6.1.17

Memorabilia: Revistas / Magazines / Fanzines (269) - Blitz - Jornal Musical


BLITZ 
(Jornal Musical)
Ano VIII
Nº 415
13 de Outubro de 1991
Sai às Terças-Feiras
Director: Rui Monteiro
Preço: 100$00
32 páginas
Capa e algumas páginas interiores a 3 cores, outras a preto e branco.
Suplemento Manifesto (?Mensal?) de 4 páginas. Ver abaixo autoria do mesmo, na ficha técnica



Ficha Técnica (parcial)
Redacção, administração e serviços comerciais: Av. Infante D. Henrique, 334, 1802 Lisboa
Director: Rui Monteiro
Chefe de Redacção: António Pires
Redacção:
Cristina Duarte
Miguel Francisco Cadete
Nuno Galopim
Raquel Pinheiro (Porto)
Rita Carmo (Fotografia)
Direcção Gráfica:
Cândida Teresa
Colaboradores:
Adágio Flor
Álvaro Romão
André Lepecki (Nova Iorque)
António Freitas
António Maninha
António Pedro Saraiva
Bruno Branco
Bruno Maçães
Diniz Conefrey (ilustração)
Fátima Castro Silva (Porto)
Fernando Santos Marques
Gimba
Hélder Moura Pereira
Hélder Salsinha (fotografia)
Hugo Moutinho (Porto)
Isabel Lucena (Londres)
João Correia
João Bugalho
José António Moura
José Antunes
Lili Wilde (Londres)
Luís Mateus
Luís Pinheiro de Almeida
Maria Ana Soromenho
Maria Baptista
Maria João Gouveia
Mário Correia
Miguel Cunha
Miss Ex
Monsieur Sardin
Paulo da Costa Domingos
Paulo Somsen
Pedro Esteves
Pedro Portela
Rafael Gouveia (Paris)
Rui Eduardo Paes
Sérgio Noronha
Sofia Louro
Teresa Barrau
Vítor Vasques (fotografia)

Manifesto (suplemento):
Ana Cristina
António Sérgio
Nuno Diniz
Jorge Lima Barreto
Manuel Dias

Tiragem média do mês anterior: 19 290 exemplares

Tal como disse aqui, este é um número de um período posterior em cerca de três anos e que cai naquela fase que então cataloguei como a segunda decadência, quicá o início dela, quiçá a última...
O Director continua a ser o mesmo (Rui Monteiro), alguns colaboradores são de qualidade (ver lista abaixo), mas já não era a mesma coisa. E fico-me por aqui.
Curiosamente, apesar da deriva mainstream a tiragem média decresceu.


UNACD / HAVLOVÁ – HAVEL

MÚSICAS DE NUNCA E DE SEMPRE

Na Música destes dias, o tempo torna-se intemporal.


É possível respeitar o passado inventando o presente, ou seja, não incorrendo em revivalismos. Agora que morreram todas as vanguardas, o que se verifica, apesar dos mal-entendidos e das modas, é a emergência de uma nova atitude que tem com a história relações finalmente pacificadas . o que não quer dizer “conformadas”, note-se bem – permitindo-lhe uma percepção razoavelmente diferente do que está em jogo: a criatividade sem peias nem contemplações. Na Europa isto acontece, por enquanto, sem grande agitação, mas resultando em propostas mais interessantes do que as que vão surgindo ao abrigo dos padrões dominantes.
Se algumas certezas a década de 80 nos trouxe, entre a balbúrdia geral de valores e práticas musicais que então literalmente “explodiu”, foi a verificação de que não é possível (e nem sequer desejável, aliás) um Novo absoluto, construído sobre o grau zero do esquecimento ou da recusa. Chegou-se a sonhar, há vinte, trinta anos, com o total apagamento da história e a completa desenraização geográfica, aplicando-se a tal postura a designação de “vanguardista”. A verdade é que muitas dessas tendências encontraram-se de súbito em becos sem saída, e as restantes não tiveram mais do que aceitar os ensinamentos do seu próprio percurso.


