BLITZ
(Jornal Musical)
Ano VIII
Nº 415
13 de Outubro de 1991
Sai às Terças-Feiras
Director: Rui Monteiro
Preço: 100$00
32 páginas
Capa e algumas páginas interiores a 3 cores, outras a preto e branco.
Suplemento Manifesto (?Mensal?) de 4 páginas. Ver abaixo autoria do mesmo, na ficha técnica
Ficha Técnica (parcial)
Redacção, administração e serviços comerciais: Av. Infante D. Henrique, 334, 1802 Lisboa
Director: Rui Monteiro
Chefe de Redacção: António Pires
Redacção:
Cristina Duarte
Miguel Francisco Cadete
Nuno Galopim
Raquel Pinheiro (Porto)
Rita Carmo (Fotografia)
Direcção Gráfica:
Cândida Teresa
Colaboradores:
Adágio Flor
Álvaro Romão
André Lepecki (Nova Iorque)
António Freitas
António Maninha
António Pedro Saraiva
Bruno Branco
Bruno Maçães
Diniz Conefrey (ilustração)
Fátima Castro Silva (Porto)
Fernando Santos Marques
Gimba
Hélder Moura Pereira
Hélder Salsinha (fotografia)
Hugo Moutinho (Porto)
Isabel Lucena (Londres)
João Correia
João Bugalho
José António Moura
José Antunes
Lili Wilde (Londres)
Luís Mateus
Luís Pinheiro de Almeida
Maria Ana Soromenho
Maria Baptista
Maria João Gouveia
Mário Correia
Miguel Cunha
Miss Ex
Monsieur Sardin
Paulo da Costa Domingos
Paulo Somsen
Pedro Esteves
Pedro Portela
Rafael Gouveia (Paris)
Rui Eduardo Paes
Sérgio Noronha
Sofia Louro
Teresa Barrau
Vítor Vasques (fotografia)
Manifesto (suplemento):
Ana Cristina
António Sérgio
Nuno Diniz
Jorge Lima Barreto
Manuel Dias
Tiragem média do mês anterior: 19 290 exemplares
Tal como disse aqui, este é um número de um período posterior em cerca de três anos e que cai naquela fase que então cataloguei como a segunda decadência, quicá o início dela, quiçá a última...
O Director continua a ser o mesmo (Rui Monteiro), alguns colaboradores são de qualidade (ver lista abaixo), mas já não era a mesma coisa. E fico-me por aqui.
Curiosamente, apesar da deriva mainstream a tiragem média decresceu.
UNACD / HAVLOVÁ – HAVEL
MÚSICAS DE NUNCA E DE SEMPRE
Na Música destes dias, o tempo torna-se intemporal.
É possível respeitar o passado inventando o presente, ou
seja, não incorrendo em revivalismos. Agora que morreram todas as vanguardas, o
que se verifica, apesar dos mal-entendidos e das modas, é a emergência de uma
nova atitude que tem com a história relações finalmente pacificadas . o que não
quer dizer “conformadas”, note-se bem – permitindo-lhe uma percepção
razoavelmente diferente do que está em jogo: a criatividade sem peias nem
contemplações. Na Europa isto acontece, por enquanto, sem grande agitação, mas
resultando em propostas mais interessantes do que as que vão surgindo ao abrigo
dos padrões dominantes.
Se algumas certezas a década de 80 nos trouxe, entre a
balbúrdia geral de valores e práticas musicais que então literalmente
“explodiu”, foi a verificação de que não é possível (e nem sequer desejável,
aliás) um Novo absoluto, construído sobre o grau zero do esquecimento ou da
recusa. Chegou-se a sonhar, há vinte, trinta anos, com o total apagamento da
história e a completa desenraização geográfica, aplicando-se a tal postura a
designação de “vanguardista”. A verdade é que muitas dessas tendências
encontraram-se de súbito em becos sem saída, e as restantes não tiveram mais do
que aceitar os ensinamentos do seu próprio percurso.
