Ibérico Nº 3 (houve nº 0)
Verão de 1990
60 páginas
750$00
60 páginas encadernadas com cola em lombada (os números anteriores eram fotocópias agrafadas)
Capa vermelha
... último número do fanzine ... :-(
ver enquadramento deste post aqui.
Direcção
Fred Somsen
Grafismo
Miguel Vieira Baptista
Colaboradores
Miguel Abalroado
António Carvalho
João Correia
Alexandra Costa
Ana Isabel Costa
Rafael Gouveia
Fernando Magalhães
Luís Carlos Manuel
José António Moura
Paula Gomes Ribeiro
Eugénio Teófilo
Miguel Santos
Miguel Somsen
Paulo Somsen
Clara Sanches Valente
Editorial
Mais uma vez eis que o processo de concretização do Ibérico chegou ao fim. Estivemos como que enfiados num casulo opaco durante longos meses, numa derradeira metamorfose, para hoje aparecermos com este visual. Sofremos uma operação plástica quase radical. Adoptámos um figurino neo modernista. Faetámo-nos de pilhar ideias a outros pasquins. Mas mantivemos o essencial, o Conteúdo e os escribas.
Apesar do incontestável apoio que sentimos ter da vossa parte, é um facto que temos tido certas dificuldades. Problemas de recursos humanos e financeiros deram-nos grandes dores de cabeça. Foi tudo resolvido porque o Fred resolveu empenhar as suas míseras economias e o Miguel, depois de algumas contrariedades, optou por colaborar na maquetagem. Enquanto estes três mosqueteiros (queneste caso eram dois), suaram à farta a tirar fotocópias, duplicar cassetes e bater no teclado, o resto da equipa preferiu ficar comodamente "at home" curtindo uma diferente. Trabalhar numa publicação independente é mais ou menos assim. O facto de não haverem regras pré-definidas proporciona anarquia, e esta apesar de ter a sua carga de criatividade, traduz-se em dispersões temporais. Mas é mesmo assim que surgem as alternativas, e eu hoje sinto-me muito honrado por poder asinar, ainda que seja, este memorando. Longa foi a espera, mas alegrem-se pois estamos finalmente de volta, e com ideias de, muito brevemente, vos martelar outra vez...
Paulo Somsen
Joy Of Life
Se à partida o nome não vos diz muito, talvez se sintam mais interessados se mencionar DEATH IN JUNE e CURRENT 93, projectos onde Gary Carey, líder dos J.O.L. já colaborou. Formados em finais de 83, os J.O.L. confinaram-se ao habitual circuito de concertos na zona londrina, de que pouco ou nada há a registar excepto, talvez, o 'line-up' original: gary Carey (baixo, voz teclas), Trevor Martin (guitarra, teclas) Peter Fordham (voz)., Kevin Gregory (bateria), Glenn Fenton (guitarra).
A primeira gravação - o mini-LP "Enjoy" - surge em Julho de 85 na N.E.R., fruto da amizade entre Gary e Douglas P.. O produto final resultou "apenas" num bom disco, sendo ainda notória a procura duma sonoridade própria., onde são palpáveis as influências mais marcantes da banda (Death In June, Joy Division, etc.). O som é ainda um tanto incaracterístico, mas temas como "Another Dream", "Missing Presumed Dead" e "Letter And A Photograph", são já pontos de referência do futuro som J.O.L. Enfim, nada mau para um primeiro registo.
Entre 85 e 88, data da edição do LP "Hear The Children", joga-se muito do futuro do projecto, nomeadamente dá-se a saída de Glenn Fenton nos finais de 85 e a assinatura dum contrato com a italiana Digitalis Purpurea, de que nada resultou, tendo sido os próprios Joy Of Life a pagar o estúdio, sem sequer vislumbrarem a sombra de qualquer edição vinílica. Finalmente em 87, desintilig~encias internas levam a que o projecto se veja reduzido a duo - Gary Carey e Trevor Martin. Em Maio de 89, decidindo-se a criar uma própria editora, Gary recupera grande parte do material anteriormente gravado e edita "Hear The Children" no selo Cadre Records.
Ao que parece o registo passou completamente despercebido na imprensa musical Britânica, o que actualmente parece ser cada vez mais um sinal de qualidade! O disco resultou num dos melhores trabalhos de 88, suficientemente louvado no Ibérico nº 1.
As comparações tornam-se ingratas, mas a constatação é sublime: "Hear The Children" traz-nos à memória velhas recordações, imagens de espíritos Gregos e afins, provando uma vez mais que a fórmula ainda não se encontra gasta e que ainda e sempre, é possível (re)criar.
Os mais cépticos acreditem-me, este é, sem dúvida, um excelente trabalho. 1990? 1991? Esperava-se para breve um novo registo discográfico, que logicamente só ainda não surgiu devido aos habituais problemas de rarefacção de papel moea (bem como a pouca vontade de trabalhar, da parte de Gary e Trevor! - N.R.).
Como certezas apenas podemos adiantar que o projecto continua activo e em busca duma sonoridade mais experimental. Para breve, talvez algumas surpresas. Como é da praxe, e para os habituais interessados, segue-se o contacto e discografia dos Joy Of Life:
Discografia:
- Julho de 85 - "Enjoy" (N.E.R.)
- Maio de 88 - "Hear The Children" (Cadre Records)
Faixas em Compilações:
- 1987 - "Hear The Children" (Machina, A.C.I.02)
- 1988 "Missing Presumed Dead" (Fools Paradise)
- 1989 - "Last Fine Days" (Unknown train Tapes)
- 1989 - "Dead Flowers" ("Welcome To The dreamhouse", Being Cut Tapes BC002)
Colaborações:
- "To Drown A Rose" 10" EP - Death In June
- "Brown Book" LP - Death In June
- "Swastikas For Noddy" LP - Current 93
Contacto:
17, Campion Court, Elmore Close, Alperton, Middlesex, England
Miguel Abalroado
Sem comentários:
Enviar um comentário