Se músicas houve que morreram de morte natural, todos esses géneros e sub-géneros que seguiam lógicas terminais e dependiam inteiramente das suas conjunturas – a estética do grito ligando-se à emergência do “black-power” (falo do free jazz), ou o sector mais criativo da “pop music” ambicionando o estatuto da Pop Art -, as que evoluíram para outras soluções resultaram nalguns casos em renovados equívocos, dado entender-se que a busca de uma referência justifica o ressurgimento de modos e materiais que o tempo engolira, incorrendo-se assim no mesmo impasse já cometido, ainda que na razão simetricamente oposta.
Desse mal não enfermam os franceses UNACD (Un Nom A Coucher Dehors, para ser mais exacto) e o duo checoslovaco constituído por Irena Havlová e Vojtéch Havel. Se reaproveitam as formas do passado, se utilizam melodias e construções frásicas conotáveis como “folcloristas” ou “étnicas”, não o fazem à semelhança da generalidade dos “neos” que pretendem encontrar um caminho adiante fantasiando aquele que ficou para trás – os neo-clássicos, neo-românticos, neo-barrocos, neo-impressionistas, etc., do nosso descontentamento. Os álbuns “Long lut de bèlemnite” (Sordide Sentimental), não comercializado entre nós) e “Malé Modré Nic”, traduzível por “Little Blue Nothing” (Arta Records, importado por Ananana), estão muito longe disso e, eles sim, dão-nos a indicação do que é uma via distintiva destes anos 90, ainda que “subterrânea” ou “alternativa”.
Num sentido em especial: só é possível inventar o Novo aceitando toda a carga, e inclusive as contradições, que um músico carrega inevitavelmente consigo e lhe foi legada por todos quantos o antecederam. Desde que, atenção, possa lidar com um horizonte suficientemente largo de possibilidades criativas. O Novo não nasce do nada, é o produto de um incessante trabalho de mutação, de metamorfose, que começou quando o ser humano sentiu prazer ao brincar com os sons e só terminará com o seu desaparecimento da face da Terra. “O tempo é a imagem móvel da eternidade”, entendia Platão ao avançar com esta ideia do tempo como passagem. Ora, a música, como se sabe, é a organização lógica e sensível do tempo.
Os UNACD (Vincent Vivien, também membro dos Grief, Vincent Legrand, Eric Cordier e Christophe Gross) baralham, mais do que misturam, a tradição com o experimentalismo, em composições/improvisações que nos remetem para a música de câmara, o jazz ou a folk, sem afinal nada terem a ver com essas tipologias, não pretendendo fundi-las. Parecem apostados em reinventar uma certa condição acústica, mas utilizam igualmente a electrónica, fazem uso de certos postulados da “musique concrète” mas centram quase tudo nas explorações instrumentais, constroem complexas texturas mas para continuamente as destruir, estruturando e desestruturando em cadeia – em suma, agem conciliando os extremos, ou pelo menos dando-nos a entender que estes não têm de ser irredutíveis.
Situam-se nesse “sem-tempo” perante o qual é tão apropriado ou falso classificá-los como pós ou pré ou mesmo anti-industriais (sim, há elementos, vagos, passageiros, e como tudo o resto incertos, do rock industrial nos temas de “Long lut de bélemnite”), e essa ambiguidade agradou particularmente ao mentor da editora Sordide Sentimental, J. P. Turnod, que afirmou ter-se convertido a cultura industrial, com eles, “na última genuína forma de nostalgia” e a sua música “no último folclore por haver”. É importante reter esta sua dúbia expressão, pois aponta para uma duplicidade temporal que à partida nos parece estranha mas não é tanto assim. Lembremo-nos, a propósito, das palavras de Fernando Pessoa: a saudade é a nostalgia pelo que não se viveu...
