21.12.17

Livros sobre música que vale a pena ler - Cromo #72: David Keenan - "England Hidden Reverse" (2nd Edition - Strange Attractor Press)


autor: David Keenan
título: England's Hidden Reverse - A Secret History Of The Esoteric Underground
Tradução: N/A
editora: Strange Attractor Press
nº de páginas: 464
isbn: 978-1-907222-17-7
data: 2016
2ª Edição - expandida e revista
1ª Edição - SAF - 2003

Edição Limitada de 350 Exemplares numerados à mão e autografados pelo autor.
A minha é a cópia 195/350

Nova Entrada: A Edição Especial Limitada em Capa Dura - 350 cópias - numeradas à mão e Autografadas pelo autor (195/350).
England’s Hidden Reverse
A Secret History of the Esoteric Underground
by David Keenan
Revised & expanded edition
464 pages, hardback 216mm x 156mm
Fully illustrated in colour with 240 images.
+
extras: FURFUR, a separate 120-page A5 zine with all new, exclusive interviews and imagery from more provocateurs of the EHR universe: including Alex Binnie, Antal Nemeth, Chris Carter, Colin Potter, Cosey Fanni Tutti, Drew McDowall, Gavin Semple, Ivan Pavlov, Jill Westwood, Jordi Valls, Matthew Levi Stevens, Paul Hurst and Christine Glover of Produktion, Robin Rimbaud and more TBC.
+ enamel pin badge designed by Elijah Burgher






Informação Completa: AQUI
Baseado em centenas de horas de entrevistas com membros dos Coil, Nurse With Wound e Current 93, assim como com seus contemporâneos, amigos e associados, England's Hidden Reverse ilumina uma zona cinzenta da cena underground inglesa, cujo trabalho assentou em peculiaridades britânicas através de ligações e afinidades que forjaram com gerações anteriores de marginais e outsiders das ilhas, tal como o escritor de teatro Joe Orton, escritores como os mortos e decadentes eric, Count Stenbock, o novelista místico extático Arthur Machen e figuras do ocultismo como Austin Osman Spare e Aleister Crowley.

Enquanto funciona como uma pesquisa obsessiva das biografias dos três grupos interrelacionados, England's Hidden Reverse trabalha também para seguir a trajectória das suas influências, explicando uma corrente inversa que fluía contra o mainstream. Escrito durante umm período de seis anos e com primeira edição em 2003, o livro fixa-se entre John Balance e Peter 'Sleazy' Christopherson, da original Threshol Huse dos Coil, em Chiswick e a escola dos velhos rapazes para os quais eles se mudaram em Weston-super-Mare, passando para Steven Stapleton dos Nurse With Wound e a sua quinta onde dava asas a uma arte visonária num ambiente propício, em Cooloorta, na parte Sul da Irlanda, para seguir para o telhado de uma casa em Muswell Hill, onde David Tibet dos Current 93 recebeu uma visão do Noddy crucificado no céu. A partir daí movimenta-se para a frente e para trás e cada vez mais apressadamente; Desde testemunha ocular das primeiras performances dos Whitehouse; à formação dos Throbbing Gristle e o nascimento da música Industrial; até aos últimos momentos do pintor visonário Charles Sims; para Angus MacLise, ex-dos Velvet Underground, tratando o seu poema Year como um trabalho de magia elementar; para Shirley Collins, AE Housman e Denton Welch e as correspondentes visões da Inglaterra na eternidade.

Há muito tempo esgotado e com a primeira edição a solicitar o gasto de "uma pipa de massa" pelos coleccionadores, esta, há muito antecipada, edição expandida aparece-nos completamente redesenhada, com muitas novas e nunca vistas fotografias e memorabilia. Apresenta também dois capítulos, um resumo final de como o Reverso mudou a bússola desde a altura em que primeira edição foi publicada e um novo Capítulo Zero, intitulado Crime Calls For Night, onde Keenan apresenta um forte argumento que traça a urgência e validade transgressiva que animou a cultura industrial desde a arte das cavernas do Paleolíotico através do punk e do rock 'n' roll, até à música noise contemporânea.

Acerca Do Autor
David Keenan é um autor e crítico com base em Glasgow - Escócia. Foi um colaborador regular da revista The Wire nos anteriores 20 anos. Desde 2005 a 2015 co-geriu a Volcanic Tongue, uma distribuidora online de música e literatura dedicada à divulgação e apresentação de música underground contemporânea. A sua obra inicial This Is Memorial Device foi publicada pela Faber em 2017.









Based on hundreds of hours of interviews with members of Coil, Nurse With Wound and Current 93 as well as contemporaries, friends and associates, EHR illuminates a shadowy English underground scene whose work accented peculiarities of Englishness through the links and affinities they forged with earlier generations of the island’s marginals and outsiders, such as playwright Joe Orton, writers like death decadent Eric, Count Stenbock, ecstatic mystic novelist Arthur Machen and occult figures like Austin Osman Spare and Aleister Crowley.