Se músicas houve que morreram de morte natural, todos
esses géneros e sub-géneros que seguiam lógicas terminais e dependiam
inteiramente das suas conjunturas – a estética do grito ligando-se à emergência
do “black-power” (falo do free jazz), ou o sector mais criativo da “pop music”
ambicionando o estatuto da Pop Art -, as que evoluíram para outras soluções
resultaram nalguns casos em renovados equívocos, dado entender-se que a busca
de uma referência justifica o ressurgimento de modos e materiais que o tempo
engolira, incorrendo-se assim no mesmo impasse já cometido, ainda que na razão
simetricamente oposta.
Desse mal não enfermam os franceses UNACD (Un Nom A
Coucher Dehors, para ser mais exacto) e o duo checoslovaco constituído por
Irena Havlová e Vojtéch Havel. Se reaproveitam as formas do passado, se
utilizam melodias e construções frásicas conotáveis como “folcloristas” ou
“étnicas”, não o fazem à semelhança da generalidade dos “neos” que pretendem
encontrar um caminho adiante fantasiando aquele que ficou para trás – os neo-clássicos,
neo-românticos, neo-barrocos, neo-impressionistas, etc., do nosso
descontentamento. Os álbuns “Long lut de bèlemnite” (Sordide Sentimental), não
comercializado entre nós) e “Malé Modré Nic”, traduzível por “Little Blue
Nothing” (Arta Records, importado por Ananana), estão muito longe disso e, eles
sim, dão-nos a indicação do que é uma via distintiva destes anos 90, ainda que
“subterrânea” ou “alternativa”.
Num sentido em especial: só é possível inventar o Novo
aceitando toda a carga, e inclusive as contradições, que um músico carrega
inevitavelmente consigo e lhe foi legada por todos quantos o antecederam. Desde
que, atenção, possa lidar com um horizonte suficientemente largo de
possibilidades criativas. O Novo não nasce do nada, é o produto de um incessante
trabalho de mutação, de metamorfose, que começou quando o ser humano sentiu
prazer ao brincar com os sons e só terminará com o seu desaparecimento da face
da Terra. “O tempo é a imagem móvel da eternidade”, entendia Platão ao avançar
com esta ideia do tempo como passagem. Ora, a música, como se sabe, é a
organização lógica e sensível do tempo.
Os UNACD (Vincent Vivien, também membro dos Grief,
Vincent Legrand, Eric Cordier e Christophe Gross) baralham, mais do que
misturam, a tradição com o experimentalismo, em composições/improvisações que
nos remetem para a música de câmara, o jazz ou a folk, sem afinal nada terem a
ver com essas tipologias, não pretendendo fundi-las. Parecem apostados em
reinventar uma certa condição acústica, mas utilizam igualmente a electrónica,
fazem uso de certos postulados da “musique concrète” mas centram quase tudo nas
explorações instrumentais, constroem complexas texturas mas para continuamente
as destruir, estruturando e desestruturando em cadeia – em suma, agem conciliando
os extremos, ou pelo menos dando-nos a entender que estes não têm de ser
irredutíveis.
Situam-se nesse “sem-tempo” perante o qual é tão
apropriado ou falso classificá-los como pós ou pré ou mesmo anti-industriais
(sim, há elementos, vagos, passageiros, e como tudo o resto incertos, do rock
industrial nos temas de “Long lut de bélemnite”), e essa ambiguidade agradou
particularmente ao mentor da editora Sordide Sentimental, J. P. Turnod, que
afirmou ter-se convertido a cultura industrial, com eles, “na última genuína
forma de nostalgia” e a sua música “no último folclore por haver”. É importante
reter esta sua dúbia expressão, pois aponta para uma duplicidade temporal que à
partida nos parece estranha mas não é tanto assim. Lembremo-nos, a propósito,
das palavras de Fernando Pessoa: a saudade é a nostalgia pelo que não se
viveu...
A velhíssima sanfona (“vielle à roue”) em França e no
Quebec, “hurdy-gurdy nos países de língua inglesa – não confundir com a sanfona
brasileira, que é da família do acordeão), o harmonium, o saranji da Índia, o
clarinete baixo, a guitarra acústica, permitem-lhes tocar uma música sem idade
e origem definidas mas que evidencia uma autenticidade surpreendente em se
tratando de um híbrido. O mesmo acontece com o disco de Havlová e Havel, ambos
executantes de viola da gamba (ela alto, ele tenor), geralmente só utilizada na
música antiga. O órgão, as percussões, o canto servem-lhes apenas para tecer as
redes sobre as quais os diálogos se desenvolvem naquele instrumento de seis
cordas, afinado por quartas (com uma terça no meio) e surgido no século XVI.