A velhíssima sanfona (“vielle à roue”) em França e no Quebec, “hurdy-gurdy nos países de língua inglesa – não confundir com a sanfona brasileira, que é da família do acordeão), o harmonium, o saranji da Índia, o clarinete baixo, a guitarra acústica, permitem-lhes tocar uma música sem idade e origem definidas mas que evidencia uma autenticidade surpreendente em se tratando de um híbrido. O mesmo acontece com o disco de Havlová e Havel, ambos executantes de viola da gamba (ela alto, ele tenor), geralmente só utilizada na música antiga. O órgão, as percussões, o canto servem-lhes apenas para tecer as redes sobre as quais os diálogos se desenvolvem naquele instrumento de seis cordas, afinado por quartas (com uma terça no meio) e surgido no século XVI.
Dispensando os vocabulários conotados com tal antecessor do violino, mas potencializando as potencialidades que oferece, “Malé Modré Nic” cativa-nos porque veste com sonoridades profundamente sustentadas na memória da música soluções que são inovadoras, na mesma medida em que é inovador o trabalho que Elisabeth Chojnacka  vem desenvolvendo com o cravo, recuperando-o para a contemporaneidade. O cravo, como a gamba, data de antes do estabelecimento da escala temperada, e as utilizações que de ambos os instrumentos fazem estes músicos ultrapassam-na em larga medida, não cabendo dentro dos parâmetros clássicos – as preocupações harmónicas são já outras e o alcance processual (nas afinações, por exemplo) e estético bastante diferente. Antes e depois remetem-se, assim, com uma identificação perceptível até na maior liberdade criadora.
Escutamos este disco, faixa após faixa, com agrado e surpresa. Há qualquer coisa de ritualístico na música dos dois checos, o que fica confirmado quando sabemos que foi gravada nas seculares igrejas de Praga. Atravessa-a, e à apurada beleza que constantemente persegue, uma impressão de ansiosa inquietude que mais a torna impossível de “arrumar”. Não serve, com certeza, para serenar estados de espírito nem a podemos usar como “ambiente” ou “fundo”: as suas implicações espirituais são demasiado problematizadoras para que assim a entendamos. O CD, de resto, é dedicado a Paramhans Swami Shwarananda, mestre e guru.
Não ficamos por aqui no capítulo das “implicações”: o álbum dos UNACD é acompanhado por um caderno de fotografias tiradas por Mélina Doudoux com motivos da arquitectura religiosa (a música tornada “monumento” e assim sacralizada, como já alguém disse) e, se as misturas e tratamentos numéricos foram feitos em estúdios de electro-acústica como o SDH e o Grame de Lyon, os registos de base tiveram lugar na igreja de La Haye de Roulot e na capela do Hotel Dieu de Honfleur, onde se encontra um órgão anónimo do século XVII ou XVIII. Agora que a música reencontra a sua solidez (no pós-modernismo, como se sabe, tudo era intencionalmente “leve”), torna-se um tanto mística, o que é pelo menos curioso, porquanto os anjos não só não têm sexo como também não têm corpo. Pelo menos nunca ninguém lhos “viu”.
O que está implícito nos dois títulos é, verificando bem, a concepção judaico-cristã do tempo, e logo da música. Os hebreus pensavam o tempo em função do futuro (os gregos, como Platão, faziam-no em função do presente) e é o que se verifica num Santo Agostinho. Este via o tempo como um paradoxo, na medida em que o “agora” nunca o é de facto, pois e se detesse não seria tempo. Em consequência, o tempo é um “será” que ainda não é. Tiremos as ilacções óbvias: não há presente, não há já passado, não há ainda futuro. Portanto, não há tempo. O passado é memória, o futuro é espera e o presente atenção – à memória do passado e à espera do futuro. Temos então que a Nova Música situa-se na encruzilhada das muitas histórias da música (das muitas músicas da história) e das expectativas futurísticas que se colocam a executantes, compositores e teóricos. É entre esses balizamentos que funcionam os UNACD, Irena Havlová e Vojtéch Havel.

