autor: Frans De Waard
título: This Is Supposed To Be A Record Label
editora: Korm Plastics
nº de páginas: 228
isbn: 9-789059-398436
data: 2019 (2ª Edição) - Second Expanded Version
(1ª Edição de 2016)
THIS IS SUPPOSED TO BE A RECORD LABEL
(ISTO É SUPOSTO SER UMA EDITORA MUSICAL)
A Staalplaaat foi em tempos uma das maiores editoras independentes dedicada à música experimental e electrónica, e casa-mãe de bandas como os Muslimgauze, :zoviet*france:, Rapoon, O Yuki Conjugate assim como de Jaap Blonk, Normally Invisible e Kingdom Scum. Com uma média de três novas edições a cada mês, a Staalplaat foi um dos maiores “players” da cena musical underground durante duas décadas. Contratado em 1992 para criar uma base de dados e comprar e vender música nova, Frans de Waard [dos Kapotte Music, Bequeen e da etiqueta Korm Plastics] assumiu também, gradualmente, o papel [não oficial] de director de negócios e A&R da editora. Em 2003 decidiu que já estava farto e desistiu, abandonando a editora.
Este livro conta a sua história, de muitos altos assim como outros tantos baixos que se revelam sempre que se trabalha numa pequena editora independente: confrontos embaraçosos com músicos, outras editoras, distribuidoras, e os gastos sem-fim efectuados com as mais extraordinárias e originais capas de CD jamais vistas.
Inclui ainda uma entrevista com o fundador da Staalplaaat, Geert-Jan Hobjin, uma transcrição de uma entrevista para uma estação de rádio, dada pelos Muslimgauze, um relatório das actividades da Staalplaat durante a década de 1990, e uma discografia da editora, entre muitas outras coisas, nomeadamente histórias rocambolescas.
Para todos os interessados na cena musical experimental, ou para quem quer ler uma história louca, engraçada e triste de uma pequena editora musical em luta permanente pela sobrevivência.
SECOND EXPANDED VERSION
(SEGUNDA EDIÇÃO/VERSÃO EXPANDIDA)
KORM PLASTICS
Frans De Waard
This Is Supposed To Be A Record Label
Staalplaat:
Eleven Years Of Distortion In The Independent Music Industry
Frans de Waard
Isto É Suposto Ser Uma Editora Musical
Staalplaat:
Onze Anos de Distorção Na Indústria Musical Independente
Prefácio
Quando eu estava na Rússia com os Bequeen em 2011 perguntaram-me muitas coisas acerca dos Muslimgauze. Isso não era uma coisa rara – costumava acontecer muito. Enquanto andávamos a cirandar à volta de Yaroslavl com o nosso anfitrião russo, os Muslimgauze emergiram como um tópico e eu contei-lhe o que pensava de Bryn [aka Muslimgauze] em termos nada dúbios. Mais tarde, Freek Kinkelaar dos Bequeen disse que eu deveria ter cuidado porque alguém poderia escrever o que eu dizia e colocar isso na Internet. Respondi-lhe que poderia sempre dizer que tinha havido um mal-entendido na tradução, mas fiquei com a ideia na cabeça para um livro acerca do tempo que passei na Staalplaat.
Enquanto lá estive, e por um longo período após, as pessoas apelidavam-me do génio por detrás da editora, o homem do poder na casa, o único tipo confiável, um idiota, um filho da mãe e ‘o gajo que deu início àquilo tudo’. Bem, algumas dessa coisa são verdadeiras, mas a última é a mais incorrecta de todas. A Staalplaat começou em 1982, muito antes de eu ter entrado. Estas são algumas das minhas memórias dos onze anos em que lá estive, de 1992 a 2003, portanto esta história não tem um princípio e um fim reais. Percebi que poderia estar a ser um “spoiler” para alguns, mas na verdade foi assim. Não esperem nada acerca dos concertos ao vivo da década de 80, nada acerca dos Laibach, Last Few Days, do mistério da cassette dos Current 93 / Nurse With Wound [com o nome gralhado na capa], nada acerca do famoso N.L. Centrum, ou dos hábitos das drogas dos Die Form. Eu não estava lá. Pelas mesmas razões, o meu conto acaba em 2003, quando saí.
