5.3.12

Zeuhl - Parte 3 - O Legado (sub-parte 5/5)


Verto

Como tantas outras bandas experimentais francesas, os Verto eram na verdade o veículo para um homem apenas, neste caso o guitarrista e manipulador de electrónica Jean-Pierre Grasset.
Como solista, ele explorou intensivamente a utilização de sistemas de eco/delay com a guitarra, trabalhando o som entre dois gravadores de fita. No lado 1 do seu trabalho inicial KRIG/VOLUBILIS ele teve a ajuda de músicos dos Potemkine, para uma versão Heldonesca de um tipo de som pesado à laia de UDU WUDU dos Magma, caracterizado por montes de baixos e guitarras em fuzz, e montes de truques de estúdio. Com REEL 19-36 explorou outros territórios, também aventurosos, muito ajudado aqui por Benoit Widemann dos Magma.
KRIG/VOLUBILIS (LP: Pôle 0009) 1976
REEL 19-36 (LP: Fléau 7004) 2-3/78 1978
Jean-Pierre Grasset (guitarras, bateria, electrónica), + Gilles Goubin, Michel Goubin, Dominique Dubuisson e Charles Goubin (dos Potemkine), Benoit Widemann (sintetizadores, baixo), Jean-Pierre Fouquey (baixo), Cyrille Lefebvre (dobro), etc.


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Vortex

Apesar de nunca ter encontrado o seu trabalho de estreia, posso assegurar-vos que os Vortex foram uma banda fascinante que trabalhou na zona mais escura do Zeuhl. O seu segundo álbum evoca apenas a atmosfera fantasmagórica que esperariam de um título com aquele nome, precedendo os Shub Niggurath dos últimos tempos, misturando elementos clássicos com toda a espécie de estilismos Magma e facetas jazz (elementos de Art Zoyd, instrumentais ao sabor de Zappa/Mothers, etc.), o que transformou tudo isto num álbum estonteante.
VORTEX (LP: JBP 463) 1975
LES CYCLES DE THANATOS (LP: FLVM 3008) 7/77 + 7/78 1979
Jean-Michel Belaich (bateria, percussão), Christian Boisel (oboé, piano eléctrico, sintetizadores), Alain Chaleard (percussão), Jacques Gugot (saxofones), Gerard Jolivet (saxofones, clarinete), Maurice Sonjon (percussão), Jacques Vivante (baixo), Jean-Pierre Vivante (pianos, órgão), + Sunny James (violino), Michel Boisel (baixo)


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Xaal

Iniciando a sua carreira com uma cassete homónima fantástica, os Xaal provaram ser uma das poucas bandas a fundir com sucesso o Zeuhl num rock progressivo instrumental. Isso foi devido principalmente ao único duo de guitarras (também guitarra-sintetizador) que actuava como foco musical, e a uma secção rítmica com uma maneira de tocar quase psicadélica. Cimentando o lado Zeuhl ainda mais profundamente, os irmãos Guillard, que eram ex-Weidorje e músicos jazz de sessão muito viajados, foram convidados para o seu álbum de estreia, um álbum soberbo de música instrumental complexa, cheia de riffs feéricos e dezenas de solos.
Uma banda muito consistente, cuja formação mudou apenas uma vez, com a saída de Laurent Imperato, e assim, o adequadamente intitulado SECOND ERE alterou o seu foco para um estilo que era jazz (com uma série de convidados nos metais) e ao mesmo tempo rock progressivo sinfónico, e, assim, menos conotado com o Zeuhl.
XAAL (MC: Xaal 001) 1990
EN CHEMIN (CD: MSI 1163) 1991 – aka: ON THE WAY (CD: Progressive International PRO 004) 1991
SECONDE ERE (CD: Musea FGBG 4149.AR) 7/93 1995
Patrick Boileau (bateria, percussão), Laurent Imperato (guitarras), Nicolas Neimer (baixo), Jad Ayache (guitarra, sintetizador), mais convidados.


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Xalph

Uma banda obscura, que existe desde meados dos anos 70, a história dos Xalph ficou muito entrelaçada com a do líder dos Uppsala, Philippe Cauvin. O teclista Serge Korjanevski trabalhou com Cauvin (e vice versa) em projectos de álbuns a solo. A única documentação dos Xalph que conhecemos é numa obscura cassette de compilação em ENNEADE da Musea, onde eles tocam um som similar aos Xaal, mas com vocalizações.
Patrick Briand (guitarras), Jean-Michel Cursan (sintetizador, piano eléctrico), Maurice Fari (bateria), Serge Korjanevski (pianos, sintetizador), Jack Tocah (baixo), Françoise Georges (voz), Claire Laborde (voz).


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Yog Sothoth

Tirando o seu nome de uma novela de H.P. Lovecraft, mais propriamente de um demónio ficcional daquele autor, os Yog Sothoth (também título de uma faixa dos Shub Niggurath) não foram aquilo que todos esperavam que fossem. Partiram de influências Zeuhl mas misturaram-nas com um jazz experimental tipicamente britânico. Os resultados são desafiantes e de muito bom gosto!
YOG SOTHOTH (LP: Cryonic MAD 3010) 1984
Pascal Morrow (violino), Philippe Guillot (saxofones, flauta), Jean-Yves Joron (teclados), Pierre Gédéon Monteil (baixo), Olivier Lechien (bateria).


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Artistas Vários

Não existem muitas colectâneas que se concentrem no Zeuhl como género musical, tornando-se pois uma verdadeira aventura tentar fazer uma primeira exploração. É esta uma razão porque decidi escrever este artigo! Felizmente, para os não iniciados, a Musea editou dois discos que exploram alguns aspectos deste campo...

DITHYRAMBE

Esta colectânea correlaciona trabalhos do underground Zeuhl dos finais dos anos 80, como os Shub Nigguarth e bandas relacionadas com eles: Ann Stewart, Sleaze Art e Kasper T. Toeplitz. Este é o mundo dos músicos e bandas mais esquisitos, góticos e simplesmente avant-garde, dentro do género Zeuhl.
DITHYRAMBE (LP: Musea FGBG 2015) 1988

ENNEADE

Uma celebração do Zeuhl e dos seus músicos, com um novo trabalho dos Magma (completamente não representativo!), gravações pelos membros dos Magma, e trabalhos das suas (actuais) bandas: Troll, Xalph, Eskaton, Shub Nigguarth, Eider Stellaire, mais no CD: Musique Noise, Farben (única gravação conhecida), Altaos (do EP) e Univers Zero (de “Crawling Wind”).
ENNEADE (LP: Musea FGBG 2005) 1987 (CD: Musea FGBG 4005) «4 faixas de bónus» 1989


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Eis aqui, pois, mais cerca de 60 edições raras que deverá investigar! No próximo artigo percorreremos todo o mundo á procura de bandas e músicos influenciados por este fenómeno musical francês. Estaremos na Inglaterra, Alemanha, Canadá, Japão, e até nos EUA.




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