Rui Eduardo Paes


SPECTRUM / SPIRITUALIZED / DARKSIDE

OS SONS DA CONFUSÃO

Graças a Deus!, os Spacemen 3 deixaram descendência

Durante a segunda metade dos anos oitenta, um grupo liderado por dois rapazes da mais que obscura cidade inglesa de Rugby ressuscitou o psicadelismo que o punk tinha enterrado e heróis como MC5, Suicide e Velvet Underground, hoje considerados fundamentais para a música rock mas esquecidos, por essas alturas, ou mesmo tidos como indesejáveis. Os Spacemen 3, assim se chamava a banda daqueles dois, aparecera, antes de tempo mas nem mesmo assim foram louvados pela dita vanguarda, que os considerava demasiado fáceis ou pouco sérios. Hoje estão separados e deram origem a três novas bandas (Spectrum, Spiritualized e Darkside) que, se não acendem a chama de outrora, mantêm-se pelo menos fiéis ao seu antigo lema de fazer música para todos os «fucked up kids in the world». Sinfonias de destruição? Talvez sim ou talvez não. Mas tal como os próprios dizem ao recuperar a abertura de «Kick Out The Jams, Motherfucker» dos MC5, só há cinco segundos para escolher. Comece-se então a pensar numa pequena Revolução.
Peter Kember, aliás, Peter Gunn, aliás Sonic Boom, ou seja o principal mentor (e o termo aqui adequa-se às mil maravilhas) do colectivo Spacemen 3 explicou, em certa altura da sua carreira, o modo como «Revolution», até prova em contrário a melhor música do grupo, foi composto. Dizia ele que, quando estava na escola, obviamente rodeado de solidão, dada a sua dificuldade em estabelecer contactos, tocou na sua guitarra acústica a única nota que sabia. Como não conhecia outra, repetiu essa até à exaustão nascendo aí a primeira canção dos Spacemen 3. A história pode até nem ser completamente verdadeira, mas é paradigmática quanto à aceitação que os Spacemen 3 nunca tiveram.
O minimalismo que praticavam nunca foi suficientemente baseado em sólidas tipologias, como diriam alguns eruditos da nossa praç, para interessar o público que se diz adepto da música alternativa (?) ou lá o que isso possa ser, nem, por outro lado, o formato das suas peças, com evidentes mutações em relação ao que é habitual nas canções que figuram nas tabelas de vendas, poderia agradar ao que elegem o Bryan Adams como o supra-sumo da barbatana.
Por isso mesmo, e apesar de terem editado discos regularmente desde 86 até 91, os Spacemen 3 foram sempre menosprezados, pouco conhecidos e injuriados, sem que lhes tenha sido reconhecida a importância histórica, e não só, que merecem.


