DIABLE ANGÉLIQUE (LP: GC 2101) 1980-1981 1982
CHROMOPHONIE 2 – LE LIVRE DE BAHIR (LP: GC 2102) 1982 1984 (CD MUsea FGBG 4184.AR) 1996 «plus 3 tracks from CHROMOPHONIE 1»
ADAMA (LP: Moshé-Naim MNO 12069) 1986
SEPTUOR (MC: Tormer/Gallerie Assymetrique) 1986
WATER-FIRE (LP: Moshé-Naim MNO 12071) 1987
Alain Bouhey/Yochk’o Seffer – LA VOIE SCRIPTORRALE (LP: Le Chant Du Cygne) 1988
PROTOTYPE (CD: ? 590462) 1990
YOG – PITCHIPOY (CD: Musea Parallèle MP 3028.AR) 1996 1997
YOG 2 – SEFIRA (CD: Musea Parallèle MP 3025.AR) 3-4/98 1998
2: François Cahen
Como muitos dos membros dos Magma, as raízes de François estão no jazz, com um pouco de treino clássico a brilhar por trás. Alcunhado de “Faton” (não fazemos ideia do porquê) a sua forma estilizada de tocar piano foi um factor muito importante no som Zeuhl, e nos ZAO de pois de sair dos Magma. Tal como a maioria dos músicos da sua área, François explorou o seu próprio caminho musical, mostrando o seu estilo Zeuhl de tocar piano numa série de álbuns, como TENDRE PIANO SOLO a provar a beleza do piano eléctrico como instrumento solo, quando está em tão criativas mãos. Também colaborou com gigantes do jazz internacional moderno, como: Miroslav Vitous (baixo) e Jack DeJohnette (bateria) num álbum chamado GREAT WINDS. E depois houve a improvável colaboração com Didier Lockwood, baseada numa música de fusão-synth.
PIANO CONCERTS (LP: Le Chant du Monde LDX 74588) 1976
TENDRE PIANO SOLO (LP: FreeBird FLY 02) 1/78 1978
Balade Pour L´´Eté/Chanson En Rond (7”: 3 Oranges Bleues 6010.222) 1980
PIANO RÊVES (LP: Cryonic MAD 3023) 1986
Cahen-Lockwood – THANK YOU FRIENDS (LP: Atlantic 50489) 1978
Cahen & Seffer – ETHNIC DUO (LP: Blue Marge 1004) 4/80 1981
Faton-Bloom – FATON-BLOOM (LP: Cryonic MAD 3023) 1986
3: ZAO
Apesar de serem sempre referenciados por maiúsculas, o nome da banda é na realidade uma palavra do livro do século 13 “A Cabala” com um significado obscuro que tem algo a ver com a procura da fonte de sabedoria. Na verdade um nome esotérico para uma banda, e um caso raro de um supergrupo que se tornou um sucesso.
Os ZAO foram formados pelos membros dos Magma François Cahen e Yochk’o Seffer (ver secções relevantes atrás), que decidiram abandonar os Magma depois de 1001º CENTIGRADES para prosseguir a sua própria visão. François já tinha provado a sua valia com uma série de composições para os Magma, enquanto Yochk’o ainda estava por revelar os seus talentos. Os ZAO criaram um subgénero único de jazz-rock francês dando um passo à frente em relação ao estilo instrumental dos Magma, adicionando estruturas rítmicas do tipo da Mahavishnu Orchestra, e das música étnicas e clássicas, para além de culturas da Europa Oriental. Também foi recrutado para a banda Jean-My Truong (anteriormente dos Perception), e Jöel Dugrenot, cuja história musical (antes e desde então) envolveria um substancial artigo! Ele tomou de empréstimo a cantora de variedades Mauricia Platon dando aos ZAO aquele condimento Zeuhl dos Magma, a que estavam acostumados.
Por altura do seu início também contrataram o primeiro de muitos violinistas que haveriam de passar pela banda. Z=7L foi um considerável passo em frente relativamente às raízes Magma, jazzy de uma forma diferente, com um suporte em instrumentos étnicos e folk. Os ZAO estavam naquela terra de ninguém, entre o jazz, o rock e a música-nova, a sua música não se enquadrava em nenhum rótulo, o que fez com que ficasse muito difícil serem notados.
OSIRIS encontrou-os numa editora independente, a Disjuncta, com um orçamento muito baixo, mas apesar da qualidade de produção da edição, este foi um dos seus melhores álbuns. Desta vez sem vocalizações femininas, apenas esquisitices Zeuhlianas, cortesia de Joel e Yochk’o. Negro, sinistro e para além das palavras, OSIRIS é o mais pessoal dos seus álbuns.
SHEKINAH foi onde eles atingiram o seu pico criativo, fundindo a “Neffesh Music” de Yochk’o com o som ZAO, com o quarteto de cordas Quator Margand misturando tudo em texturas musicais complexas, em reminiscências do domínio clássico, do tipo dos Art Zoyd ou Vortex. Com menos ornamentos, apenas com Didier Lockwood no violino, KAWANA foi o álbum mais jazzy até à data, com o acento tónico em solos mais do que em elementos de composição complexos como nos álbuns anteriores. Depois disto, Lockwood e Truong formaram os Surya, Seffer decidiu concentrar-se no seu trabalho a solo, o que deixou François Cahen no controlo dos ZAO. Infelizmente, ele falhou na tarefa de manter o espírito dos ZAO vivo, pois TYPARETH é apenas um prazenteiro álbum de jazz-rock “deixa-te ir”.
Uma versão do grupo reformou-se para um concerto único em 1986, depois da reedição do LP Z = 7L com participação dos originais Seffer, Cahen e Truong, tendo-se-lhes juntado Dominique Bertram e Debora Seffer (violino). Afinal, houve outra reformação do grupo, para fazer um novo álbum, nos finais dos anos 90. Apesar de muito distante de capturar o verdadeiro e antigo som ZAO, o lado funky do moderno jazz-rock francês não arruinou o álbum AKHENATON, que está mais perto do velho som dos ZAO do que esteve TYPARETH, servindo como um epitáfio viável para uma grande e inovadora banda.
Z = 7L (LP: Vertigo 6499 738) 8/73 1973 (LP reedição: Cryonic ?) 1986 (CD Musea FGBG 4081.AR) 1993
OSIRIS (LP: Disjuncta 000004) 9/74 1975 (CD Musea FGBG 4130.AR) 1995 «1 bonus track (12/93)»
SHEKINA (LP: RCA Balance FPL1 0097) 7/75 1975 (CD Musea FBGB 4067.AR) 1992
KAWANA (LP: RCA Balance FPL1 0178) 9/76 1977 (CD: Musea FGBG 4039.AR) 1991 «1 bonus track (1973)»
TYPHARETH (LP: RCA Balance PL 37121) 8-9/77 1977 (CD: Musea FGBG 4146.AR) 1998
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