Hans-Joachim Roedelius
30 anos de carreira - entrevista por Stephen Kiffe
LINK (durch die wueste)
LINK (after the heat), com Brian Eno (password = posted_first_at_chocoreve)
LINK (Roedelius - Global Trotters Project, volume I Drive)
LINK (Harmonia 76), com Michael Rother, Dieter Moebius e Brian Eno
LINK (Inlandish), com Tim Story
AQUARELLO,
SK - Neste país, a indústria musical viveu uma controvérsia nos media quando o governo de Blair decidiu negar benefícios estatais para músicos “desempregados”. Os críticos alegam que, para aqueles que compõem os seus primeiros acordes e fazem as suas primeiras actua para ganhar experiência, a medida ameaça estrangular os novos talentos ainda antes de conseguirem assegurar o seu primeiro contrato de gravação. Acham que os jovens músicos têm apoio financeiro suficiente?
H-JR - Eu penso que não. Quando comecei como músico e compositor vivia uma vida muito marginal. Nunca tive dinheiro suficiente e sempre toquei instrumentos de uma qualidade técnica muito baixa. durante vários anos tive de viver “na rua”, frequentemente numa carrinha, com outras 2 pessoas. Era, em muitos aspectos, duro mas muito formativo viver neste estilo de vida improvisado. Foi útil para a minha consciência e para o meu coração. Permitiu-me evoluir para aquilo que eu queria fazer - tocar música, compor e actuar.
SK - Através das suas notas nos livretos dos CDs dos últimos 10 anos, tem agradecido cosistentemente ao Alban Berg Endowment pelo seu suporte finaceiro.
HJR - Mas lembre-se, isto foi 20 anos antes de ter obtido o apoio do fundo do Endowment. Não penso que o suporte fianceiro que estou a receber agora me tenha ajudado a desenvolver as minhas capacidades na altura. Precisamos da experiência da vida. Acho que é útil aprender como improvisar a nossa vida, a testar as nossas capacidades e gerir os nossos talentos à procura do Zeitgeist. A arte precisa da experiência humana mais do que qualquer outra coisa.
SK - Quanto significa o Endowment para si?
H-JR - Eu não teria sido capaz de conseguir o que consegui desde 1988 sem o suporte do endowment. Obtive todo o meu equipamento de gravação deles: uma mesa de mistura de 8 pistas, um Proteus FX, um Kurzweil K 1000, colunas, um piano e muito mais. Tenho estado numa posição muito favorável pois o endowment não me diz como devo trabalhar. Estou autorizado a fazer o que quero. Isto é um inestimável golpe de sorte. Espero dar o meu melhor em troca.
SK - Deve saber a história que está por detrás disto. Alan Berg era um respeitável compositor do seu tempo, mas por vezes ele mal conseguia dinheiro para tocar a sua música. De vez em quando tinha de vender parte da sua propriedade para finaciar uma actuação.
H-JR - Alban e a sua mulher, Helene, não tinham filhos. Então decidiram doar toda os seus lucros musical, como legado, a uma fundação com o fim de apoiar compositores e músicos da escola “twelfth-tone”. Helene juntou todos os tostões provindos da sua música mas não se preocupou nada consigo própria. Ela não comia o suficiente e vivia uma vida ascética, sem aquecimento na sua casa durante o Inverno. Tenho muito respeito por Helene Berg. Foi o seu idealismo e força que tornaram a fundação possível e me ajudaram assim a criar a minha música.
SK - Olhando agora o futuro, planeia compilar um CD de MUSIC FOR UNBORN BABIES. Isso soa como se tivesse sido o tipo de música que eu deveria ter tocado à minha filha quando ela estava ainda na barriga da mãe!?
H-JR - Muito do meu trabalho podia facilmente ser tocada amães grávidas para relaxação. A nossa filha nasceu em casa em frente da lareira acesa enquanto o meu SELBSPORTRAIT tocava. Assim, eu quero compilar um CD usando peças cuidadosamente escolhidas da série SELBSPORTRAIT e de outros trabalhos tais como PINK, BLUE AND AMBER, GIFT OF THE MOMENT e FRIENDLY GAME. Há ainda fitas desse tempo deixadas de lado na altura e algumas novas peças que posso adicionar ao CD.
SK - A sua série SINFONIA CONTEMPORA tem maravilhado muitos ouvintes por pegar na tradição clássica da música sinfónica e deixá-la respirar uma nova vida usando as suas estruturas para compor música electrónica de vanguarda. Tem alguns planos para juntar às duas sinfonias que produziu até agora? Se sim, como vão elas promover as suas ideias?
H-JR - Já juntei material suficiente para completar a minha terceira sinfonia. Eu não reflicto em desenvolver as minhas ideias. Faço apenas aquilo que faço. A terceira sinfonia pode ser como certas partes da primeira e da segunda na sua estrutura e ingredientes - tais como o uso do ruído. A única questão para mim é a autenticidade. Se há um fio ou um plano ou algo que concorde comigo então eu sigo por aí. Se puder ser entendido por uma outra pessoa que seja então é suficiente.
SK - O seu último CD, AQUARELLO, foi editado pelo antigo jornalista da NME, Felix jay. Os seus fans britânicos estão curiosos em saber como chegaram à situação de trabalharem juntos.
O Felix Jay foi, e ainda é, um jornalista e musicólogo. Há anos ele escreveu um artigo acerca do meu grupo, os cluster, que mostrava uma profunda compreensão do nosso trabalho. Então eu escrevi-lhe solicitando-lhe um encontro. A nossa amizade e colaboração começou aí. O primeiro favor que me fez foi levar a cassette de GIFT OF THE MOMENT à EG Records. Anthea Noeman-Taylor (a mulher de Brian Eno) que, na altura, trabalhava para a EG, assinou um contrato comigo então. Passado pouco tempo, Felix e eu começámos a colaborar na composição através da troca de fitas magnéticas por correio. O primeiro resultado palpável foi TO COVER THE DARK, em Aquarello, que foi editado em 1993. Para além disso, no CD de Felix para a Aqueus, MEETING THE MAGUS. Em Novembro passado, tocámos juntos ao vivo pela primeira vez, no The Spitz, em Londres.
SK - Eu gostei muito do vosso concerto de Londres, no Spitz. A combinação da sua pessoa com a electrónica do Felix Jay
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