O seu projecto ligava-se ao passado, através da recuperação de muitas versões do rock («Rollercoaster» dos 13th Floor Elevators, «Mary Anne» de Glenn Campbell, «Little Doll» dos Stogees, «Starship dos MC5/Sun Ra, além de dedicatórias aos Suicide, entre outras referências), e também muito obviamente ao futuro, no que desempenhava um papel fundamental a utilização de drogas com intuitos visionários ou criativos (patente em títulos como «Taking Drugs To Make Music To Take Drugs To», e na dolência narcótica e insana de muitos dos temas). Porém, o pano de fundo era sempre caótico, povoado de mentes errantes, perdidas num mundo que não era o delas (como não foi) e até desligadas de si próprias, em busca de uma comunicação que não era possível encontrar senão através das músicas que compunham.
Como se disse, esta comunhão foi dada por terminada em 91, aquando da edição de «Recurring», o último álbum dos Spacemen 3, dado o não tão imprevisível choque entre as personalidades de Peter Kember e Jason Pierce. Sem nunca ter conseguido a pose artística dos Sonic Youth ou o pendor poppy dos Jesus & Mary Chain, Sonic Boom, ainda antes da dissolução, gravou um álbum a solo, «Spectrum», acompanhado por todos os seus colegas de então e ainda por Jazz Butcher e alguns membros dos Perfect Disaster, que é um excelente documento acerca das suas virtudes e das suas ideias. Temas como «Angel», «If I Should Die» ou a versão de «Rock’n’Roll Is Killing My Life» (dos Suicide) não ficam nada a dever aos melhores dos Spacemen 3, demonstrando a importância de Sonic Boom (nome inspirado no LP «Boom» dos... Sonics) no interior do grupo autor de «Playing With Fire». A divisão, no entanto, já era patente aquando das gravações de «Recurring», o derradeiro disco dos Spacemen 3, tendo Sonic Boom e a facção que ficou com ele gravado o lado um, enquanto Jason e os seus confrades preencheram o lado dois.
«Recurring», no entanto, pode ser considerado como o álbum que mais se afasta da linha traçada nos outros discos dos Spacemen 3. «Big City», o single que antecedeu a edição do LP, servia como uma piscadela de olho à onda rave então reinante e todo o álbum, especialmente, o segundo lado, apelava a uma atitude que se dirá menos «negativa» e que se vem a consubstanciar no primeiro álbum dos Spiritualized, composto pela facção seguidora de Jason Pierce.
Aliás, «Feel So Sad», a primeira faixa desse último álbum dos Spacemen 3 foi posteriormente editada em single com a diferença da assinatura pertencer aos Spiritualized. A nova banda de Jason, ao invés da de Sonic Boom, os Spectrum, optou por seguir uma direcção mais fácil, sem no entanto poder ser considerada como uma degenerescência do estilo Spacemen 3.
Por seu lado, os Spectrum não cederam um bocadinho que fosse, continuando a utilizar a mesma temática, centrada num misticismo onde chega a ser fundamental uma entoação muito gospel e os habituais órgãos de igreja, bem como a já habitual evasão deste mundo. Paralelamente, «Soul Kiss (Glide Divine)», assim se chama o primeiro álbum dos Spectrum, chega a retomar uma antiga canção dos Spacemen 3, «Lord I Don’t Even Know My Name» e brinda o respeitável público com um tema com duração superior a quinze minutos, «Phase Me Out (Gently)» (o título relembra outra magnífica canção dos Spacemen 3, «Let Me Down Gently»), que pode ser considerado quase um regresso aos primeiros tempos apesar da mais que omnipresente utilização da electrónica, pouco comum nos primórdios dos Spacemen 3.
Se os Spectrum (Sonic Boom, Richard Formby, Mike Stout, Geoff Donkin e convidados) constituem, em comparação com os Spacemen 3, a linha pura e dura, e os Spiritualized (Jason Pierce, Mark Refoy, Kate Radley, Willie Carruthers, Jon Mattock e convidados) optam em «Lazer Guided Melodies» por introduzir algumas modificações no sentido de tornar mais maleável o seu som, os Darkside (compostos pela antiga secção rítmica dos Spacemen 3, Pete Bassman e Rosco, com o novo recruta Craig) no seu terceiro registo, o EP «Mayhem To Meditate», não fazem mais que reeditar alguns dos tiques que tornaram os Spacemen 3 uma banda de culto. Os Darkside alinham uma sucessão de lugares comuns de efeito mais ou menos fácil sem nunca conseguirem atingir a consistência que os seus antigos parceiros alcançaram.
No fim de contas, com o fim de uma banda, ganharam-se três, apesar de nenhuma delas atingir a magia e a electricidade que os melhores momentos dos Spacemen 3 revelavam. É pena, mas é o resultado de decisões em cinco segundos.
Miguel Francisco Cadete

DISCOGRAFIA
Spacemen 3
Sound of Confusion (Glass, 86)
The Perfect Prescription (Glass, 87)
Transparent Radiation EP (Glass, 87)
Performance (Glass, 88)
Playing With Fire (Fire, 89)
50000 Glass Fans Can’t Be Wrong (Glass, 89)
Spacemen 3 EP (Fire, 89)
Taking Drugs... (Father Yod Production, 90)
Recurring (Dedicated-RCA, 91)
Sonic Boom
Spectrum (Silverstone, 90)
Spiritualized
Lazer Guided Melodies (Dedicated, 92)
Spectrum
Soul Kiss (Silverstone, 91)
Darkside
All That Noise (Situation Two, 90)
Melomani (Situation Two, 92)
Mayhem To Meditate EP (Situation Two, 92)





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