Duvido que muita papelada tenha sobrevivido de forma a poder escrever uma história mais objectiva, o “conto do contabilista’, se assim lhe quiserem chamar: ‘No dia em que editámos este CD e obtivemos esta resposta, e vendemos tantas cópias’. Não é essa história que eu quis contar, de qualquer forma. A minha ideia foi a de partilhar uns quantos pontos brilhantes e visões mais por dentro sobre a maneira como uma companhia completamente contra-do-mercado operava. Se outra pessoa alguma vez escrever uma história sobre o seu tempo na Staalplaat, antes, durante ou depois da minha estada por lá, então será, com toda a certeza, uma muito diferente história.
Comecei a escrever de memória e ocasionalmente consultei uma pasta de velhos e-mails do meu computador. Jolanda Kempers leu um rascunho inicial, mas eu estava ansioso para que outras pessoas ‘perto do fogo’ o lessem também. Howard Stelzer fez comentários pertinentes ao longo de todo o processo de escrita. Na parte final do processo, Peter Felur deu-me uma velha base de dados do Filemaker, com 11000 cartas, faxes, e emails mais antigos, dos quais retirei livremente mais alguma informação. Foi a minha fonte de algumas histórias há muito tempo esquecidas, de que nunca me lembraria de outra forma, por isso o meu muito obrigado por isso a Mr. Fleur. Pessoas com quem me encontrei aquando das minhas digressões e em eventos partilharam comigo as suas memórias da Staalplaat, algumas das quais estãoplasmadas neste livro. Entrevistei Geert-Jan várias vezes através do Skype e foi bom ouvir os seus pontos de vista, com o benefício adicional da distância em termos de espaço e tempo. Contei montes destas histórias do passado à minha filha Elise e à minha amiga Astrid, ambas completamente estranhas a este mundo da Staalplaat e à sua música, que as ouviram com expressões divertidas, mas agora podem lê-las impressas (como se elas estivessem interessadas!) as vezes que quiserem.
Mark Poysden melhorou o meu inglês macarrónico e providenciou conselhos valiosos sobre como escrever um livro. Tenho a esperança que da próxima vez que escrever um livro o farei melhor por mim próprio e não terei de me basear no apoio financeiro das seguintes excelentes pessoas: Paul Mols, Dan Armstrong, Alexander Prill, Gert-Jan Awater, Maurice van Dongen, Henk Zweering, Martijn Hohmann, e Aschwin and Chana de Wolf. Sem eles o que escrevi poderia ser muito mais difícil de compreender… por vezes.
Não quis fotos de músicos e utilizei uma muito pequena quantidade dos trabalhos artísticos usados nas nossas edições. Podem achar isto estranho, uma vez que muita da fama da Staalplaat proveio da beleza das suas embalagens discográficas, mas se quiserem ver muito a esse respeito podem fazê-lo facilmente na Internet – apesar de todas as suas falhas o Discogs está bastante completo. Em vez disso preferi os instantâneos da nossa vida diária na Staalplaat, por isso o meu muito obrigado a Jolanda Kempers e a Dan Armstrong, que habitualmente andavam sempre com máquinas fotográficas, assim como Roger NBH. Este livro é sobre todas aquelas coisas que vocês não conseguirão obter online.
Para mim, os anos mais importantes da Staaplaat, a sua vasta expansão e ‘domínio mundial’ [tal como um dos nossos carregadores de malas se nos referiu uma vez] ocorreu nos anos 90, e eu tenho muito orgulho em ter feito parte como contribuinte para essa viagem na crista da onda. Estas são as minhas memórias, esta é a minha versão da história e, para parafrasear outro carregado da Staalplaat [e, de facto, John Cage], “A minha memória do que aconteceu não foi o que aconteceu.” Tony Wilson citando uma deixa de um filme de John Ford, The Man Who Shot Liberty Valance [1962], disse, “Quando tens de escolher entre a verdade e a lenda… imprime a lenda.”
Mas chega de citações, vamos então à lenda.
228 páginas
Korm Plastics
Website: www.kormplastics.nl
e-mail: contact@timeless-shop.com
copyright 2016 Timeless Editions & Frans de Waard
copyright 2019 Korm Plastics & Frans de Waard
copyright do texto: Frans de Waard
Editor do texto: Mark Poysden
Design: Alfred Boland
ISBN: 9-789059-398436
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