Dispensando os vocabulários conotados com tal antecessor
do violino, mas potencializando as potencialidades que oferece, “Malé Modré
Nic” cativa-nos porque veste com sonoridades profundamente sustentadas na
memória da música soluções que são inovadoras, na mesma medida em que é
inovador o trabalho que Elisabeth Chojnacka
vem desenvolvendo com o cravo, recuperando-o para a contemporaneidade. O
cravo, como a gamba, data de antes do estabelecimento da escala temperada, e as
utilizações que de ambos os instrumentos fazem estes músicos ultrapassam-na em
larga medida, não cabendo dentro dos parâmetros clássicos – as preocupações
harmónicas são já outras e o alcance processual (nas afinações, por exemplo) e
estético bastante diferente. Antes e depois remetem-se, assim, com uma
identificação perceptível até na maior liberdade criadora.
Escutamos este disco, faixa após faixa, com agrado e
surpresa. Há qualquer coisa de ritualístico na música dos dois checos, o que
fica confirmado quando sabemos que foi gravada nas seculares igrejas de Praga.
Atravessa-a, e à apurada beleza que constantemente persegue, uma impressão de
ansiosa inquietude que mais a torna impossível de “arrumar”. Não serve, com
certeza, para serenar estados de espírito nem a podemos usar como “ambiente” ou
“fundo”: as suas implicações espirituais são demasiado problematizadoras para
que assim a entendamos. O CD, de resto, é dedicado a Paramhans Swami
Shwarananda, mestre e guru.
Não ficamos por aqui no capítulo das “implicações”: o
álbum dos UNACD é acompanhado por um caderno de fotografias tiradas por Mélina
Doudoux com motivos da arquitectura religiosa (a música tornada “monumento” e
assim sacralizada, como já alguém disse) e, se as misturas e tratamentos
numéricos foram feitos em estúdios de electro-acústica como o SDH e o Grame de
Lyon, os registos de base tiveram lugar na igreja de La Haye de Roulot e na
capela do Hotel Dieu de Honfleur, onde se encontra um órgão anónimo do século
XVII ou XVIII. Agora que a música reencontra a sua solidez (no pós-modernismo,
como se sabe, tudo era intencionalmente “leve”), torna-se um tanto mística, o
que é pelo menos curioso, porquanto os anjos não só não têm sexo como também
não têm corpo. Pelo menos nunca ninguém lhos “viu”.
O que está implícito nos dois títulos é, verificando bem,
a concepção judaico-cristã do tempo, e logo da música. Os hebreus pensavam o
tempo em função do futuro (os gregos, como Platão, faziam-no em função do
presente) e é o que se verifica num Santo Agostinho. Este via o tempo como um
paradoxo, na medida em que o “agora” nunca o é de facto, pois e se detesse não
seria tempo. Em consequência, o tempo é um “será” que ainda não é. Tiremos as
ilacções óbvias: não há presente, não há já passado, não há ainda futuro.
Portanto, não há tempo. O passado é memória, o futuro é espera e o presente
atenção – à memória do passado e à espera do futuro. Temos então que a Nova
Música situa-se na encruzilhada das muitas histórias da música (das muitas
músicas da história) e das expectativas futurísticas que se colocam a
executantes, compositores e teóricos. É entre esses balizamentos que funcionam
os UNACD, Irena Havlová e Vojtéch Havel.
