Parte 4 –
O Zeuhl À Volta Do Mundo
Nota: Como o Zeuhl é um conceito tão abstracto,
recomendamos vivamente que, antes de ler este artigo, leia os anteriores
(partes 1 a 3). Depois, então, pode ser que tudo faça mais sentido.
Nos três anteriores artigos você leu, sem dúvida, tudo o
que há para saber sobre o Zeuhl, e se este for um tema de interesse para si,
certamente que os leu com atenção redobrada.
No anterior vimos o legado do movimento e, reparámos,
entre muitas outras coisas, que o Zeuhl permeou também o RIO, para além de
outros movimentos.
Mas... e no mundo? Bem, você conseguirá encontrar
referências Zeuhl nos lugares mais improváveis, e existem inúmeras dedicatórias
bizarras ao espírito dos Magma, à linguagem Kobaia e ao Zeuhl em geral. Neste
artigo vamos tentar destilar o interessante e o curioso, numa qualquer forma de
viagem coerente, ao longo do globo.
Suécia
Eu apostaria que o lado sueco Zeuhl provém das bandas RIO
que tocaram em festivais nos finais dos anos 70 e inícios dos 80. Não é surpreendente,
penso, que uma banda ligada aos Samla Mammas Manna tivesse trabalhado neste
campo, apesar dos Ensemble Nimbus não serem realmente uma banda ao estilo dos
Magma, mas sim mais uma moderna e viva inovação do tipo de som Zamla/RIO/Zeuhl.
Um certo número de bandas mais directamente influenciadas
pelo Zeuhl envolve pessoas da editora Bauta Records, como os Kultivator, que
tocavam uma fusão progressiva, do tipo Samla encontra Hatfield com uma forte
dose de Magma, e os Nyrbein que tocavam um certo fusionismo progressivo que
misturava Zamla, Arbete & Fritid, Zeuhl, Henry Cow e muitos mais!
Muitos projectos relacionados com Lars Jonsson (da Bauta,
i.e. Ur Kaos, J. Lachen, Na Margon, Songs Between, etc.) também roçavam este
campo, mas apenas na forma tentada.
Também relacionado com esta trupe está o explorador Zeuhl
sueco mais famoso: Simon Steensland, que toca uma espécie de Zeuhl/RIO de
elevado calibre. O seu LONESOME COMBAT ENSEMBLE traça o cenário com uma mistura
negra de estilos, clássica até rock, embora apenas parcialmente Zeuhl. THE ZOMBIE HUNTER apresenta uma série de
influências e texturas juntas, e está cheio de motivos clássicos negros,
texturas góticas, energia bombástica Zeuhl. Toques de When, J. Lachen, Art
Zoyd, Shub Nigurath, é só escolher, até o carácter complexo e esquizofrénico
dos King Crimson se encontra presente. O mais recente LED CIRCUS é o mais
bizarro, com alguns elementos operáticos estranhos, e uma pletora de novos
ângulos de ataque. Simon trabalhou também com o avantgard Sten Sandell, assim
como com Lars Jonsson. Na realidade todo o recente underground sueco parece
encontra-se interligado!
Ensemble
Nimbus – SCAPEGOAT (CD: Record Heaven RHCD12) 1998
Kultivator – BARNODENS STAGAR (LP: Bauta BAR 8101) 1980
1981 (CD: APM 9201) «+ 2 faixas de bonus 9/6/79 + 1992) 1992
Myrbein – MYRORNAS KRIG (LP: ?) 1980-81 ? (CD: APM 9302)
«+ 2 faixas de bonus» 1993
Na Margon – Death’s Angel (CDS: Bauta BAR 9302) 1993
Songs
Between – Cities & Waterholes (CDS: Bauta BAR 9303) 4/92 1993
Simon
Steensland – THE SIMON LONESOME COMBAT ENSEMBLE (CD: Musea MP 3013.AR) 993
Simon
Steensland – THE ZOMBIE HUNTER (CD: APM 9509 AT) 12/94-3/95 1995
Simon
Steensland – LED CIRCUS (CD: Ultimate Audio Entertainment UAE DISC 11) 1997-98
1999
Ur Kaos – UR KAOS (LP: Bauta BAR 8703) 1987
Ur Kaos
– A TERRIBLE BEAUTY IS BORN (LP: Bauta BAR 9002) 1990
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