“Zeuhl”
Parte 4 –
O Zeuhl À Volta Do Mundo
Nota: Como o Zeuhl é um conceito tão abstracto,
recomendamos vivamente que, antes de ler este artigo, leia os anteriores
(partes 1 a 3). Depois, então, pode ser que tudo faça mais sentido.
Nos três anteriores artigos você leu, sem dúvida, tudo o
que há para saber sobre o Zeuhl, e se este for um tema de interesse para si,
certamente que os leu com atenção redobrada.
No anterior vimos o legado do movimento e, reparámos,
entre muitas outras coisas, que o Zeuhl permeou também o RIO, para além de
outros movimentos.
Mas... e no mundo? Bem, você conseguirá encontrar
referências Zeuhl nos lugares mais improváveis, e existem inúmeras dedicatórias
bizarras ao espírito dos Magma, à linguagem Kobaia e ao Zeuhl em geral. Neste
artigo vamos tentar destilar o interessante e o curioso, numa qualquer forma de
viagem coerente, ao longo do globo.
Inglaterra
A primeira banda inglesa a reconhecer os Magma como
influência devem ter sido os Metabolist, apesar de serem, na verdade, muito
mais inspirados nos Can. Tendo crescido no dealbar do movimento indie da new
wave, os Metabolist nunca tiveram a atenção que realmente mereceriam, e a sua
carreira foi muito curta, terminando muito antes de terem revelado todo o seu
potencial. A mistura dos Metabolist evoluiu através de muitas fases, como os cantos
Kobaianos, riffs brilhantes de baixo e baterias cirúrgicas, tudo incluído na
maioria da sua música. Apesar de essenciais, neste momento as suas edições são
raras. É uma vergonha que os Metabolist nunca tenham rompido as barreiras que
os This Heat romperam. Mas, em 1980, um híbrido entre os Can e o Zeuhl não era
muito provável que caísse no goto da moda musical popular.
Tal é a importância da única criação genérica dos Magma,
que a mais improvável das bandas: os Australasia, editaram um EP em dormato 12”,
chamado “Univeria Zekt – uma oferenda” (Magick Eye t11) em 1993 revirando
samples dos Magma para a sua própria música tecno-espacial. Soleil d’Ork (de
Udu Wudu dos Magma) é a fonte do loop na repetitiva e tripante Kobaian Love
Chant, e em todo o lado extractos menos indentificáveis dos Magma foram metidos
em loops. Os resultados são totalmente fora do Zeuhl, mas ainda assim a
atmosfera é deveras curiosa e original!
A única banda Britância com uma costela Zeuhl que conheço
são os Groon (nome derivado de uma faixa dos Kink Crimson, e também conhecidos
por Grüne) que tocavam um híbrido feérico de King Crimson, Krautrock, Zeuhl e
Canterbury, tudo numa mistura instrumental fascinante. É, na verdade, apenas
marginalmente Zeuhl, e, por vezes muito mais uma espécie de Mahavishnu
Orchestra mais jazzy e improvisadores.
Groon –
REFUSAL TO COMPLY (CD: Progressive International PRO 050/Dissenter DIS 002)
1994
Metabolist
– Drömm/Slaves/Eulam’s Beat (7” EP: Drömm DRO 1) 1979
Metabolist
– Identify / Tiz Hoz Nam (7”: Drömm DRO 3) ?
Metabolist
– GOATMANAUT (MC: Drömm) ?
Metabolist
– STAGMANAUT (MC: ? ) ?
Metabolist
– Le Grand Prique (7”: Bain Total ?) ? «o lado-B está a cargo dos Die
Form»
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