Rui Eduardo Paes
SPECTRUM / SPIRITUALIZED / DARKSIDE
OS SONS DA CONFUSÃO
Graças a Deus!, os Spacemen 3 deixaram descendência
Durante a segunda metade dos anos oitenta, um grupo
liderado por dois rapazes da mais que obscura cidade inglesa de Rugby
ressuscitou o psicadelismo que o punk tinha enterrado e heróis como MC5,
Suicide e Velvet Underground, hoje considerados fundamentais para a música rock
mas esquecidos, por essas alturas, ou mesmo tidos como indesejáveis. Os
Spacemen 3, assim se chamava a banda daqueles dois, aparecera, antes de tempo
mas nem mesmo assim foram louvados pela dita vanguarda, que os considerava
demasiado fáceis ou pouco sérios. Hoje estão separados e deram origem a três
novas bandas (Spectrum, Spiritualized e Darkside) que, se não acendem a chama
de outrora, mantêm-se pelo menos fiéis ao seu antigo lema de fazer música para
todos os «fucked up kids in the world». Sinfonias de destruição? Talvez sim ou
talvez não. Mas tal como os próprios dizem ao recuperar a abertura de «Kick Out
The Jams, Motherfucker» dos MC5, só há cinco segundos para escolher. Comece-se
então a pensar numa pequena Revolução.
Peter Kember, aliás, Peter Gunn, aliás Sonic Boom, ou
seja o principal mentor (e o termo aqui adequa-se às mil maravilhas) do
colectivo Spacemen 3 explicou, em certa altura da sua carreira, o modo como «Revolution»,
até prova em contrário a melhor música do grupo, foi composto. Dizia ele que,
quando estava na escola, obviamente rodeado de solidão, dada a sua dificuldade
em estabelecer contactos, tocou na sua guitarra acústica a única nota que
sabia. Como não conhecia outra, repetiu essa até à exaustão nascendo aí a
primeira canção dos Spacemen 3. A história pode até nem ser completamente
verdadeira, mas é paradigmática quanto à aceitação que os Spacemen 3 nunca
tiveram.
O minimalismo que praticavam nunca foi suficientemente
baseado em sólidas tipologias, como diriam alguns eruditos da nossa praç, para
interessar o público que se diz adepto da música alternativa (?) ou lá o que
isso possa ser, nem, por outro lado, o formato das suas peças, com evidentes
mutações em relação ao que é habitual nas canções que figuram nas tabelas de
vendas, poderia agradar ao que elegem o Bryan Adams como o supra-sumo da
barbatana.
Por isso mesmo, e apesar de terem editado discos
regularmente desde 86 até 91, os Spacemen 3 foram sempre menosprezados, pouco
conhecidos e injuriados, sem que lhes tenha sido reconhecida a importância
histórica, e não só, que merecem.
O seu projecto ligava-se ao passado, através da
recuperação de muitas versões do rock («Rollercoaster» dos 13th Floor Elevators,
«Mary Anne» de Glenn Campbell, «Little Doll» dos Stogees, «Starship dos MC5/Sun
Ra, além de dedicatórias aos Suicide, entre outras referências), e também muito
obviamente ao futuro, no que desempenhava um papel fundamental a utilização de
drogas com intuitos visionários ou criativos (patente em títulos como «Taking
Drugs To Make Music To Take Drugs To», e na dolência narcótica e insana de
muitos dos temas). Porém, o pano de fundo era sempre caótico, povoado de mentes
errantes, perdidas num mundo que não era o delas (como não foi) e até
desligadas de si próprias, em busca de uma comunicação que não era possível
encontrar senão através das músicas que compunham.
Como se disse, esta comunhão foi dada por terminada em
91, aquando da edição de «Recurring», o último álbum dos Spacemen 3, dado o não
tão imprevisível choque entre as personalidades de Peter Kember e Jason Pierce.
Sem nunca ter conseguido a pose artística dos Sonic Youth ou o pendor poppy dos
Jesus & Mary Chain, Sonic Boom, ainda antes da dissolução, gravou um álbum
a solo, «Spectrum», acompanhado por todos os seus colegas de então e ainda por
Jazz Butcher e alguns membros dos Perfect Disaster, que é um excelente
documento acerca das suas virtudes e das suas ideias. Temas como «Angel», «If I
Should Die» ou a versão de «Rock’n’Roll Is Killing My Life» (dos Suicide) não
ficam nada a dever aos melhores dos Spacemen 3, demonstrando a importância de
Sonic Boom (nome inspirado no LP «Boom» dos... Sonics) no interior do grupo
autor de «Playing With Fire». A divisão, no entanto, já era patente aquando das
gravações de «Recurring», o derradeiro disco dos Spacemen 3, tendo Sonic Boom e
a facção que ficou com ele gravado o lado um, enquanto Jason e os seus
confrades preencheram o lado dois.