While functioning as an obsessively researched biography of the three interrelated groups EHRalso works to track the trajectory of their influences, explicating a reverse current that runs counter to the mainstream. Written over a period of six years and first published in 2003, the book flits between John Balance and Peter ‘Sleazy’ Christopherson of Coil’s original Threshold House in Chiswick and the old boys’ school they later moved to in Weston-super-Mare to Steven Stapleton of Nurse With Wound’s goat farm and visionary art environment in Cooloorta in Southern Ireland to the roof of a house in Muswell Hill where David Tibet of Current 93 receives a vision of Noddy crucified in the sky. From there it moves further back and faster; to eye witness accounts of early Whitehouse performances; to the formation of Throbbing Gristle and the birth of industrial music; to the last moments of the visionary painter Charles Sims; to Angus MacLise, ex-of the Velvet Underground, casting his poem Year as a work of elementary magic; to Shirley Collins, AE Housman and Denton Welch’s visions of England in eternity.

Long out of print and with the first edition demanding serious money from collectors, this much-anticipated expanded edition comes completely redesigned, with many new and previously unseen photographs and ephemera. It also comes with two new chapters, a final summing up of how the Reverse has changed gear since the book was first published and a new Chapter Zero entitled Crime Calls For Night where Keenan presents a daring argument that traces the transgressive urge that animates industrial culture all the way from Palaeolithic cave art through rock n roll and punk rock and up to contemporary noise music.

About the Author
David Keenan is an author and critic based in Glasgow Scotland. He has been a regular contributor to The Wire magazine for the past 20 years. From 2005 to 2015 he co-ran Volcanic Tongue, an online retailer and magazine dedicated to the enthused presentation of contemporary underground music. His debut This Is Memorial Device was published by Faber in 2017.








15.12.17

Livros sobre música que vale a pena ler - Cromo #71: Luigi Russolo - "A Arte Dos Ruídos - Manifesto Futurista, 1913"


autor: Luigi Russolo
título: A Arte Dos Ruídos - Manifesto Futurista, 1913
Tradução: Miguel Martins
(seguido de: "A Faviola Da Medusa: Prolegómenos, Ou Embalagem De Iogurte Com Arco", de Miguel Martins)
editora: momo
nº de páginas: 48
isbn: 978-989-98764-0-8
data: 2013
depósito legal nº367992/13

Edição Limitada de 333 Exemplares numerados à mão.
A minha é a cópia 214



[...] Por outro lado, o som musical é demasiado restrito, quanto à variedade e à qualidade dos seus timbres. Podemos reduzir as orquestras a quatro ou cinco categorias de instrumentos diferentes, quanto ao timbre do som: instrumentos de cordas tocadas com arco, de cordas dedilhadas, de sopro em metal, de sopro em madeira, instrumentos de percussão. A música detém-se nesse pequeno círculo e esforça-se em vão por criar uma nova variedade de timbres. 
É PRECISO ROMPER A QUALQUER PREÇO ESSE CÍRCULO RESTRITO DE SONS PUROS E CONQUISTAR A VARIEDADE INFINITA DOS SONS-RUÍDOS.
Cada som comporta em si um núcleo de sensações já conhecidas e usadas que predispõem o ouvinte para o aborrecimento, malgrados os esforços dos músicos inovadores. Todos amámos e desfrutámos das harmonias dos grandes mestres. Beethoven e Wagner agotaram deliciosamente o nosso coração durante muitos anos. Estamos saciados disso. É POR ESTE MOTIVO QUE OBTEMOS INFINITAMENTE MAIS PRAZER AO COMBINARMOS IDEALMENTE OS RUÍDOS DOS CARROS ELÉCTRICOS, DOS AUTOMÓVEIS, DE VEÍCULOS E DE MULTIDÕES ULULANTES DO QUE AO ESCUTARMOS DE NOVO, POR EXEMPLO, A "HERÓICA" OU a "PASTORAL" [...]








8.12.17

Livros sobre música que vale a pena ler - Cromo #70: Luís Jerónimo e Tiago Carvalho (compilação) - "Escritos de Fernando Magalhães - Volume X: 2002"


autor: Luís Jerónimo e Tiago Carvalho (compilação) - Prefácio: Luís Jerónimo
título: Escritos de Fernando Magalhães - Volume X: 2002
editora: Lulu Publishing
nº de páginas: 428
isbn: none
data: 2017



