Parte 4 –
O Zeuhl À Volta Do Mundo
Nota: Como o Zeuhl é um conceito tão abstracto,
recomendamos vivamente que, antes de ler este artigo, leia os anteriores
(partes 1 a 3). Depois, então, pode ser que tudo faça mais sentido.
Nos três anteriores artigos você leu, sem dúvida, tudo o
que há para saber sobre o Zeuhl, e se este for um tema de interesse para si,
certamente que os leu com atenção redobrada.
No anterior vimos o legado do movimento e, reparámos,
entre muitas outras coisas, que o Zeuhl permeou também o RIO, para além de
outros movimentos.
Mas... e no mundo? Bem, você conseguirá encontrar
referências Zeuhl nos lugares mais improváveis, e existem inúmeras dedicatórias
bizarras ao espírito dos Magma, à linguagem Kobaia e ao Zeuhl em geral. Neste
artigo vamos tentar destilar o interessante e o curioso, numa qualquer forma de
viagem coerente, ao longo do globo.
Japão
Todos sabemos que os japoneses adoram copiar e reinventar
coisas, não sendo por isso surpresa que tenha havido montes de invenções
estranhas do tipo Zeuhl ao longo dos anos. Eis uma panorâmica de algumas que
encontrámos ao longo do tempo...
Entre os primeiros exploradores: Il Berlione foram uma
espécie de fusão RIO étnico/de câmara com pinceladas de Univers Zero e Art Zoyd.
Os Lacrimosa também cabem nos mesmos sapatos, como soe dizer-se, apesar de o
seu álbum BUGBEAR possuir um lado Oriental muito mais forte.
Na frente Japonesa mais barulhenta existe uma série de
bandas inspiradas pelo movimento e música Zeuhl. Os mais conhecidos
(apadrinhados por John Zorn e Derek Bailey) são os Ruins. tocam uma fusão entre
o Zeuhl e o free-jazz, e ainda quase tudo o mais que consigam atirar para o
caldeirão que é a sua música. Os Koenji estão ligados com os Ruins e aplicam a
ética “Japanoise” a uma fusão inspirada nos Magma. O seu álbum HUNDRED SIGHTS
OF KOENJI é como se tivesse sido espancado com uma furiosa guincharia como
aparece nos Magma de KOHNTARKOSZ e UDU WUDU, encimado com vocalizações
selváticas. Se puder, imagine os Fushitsusha a interpretar os Shub Niggurath
mais selvagens! Os Bondage Fruit pegam numa série de estilismos folk e fusão
jazz europeus, antes de lhe adicionarem uma faceta Magma maniáca, com
vocalizações femininas múltiplas e baixo dominante, misturado com tudo menos o
lavatório da cozinha! Por vezes fazem lembrar os Eskaton, mas com um lado
metálico muito mais pronunciado! Os trabalhos mais recentes relembram os
Nekropolis e os King Crimson, e também o riffing e o lado free-rock dos
Mahavishnu, tornando-se cada vez menos Zeuhl.
Os Happy Family são, sem dúvidas, as estrelas da tradição
RIO/Zeuhl japonesa, uma banda que mergulhou neste complexo género musical,
criando o seu próprio estilo, furioso e excessivo. Onde os Bondage Fruit e os
Koenji tendem a falhar no equilíbrio artístico, os Happy Family parecem ter
tudo na proporção exacta. Juntem uma parte RIO (Henry Cow, Univers Zero,
Present, The Muffins), uma parte Zeuhl (Weidorje, Magma da época de UDU WUDU),
adicionem a técnica Japonesa, e um lado rock muito forte (um pouco do estilo
tipo moderno como o dos Cartoon ou Birdsongs of the Mesozoic), e obtêm os Happy
Family! Zeuhl comandado por guitarra, uma música cheia de solos, e complexidade
furiosa, o seu trabalho inicial, ao vivo, em formato cassete, foi saudada com
espanto, e o seu CD epónimo a mesma coisa. Em TOSCCO eles levaram o seu estilo
de fusão para um território novo, mais complexo ao nível de prog rock, fazendo
crescer água na boca para saber onde eles irão a seguir.
Il
Berlione – 3 faixas em: LOST YEARS IN LABYRINTH (CD: Belle Antique BELLE 9119)
4-5/90+5/91 1991
Il
Berlione – IL BERLIONE (CD: Belle Antique BELLE 9229) 1992
Il
Berlione – IN 453 MINUTES INGERNAL COOKING (CD: Belle Antique BELLE 9483) 1994
Bi Kyo
Ran – GO-UN (CD: Belle Antique BELLE 95149) 9/95 1995
Bondage
Fruit – Bondage Fruit (CD: Isis ISI-0111) 1994
Bondage
Fruit – II (CD: Maboroshi No Sekai MABO-006) 1996
Bondage
Fruit – III – RÉCIT (CD: Maboroshi No Sekai MABO-009) 1997
Derek
& The Ruins – SAISORO (CD: Tzadik TZ 7202) 199?
Happy
Family HAPPY FAMILY (CD: Cuneiform RUNE 73) 1994 1995
Happy
Family – TOSCCO (CD: Cuneiform Rune 93) 1997
Koenji –
HUNDRED SIGHTS OF KOENJI (CD: God Mountain 2.800) 199?
Lacrymosa – BUGBEAR (LP: ?) 8-10/84 (CD: SSE-8201) «+
“Flash Lacrymosa” single & 5 faixas de bonus (6-8/83)» 1993
Lacrymosa
– Flash Back / Metamorphosis / Lacrymosa (7”: LLE-3004) 7+9/85 1985
Lacrymosa
– JOY OF The WRECKED SHIP (CD: SSE-4033) 10-12/93 1994
Ruins –
HYDEROMASTGRONIGEM (CD: Tzadik TZ 7202) 199?
Tipographica
– TIPOGRAPHICA (CD: God Mountain GMED 005) 199?
Tipographica
– MAN WHO DOES NOT NOD (CD: Pony Canyon) 199?
Tipographica
– GOD SAYS I CAN´T DANCE (CD: Pony Canyuob PCCR-00204) 199?
Tipographica
– FLOATING OPERA (CD: Sistema Records SICD-1) 1997
Zypressen
– 2 faixas em: LOST YEARS IN LABYRINTH (CD: Belle Antique BELLE 9119)
4-5/90+5/91 1991
Zypressen
– ZYPRESSEN (CD: Belle Antique BELLE 96195) 1996
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