autor: Luís Jerónimo (compilação, introdução e prefácio)
título: Escritos de Fernando Magalhães / 1997 - inclui as famosas listas
editora: Lulu Publishing
nº de páginas: 260
isbn: 978-1-4710-1638-7
data: 2011
sinopse:
Introdução:
O capítulo 1 é o coração do livro, constituído por mais de 200 críticas a álbuns saídos durante o ano de 1997, a maioria deles da melhor safra desse período.
No capítulo 2 apresentam-se algumas entrevistas a protagonistas desse ano, principalmente baseadas nos seus trabalhos saídos em 1997 e criticados no capítulo anteior.
O capítulo 3 é composto por artigos de opinião, alguns de fundo, sobre trabalhos discográficos saídos em 1997, reedições masterizadas de trabalhos importantes e históricos saídos em décadas anteriores, principalmente os anos 60 e 70, caixas, compilações e colectâneas de artistas que fizeram a história da música popular.
Há ainda a destacar neste capítulo um dossier completo sobre o Krautrock, um dos géneros musicais mais apreciados por Fernando Magalhães, e que no preciso ano de 1997começava a ver reemergir um interesse por parte do público e da crítica, depois da travessia no deserto de mais de 20 anos, provocada pela explosão do punk em meados da década de 70. Este dossier é complementado por uma entrevista a um dos protagonistas mais importantes desse "movimento" - Jaki Liebezeit, baterista dos míticos Can - e a um dos herdeiros musicais do género, Stefan Schneider, membro dos Kreidler e dos To Rococo Rot, legítimos prosseguidores da inquietude, originalidade e experimentação, característicos do Krautrock.
Finalmente o capítulo 4 é preenchido com algumas dezenas de páginas de listas. Sim, o Fernando, como todos os apaixonados por alguma coisa, era coleccionador e, quase por inerência dessa condição, aquilo a que chamamos "um maluquinho das listas". Listas dos melhores, claro. Temos as listas dos melhores das décadas de 60, de 70, de 80, de 90, de 99, do Krautrock, doo Progressivo.
Completamos ainda este capítulo com alguns textos que surgiram no Fórum sons, onde, nos últimos anos da sua vida, passou grande parte do seu tempo, exprimindo opiniões, tirando dúvidas, ajudando todos os que o solicitavam, e eram muitos, em qualquer assunto relacionado com a música popular dos últimos 40 anos.
É nestes textos, mais descomprometidos, menos 'oficiais' que ele mostra toda a sua verve, com comentários impagáveis, mas ao mesmo tempo certeiros sobre a arte sublime de alguns músicos e grupos, mas onde, também, de forma mais ou menos subtil, desfazia completamente alguns dos mitos da música popular, e desmascarava a sua mediocridade muitas vezes embrulhada com papel brilhante mas sem nada de palpável por dentro. Apresentamos aí alguns exemplos do que referimos.
São pois mais de duzentas páginas para usufruir com prazer, para consultar e, sobretudo, como o Fernando quereria, para descobrir alguma da melhor música que se fez desde os anos 60, e consumi-la com paixão.
Seguir-se-ão, à medida do tempo disponível, os volumes correspondentes aos anos de 1998 até 2005.
Prefácio
Este livro é uma homenagem a um dos críticos que, em Portugal, mais fez pela divulgação das músicas não comerciais e não convencionais, sobretudo a música de cariz electrónico, experimental, industrial, do rock progresivo ao krautrock e da folk.
Aliás, os terrenos que mencionamos e que constituíam o especial interesse do crítico, falam por si. Aparentemente antagónicos (a folk), eles encerram toda uma filosofia e modo de estar na música: O prazer e inquietude da descoberta, mas sempre com bases sólidas no passado e na história.
Também o Krautrock foi sempre uma das suas enormes paixões e seguiu este movimento inovador desde a sua explosão nos anos 70 até às ramificações que hoje ainda se fazem sentir no panorama musical.
Precocemente desaparecido do nosso convívio, em 2005, é importante que o seu trabalho não caia no esquecimento e seja divulgado entre aqueles a quem ele abriu novas portas de conhecimento e sonho, bem como a todos os jovens que amam a música.
Senhor de um conhecimento musical infindo, tratava-se de um crítico superior devido a vários factores, dos quais saliento a enorme capacidade de exposição das suas ideias através da sua escrita bastante criativa e original, sempre fundada num enquadramento histórico e sociológico só ao alcance de uma pessoa com uma formação sólida naqueles domínios. tudo isto sempre com uma enorme humildade e prontidão em informar e esclarecer quem se lhe dirigisse com qualquer tipo de dúvida ou pedido.
Conheci-o nos anos 80, quando o encontrei algumas vezes no atendimento da discoteca Contraverso, no Bairro Alto, sempre pronto a aconselhar a audição e a perorar sobre as novidades musicais que mais o iam impressionando.
Depois tornou-se jornalista do diário de referência Público e segui desde sempre os seus escritos nesse jornal.
Lembro-me de uma vez atender o telefone e perceber, atónito, que do lado de lá, o jornalista me contactava para me responder a umas questões de âmbito musical que tinha colocado, por carta, para o jornal. Tinha indagado o meu nº de telefone pela morada e prontificou-se a contactar-me directamente. Esta atitude de permanente disponibilidade diz muito do profissionalismo e dedicação à causa.
São (alguns d)os textos que publicou no jornal Público, nos seus vários suplementos musicais, desde 1997 (Pop & Rock, Sons, Y) que agora pretendo divulgar. Para não perdermos a memória.
Penso que a esmagadora produção escrita que realizou foi publicada no jornal Público. Sei que escreveu imenso no Fórum Sons desse mesmo jornal. No entanto o fórum foi encerrado, pelo que temos de procurar aí pela net, nas caches do Google. Ou esperar encontrar alguma alma caridosa que tenha gravado os posts e esteja pronta a disponibilizá-los. Casoo exista mais alguma publicação em que tenha espraiado o seu saber e paixão musicais, seria bom, na minha opinião, que alguém que tenha acesso a esses textos, os publicasse também.
Outros textos de outros anos, no meu blogue: http://www.profelectro.info/fm/
Livro disponível em: http://www.lulu.com/shop/luis-jer%C3%B3nimo/escritos-de-fernando-magalh%C3%A3es-1997/ebook/product-18762117.html (o número de páginas está errado - são, como refiro no início deste post, 260). Mas quem quiser o pdf free, basta solicitá-lo para o meu email.
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