15.4.24

Livros sobre música que vale a pena ler - Cromo #109: José António Moura - "Cadernos De Divulgação - Teoria E Prática 1.1"


 

autor: José António Moura
título: Cadernos De Divulgação - Teoria E Prática 1.1
editora: Marte Instantânea
nº de páginas: 100
isbn: N/A
data: 2023
1ª Edição - Primeira tiragem de 70 exemplares



Capa:

Cadernos De Divulgação

Teoria e Prática 1.1

 

Pg. 3

«Tem de se viajar bastante ou mudar para outro local para se apreciar plenamente tudo o que a vida tem para oferecer. Também tem de se envelhecer. A idade e a perspectiva têm uma maneira de remodelar continuamente a nossa narrativa pessoal. As perspectiva mudam, tal como os modos como vemos a história. Quando se tenta seguir uma linha, pertencer – estás a tentar ser como toda a gente, mas és uma criança. Não tens dinheiro, mas tens capacidade de acção.»

Jon Winfield Nicholson (S.S.P.S.), The Life And Times Of Gigi Black, 2023

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 Todas as imagens digitalizadas para a escala de cinza a partir de objectos de arquivo pessoal.

 José António Moura: textos (excepto onde creditado ou óbvio), recolha e manipulação de imagens, composição gráfica, paginação, tradução, revisão (assistida por Pedro Santos).

 Na face: Aspecto de Aqua Regis / Panic / Tainted Love (Coil, 1985).

Página 2: Composição a partir de capa de Dirtdish (Wiseblood, 1987).

Página 99: The Unacceptable Face of Freedom, LP (Test Dept., 1986).

No verso: Composição a partir das capas de That Total Age (Nitzer Ebb, 1987), Come Before And Murder Love (Death In June, 1985), Shoulder To Shoulder (Test Dept., 1985).

 Impresso em risografia no estúdio DESISTO. Primeira tiragem de 70 exemplares.

 Marte Instantânea, 2023

 Pg. 4

(em baixo) ID de todas as emissões do Refúgio.

- 01: Normal.

- 02: Normal.

- 03: Mini-destaque para instrumentais.

- 04: Normal.

- 05: Normal.

- 06: Passatempo com oferta de 3 postais de bandas.

- 07: Normal.

08: Normal.

- 09: Primeira emissão com 2 horas. Rodagem integral – The Hollow Men – Tales Of The Riverbank.

- 10: Rodagem integral – The Legendary Pink Dots – Island Of Jewels. Mini-destaque “música pesadona”.

-11: Rodagem integral – Chumbawamba – Pictures Of Starving Children Sell Records.

- 12: Rodagem integral – Coil – Horse Rotorvator.

- 13: Rodagem integral – Stockholm Monsters – Alma Mater.

- 14: Rodagem integral – Trisomie 21 – Chapter IV.

- 15: Rodagem integral Venus In Furs – Real More Fibre.

- 16: Destaques Play It Again Sam ! e Siglo XX.

- 17: Destaque Einstürzende Neubauten. Porcópia 1.

- 18: Mini-destaque Skinny Puppy. Porcópia 2.

- 19: Mini destaque Princess Tinymeat. Porcópia 3.

- 20: Especial Electrónica 1 (mini-destaque Neon Judgement). Porcópia 4.

- 21: Especial Electrónica 2 (Front 242). Porcópia 5.

- 22: Especial obscuro e fúnebre (mini-destaque Clair Obscur). Porcópia 6.

- 23: Destaque Poésie Noire. Porcópia 7.

- 24: Emissão fúnebre parte II. Porcópia 8.

- 25: Destaque In The Nursery. Histórias e Poesia. Porcópia 9.

- 26: Telefonemas falsos. Porcópia 10.

- 27: Especial Siglo XX.

- 28: Normal.

- 29: Especial Antler Records.

- 30: Especial Clan Of Xymox.

- 31: Destaques Bourbonese Qualk e The Klinik. Balanço 1987. Passatempo com oferta de autocolantes.

- 32: Normal.

- 33: Normal.

- 34: Normal.

35: Skinny Puppy – história e discografia. Agradecimentos 1987.