PREFÁCIO
Este livro, ou melhor esta colecção de 13 livros, com uma média de mais de 400 páginas cada, é uma homenagem a um dos críticos que, em Portugal, mais fez pela divulgação das músicas não comerciais e não convencionais, sobretudo as músicas de cariz electrónico, experimental e industrial, do rock progressivo, do krautrock e da folk, não sem uma pitada de admiração e fascínio pelo obscuro e bizarro do lado humano vertido em notas musicais e ruído puro.
Aliás, os terrenos que mencionamos e que constituíam o especial interesse do crítico, falam por si. Alguns aparentemente antagónicos (a folk e o krautrock, por exemplo), eles encerram toda uma filosofia e modo de estar na música: O prazer e inquietude da descoberta, mas sempre assente em bases sólidas do passado, da história de toda a música. O seu conhecimento enciclopédico, no bom sentido do termo, permitia-lhe discorrer com facilidade sobre quase todos os géneros musicais e, por vezes (temos pena!) desmascarar críticos e músicos que julgavam estar a “descobrir a pólvora” quando há décadas que alguém já tinha feito o que eles agora julgavam inovador e original.
Também o Krautrock foi sempre uma das suas (e minhas, já agora) enormes paixões e seguiu este movimento inovador desde a sua explosão nos anos 70 até às ramificações que ainda hoje fazem sentir os seus efeitos no panorama musical.
Precocemente desaparecido do nosso convívio, em 2005, é importante que o seu trabalho não caia no desconhecimento e seja divulgado (por vezes recordado) entre aqueles a quem ele abriu novas portas de conhecimento e sonho, bem como a todos os jovens, e menos jovens, que amam a música e que nestes milhares de páginas que já publicámos encontrarão um “emaranhado” de onde, uma vez entrados nunca mais sairão… sentindo-se felizes pelas maravilhosas descobertas musicais que o caminho percorrido lhes desvendará. É esse o sentido do trabalho que temos (eu e o Tiago Carvalho) vindo a desenvolver há quase uma década. Este é o volume 10, respeitante aos escritos do ano de 2002. Faltam-nos três volumes (ano de 2003, ano de 2004 e 2005 e volume extra, com sobras, intervenções no fórum sons, famosas listas de melhores discos (há muitas e boas) e um índice remissivo de todos os volumes. Pouca coisa nos terá escapado, temos quase a certeza. Uma obra quase completa, portanto. Milhares e milhares de páginas duma escrita fluida e inteligente, corrosiva e afectuosa, sobretudo apaixonada e sapiente.
Senhor de um conhecimento musical infindo, estamos na presença de um crítico superlativo, devido a vários factores, dos quais saliento a enorme capacidade de exposição das suas ideias através da sua escrita bastante criativa e original, sempre fundada num enquadramento histórico, sociológico e filosófico (ramo da sua formação universitária) só ao alcance de uma pessoa com uma formação sólida naqueles domínios. Tudo isto sempre com uma enorme humildade e prontidão em informar com rigor, criticar com conhecimento de causa e esclarecer os humildes leitores que se lhe dirigissem com qualquer tipo de dúvida ou pedido.
Conheci‐o nos anos 80, quando o encontrei algumas vezes no atendimento da discoteca Contraverso, no Bairro Alto, sempre pronto a aconselhar a audição e a perorar, sobre as novidades musicais que mais o tinham impressionado, duma forma apaixonada.
Mais tarde tornar-se‐ia jornalista do diário de referência Público, até ao fim da sua vida, onde segui desde sempre os seus escritos nesse jornal, colecionando-os avidamente.
Lembro‐me de uma vez atender o telefone e perceber, atónito, que, do lado de lá, o jornalista me contactava para me responder a umas questões de âmbito musical que tinha colocado, por carta, para o jornal. Tinha indagado o meu número de telefone pela morada (penso) e prontificou‐se a contactar‐me. Esta atitude de permanente disponibilidade diz muito do profissionalismo e dedicação à causa.
A esmagadora maioria da produção escrita que realizou foi publicada no jornal Público. Já antes acompanhava os seus textos e sei assim que escreveu no jornal Blitz e no saudoso jornal LP, além do fanzine de referência Ibérico, dos irmãos Somsen, ligados à RUT (onde o FM chegou a ter um programa) e à Ananana, para além de outros projectos radiofónicos e não só. Chegou a participar num programa radiofónico da XFM, que colocámos no Mixcloud. Foi ainda o maior animador do fórum sons, aberto na internet pelo Público, onde moderou e participou activamente em discussões intermináveis e interminavelmente interessantes sobre tudo o que à música diz respeito. No entanto, também o fórum foi encerrado, pelo que termos de procurar aí pela net, nas caches do google. Recuperámos alguns desses textos mais interessantes, que publicaremos no futuro, como acima referimos. Mas, neste caso, se alguém tenha gravado os / alguns dos posts e esteja pronto a disponibilizá‐los, agradecemos. Nesta versão digital da sua intervenção não temos tudo, nem lá perto, ao contrário da produção escrita e publicada em papel. Caso exista mais alguma publicação em que tenha espraiado o seu conhecimento e paixão musicais, seria bom, na minha opinião, que alguém que tenha acesso a esses textos, os publicasse também.
Para que a memória não se perca.




indiceFM_Vol10 by luisje on Scribd




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...