«Recurring», no entanto, pode ser considerado como o
álbum que mais se afasta da linha traçada nos outros discos dos Spacemen 3.
«Big City», o single que antecedeu a edição do LP, servia como uma piscadela de
olho à onda rave então reinante e todo o álbum, especialmente, o segundo lado,
apelava a uma atitude que se dirá menos «negativa» e que se vem a
consubstanciar no primeiro álbum dos Spiritualized, composto pela facção
seguidora de Jason Pierce.
Aliás, «Feel So Sad», a primeira faixa desse último álbum
dos Spacemen 3 foi posteriormente editada em single com a diferença da
assinatura pertencer aos Spiritualized. A nova banda de Jason, ao invés da de
Sonic Boom, os Spectrum, optou por seguir uma direcção mais fácil, sem no
entanto poder ser considerada como uma degenerescência do estilo Spacemen 3.
Por seu lado, os Spectrum não cederam um bocadinho que
fosse, continuando a utilizar a mesma temática, centrada num misticismo onde
chega a ser fundamental uma entoação muito gospel e os habituais órgãos de
igreja, bem como a já habitual evasão deste mundo. Paralelamente, «Soul Kiss
(Glide Divine)», assim se chama o primeiro álbum dos Spectrum, chega a retomar
uma antiga canção dos Spacemen 3, «Lord I Don’t Even Know My Name» e brinda o
respeitável público com um tema com duração superior a quinze minutos, «Phase
Me Out (Gently)» (o título relembra outra magnífica canção dos Spacemen 3, «Let
Me Down Gently»), que pode ser considerado quase um regresso aos primeiros
tempos apesar da mais que omnipresente utilização da electrónica, pouco comum
nos primórdios dos Spacemen 3.
Se os Spectrum (Sonic Boom, Richard Formby, Mike Stout,
Geoff Donkin e convidados) constituem, em comparação com os Spacemen 3, a linha
pura e dura, e os Spiritualized (Jason Pierce, Mark Refoy, Kate Radley, Willie
Carruthers, Jon Mattock e convidados) optam em «Lazer Guided Melodies» por
introduzir algumas modificações no sentido de tornar mais maleável o seu som,
os Darkside (compostos pela antiga secção rítmica dos Spacemen 3, Pete Bassman
e Rosco, com o novo recruta Craig) no seu terceiro registo, o EP «Mayhem To
Meditate», não fazem mais que reeditar alguns dos tiques que tornaram os
Spacemen 3 uma banda de culto. Os Darkside alinham uma sucessão de lugares
comuns de efeito mais ou menos fácil sem nunca conseguirem atingir a
consistência que os seus antigos parceiros alcançaram.
No fim de contas, com o fim de uma banda, ganharam-se
três, apesar de nenhuma delas atingir a magia e a electricidade que os melhores
momentos dos Spacemen 3 revelavam. É pena, mas é o resultado de decisões em
cinco segundos.
Miguel Francisco Cadete
DISCOGRAFIA
Spacemen
3
Sound of
Confusion (Glass, 86)
The
Perfect Prescription (Glass, 87)
Transparent
Radiation EP (Glass, 87)
Performance
(Glass, 88)
Playing
With Fire (Fire, 89)
50000
Glass Fans Can’t Be Wrong (Glass, 89)
Spacemen
3 EP (Fire, 89)
Taking
Drugs... (Father Yod Production, 90)
Recurring
(Dedicated-RCA, 91)
Sonic
Boom
Spectrum
(Silverstone, 90)
Spiritualized
Lazer
Guided Melodies (Dedicated, 92)
Spectrum
Soul
Kiss (Silverstone, 91)
Darkside
All That
Noise (Situation Two, 90)
Melomani
(Situation Two, 92)
Mayhem
To Meditate EP (Situation Two, 92)
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