Parte 4 –
O Zeuhl À Volta Do Mundo
Nota: Como o Zeuhl é um conceito tão abstracto,
recomendamos vivamente que, antes de ler este artigo, leia os anteriores
(partes 1 a 3). Depois, então, pode ser que tudo faça mais sentido.
Nos três anteriores artigos você leu, sem dúvida, tudo o
que há para saber sobre o Zeuhl, e se este for um tema de interesse para si,
certamente que os leu com atenção redobrada.
No anterior vimos o legado do movimento e, reparámos,
entre muitas outras coisas, que o Zeuhl permeou também o RIO, para além de
outros movimentos.
Mas... e no mundo? Bem, você conseguirá encontrar
referências Zeuhl nos lugares mais improváveis, e existem inúmeras dedicatórias
bizarras ao espírito dos Magma, à linguagem Kobaia e ao Zeuhl em geral. Neste
artigo vamos tentar destilar o interessante e o curioso, numa qualquer forma de
viagem coerente, ao longo do globo.
Alemanha
A despeito do lado Teutónico da linguagem Kobaian, a
marca Magma e Zeuhl não foi muito influente na Alemanha. Houve uma banda
new-wave germânica. Houve até uma banda Germânica da new-wave que se chamou a
si própria Mekanik Destruktiw Kommandoh, apesar de não terem pinga de Zeuhl na
sua música!
O mais inovador neste campo, na Alemanha, foi Peter
Frohmader. No início dos anos 80, inspirado pela utilização inovadora do baixo
por parte de Jannick Top, Peter gravou alguns clássicos instrumentais Zeuhl, no
seu segundo álbum, NEKROPOLIS 2. Também explorou outras avenidas nomeadamente o
Krautrock pesado de NEKROPOLIS LIVE; pegou no estilo fusionista dos Magma e
torceu-o para um estilo mais funky, também inspirado em Miles Davis e os
Material, isto em THE FORGOTTEN ENEMY, e seguiu depois para territórios mais
abstractos em WINTER MUSIC e nas suas “sinfonias de baixo”. Não apenas
aparentado aos Magma, Peter também se inspirou nos Art Zoyd e Univers Zero,
movimentando-se para uma música clássica dark que encontra um bom paralelo nos
álbuns HOMUNCULUS dos Art Zoyd.
O outro único artista alemão que encontrei neste campo é
Uwe Ruediger, um baterista e multi-instrumentista que editou uma cassete
chamada SHAPE ONE (1984) com influências Zeuhl e new-wave. Mais tarde tocou com
Peter Frohmader na banda de free-rock, os Peter Ström.
Peter
Frohmader – NEKROPOLIS 2 (LP: Hasch Platten KIF 002) 1982
Peter
Frohmader – NEKROPOLIS LIVE (LP: Schneeball 1037) 25-27/7/83 1983 (CD:
Ohrwaschl OW033) «+ 2 faixas de bónus» (14/1/83) 1995
Peter
Frohmader THE FORGOTTEN ENEMY (MLP: Hasch Platten KIF 008) 1983-84 1984
Peter
Frohmader – WINTERMUSIC (MLP: Multimood MEC-006) 1984 1987
Peter
Frohmader – STRINGED WORKS (CD: Multimood MRC-006) 1982-84 1994 «WINTERMUSIC + 2 faixas não editadas»
Peter
Frohmader – THE AWAKENING: NEKROPOLIS LIVE ’79 (CD: Ohrwaschl OW035) 1997
Uwe
Ruediger – SHAPE ONE (MC: U.R.) 1984 1992