- 36: Priemira emissão aos Domingos, regresso a 1 hora (19h-20h). Spoken word misturado com música.

- 37: Spoken word misturado com música.

- 38: Spoken word misturado com música.

- 39: Especial industrial / pós-industrial.

- 40: Normal.

- 41: Normal.

- 42: Normal.

- 43: “Da submersão dos ecos à exumação dos sons”.

- 44: “Exaltação ao ruído”.

- 45: Normal.

- 46: Normal.

- 47: Normal.

- 48: Normal.

 

Páginas de texto e imagens que assinalam muitos anos de divulgação de música. Demonstra-se como, a partir da perspectiva de fã, se circula para outros papéis mais activos. Nada se inventa, propriamente, mas tudo se ergue do nada. Como em outros percursos, são as ligações que se fazem que identificam a personalidade, são as escolhas de umas coisas em detrimento de outras, incontáveis vezes, que distinguem o nosso percurso de outros. Curiosidade, anotações, cópia, iniciativa e aprendizagem com quem já fazia o mesmo. Benefício da generosidade de pessoas que abriram portas, facilitaram contactos, gravaram e emprestaram música, deram oportunidades. Sem elas, tudo seria mais difícil e menos interessante.

O arquivo espelha o percurso e as sensações com bastante evidência e, por isso, o texto está ao seu serviço, não funciona em autonomia nem se reclama biográfico. Por isso, também, encontra-se fragmentado de acordo com a sequência cronológica / temática das imagens, frequentemente como legenda. Ainda assim, espera-se fluído e suficientemente elucidativo.

O benefício da perspectiva possibilita o olhar crítico actual, utilizado com medida, sem desmanchar os avanços originais.

Fetiche na apresentação quase integral das folhas de emissão e textos de apoio para o programa de rádio Refúgio, documentando sem filtro o trabalho, erros e pequenos apontamentos do momento. Para orientação técnica no decorrer das emissões, os formatos eram escritos à frente de cada título. Regra geral, as imagens ilustram nomes nas playlists e provêm de discos que, na época, rodavam essencialmente em cassete,

 

PARTE 2

Rádio Urbana, Antler, Bourbonese Qualk, In The Nursery, Poésie Noire, Princess Tinymeat, Flux, Skinny Puppy, Perennial Divide, Sisterhood, Xymox, Gouldthorpe & Hinkler, playlists, etc.

 

Primavera 1987. Idade: 18 Anos. Refúgio foi nome de programa de rádio semanal, Sábados à noite, duração de uma hora. Acontecia na Rádio Urbana (105.4 FM), em Almada, que ocupava uma loja no Centro Comercial M. Bica. Contacto feito através de uma amigo (Fernando Ferreira) que na rádio já fazia a Zona Informática. O genérico do Refúgio começou por ser Mike Oldfield, “The Trap”, depois assentou em Coil, “Clap”. Divulgação de discos comprados e muitos outros gravados em cassete por amigos e colegas. Mais tarde, também discos promocionais enviados por editoras e artistas que se contactavam por carta. Emissões em co-apresentação com Pedro Caiola.

A partir da emissão 9, o programa passa a ter 2 horas. Inicialmente, por falta de discos suficientes, adopta-se na segunda hora a rodagem integral de um álbum. Começam também a ser feitos destaques mais longos a bandas, editoras ou géneros. A partir da emissão 17, Pedro Caiola escrevia e lia ao microfone o folhetim “Os Traumas de Porcópia Apaixonada”. Postura artística própria do tempo, complemento ‘intelectual’ para a música. Durou 10 episódios. A partir da emissão 36, regresso ao formato de uma hora apenas e em novo dia e horário: Domingos, 19-20h. Última emissão registada na Rádio Urbana é a n.º 48 em 10 de Março de 1988. Nos primeiros meses, necessidade de escrever quase todas as intervenções ao microfone. Amadorismo e ingenuidade frequentes nos textos, as tentativas de aligeirar com humor o facto de a música ser frequentemente agressiva ou difícil. Ainda, erros na informação decorrentes da falta de fontes, fraqueza que viria progressivamente a melhorar com os contactos directos com publicações, artistas e editoras











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