21.2.17

DN:música - Série: Os Melhores Álbuns De Sempre (6)


DN:música
Os melhores álbuns de sempre
09 de Dezembro de 2005

[67] GENESIS

THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY



Em 1974, o quinteto essencial dos Genesis edita o seu último disco. Uma ópera rock em 23 actos que entra para a história como obra-prima do progtressivo e canto do cisne de uma das suas mais brilhantes bandas.

TÍTULO The Lamb Lies Down On Broadway
ALINHAMENTO Disco 1: The Lamb Lies Down On Broadway / Fly On A Windshield / Broadway Melody Of 1974 / Cucko Cocoon / In The Cage / The Grand Parade Of Lifeless Packaging / Back In N.Y.C. / Hairless Heart / Counting Out Time / Carpet Crawlers / The Chamber Of 32 Doors / Disco 2: Lilywhite Lilith / The Waiting Room / Anyway / Here Comes The Supernatural Anaesthetist / The Lamia / Silent Sorrow In Empty Boats / The Colony Of Slippermen (The Arrival, A Visit To The Doctor, Raven) / Ravine / The Light Dies Down On Broadway / Riding The Scree / In The Rapids / It
PRODUÇÃO Genesis
EDITORA Atco

A história começa a 20 de Dezembro de 1970. Num anúncio publicado na revista Melody Maker, lia-se: “Guitarrista / compositor imaginativo procura projecto com músicos receptivos, determinado a ir além das formas estagnadas da música actual. Steve 730 2445.” Peter Gabriel gostou do que leu e convidou o anunciante para um ensaio. E assim ficava completo um dos quintetos mais influentes da história do rock. Uma formação que apenas se manteve durante 56 meses, editou quatro álbuns de originais e um ao vivo, mas que ainda hoje permanece objecto de um culto cerrado. Trinta anos depois, há 61 bandas de tributo e imitação, com reconhecimento oficial dos Genesis originais, que procuram reproduzir o som desses dias.
Há uma história colectiva que precede a entrada de Steve Hackett em 1970 e uma outra, bem mais longa, sucede a saída de Peter Gabriel, em Agosto de 1975. Mas foi à volta desses 1701 dias de glória que se construiu o mito. Foram desse tempo quatro registos incontornáveis para a história do rock: Nursery Crime (1971), Foxtrot (1972), Selling England By The Pound e Genesis Live (1973, e o magnífico The Lamb Lies Down On Broadway (1974).
Primeiro álbum duplo no currículo da banda, The Lamb... é a mais mítica das aventuras dos Genesis. Desde logo, por constituir o seu trabalho de maior fôlego e complexidade: estamos perante uma ópera rock que em 23 actos – que somam noventa minutos – canta a história de Rael, um jovem porto-riquenho que vagueia pelas ruas de Nova Iorque. Depois, também, porque a digressão que o levou a palco criou um espectáculo com um grau de elaboração cénica e teatral sem precedentes. Por fim, porque é o último acto criativo participado por Peter Gabriel.
E a partida do escritor, cantor, actor e dramaturgo que era Gabriel significou, para as mais cerradas fileiras da sua legião de militantes, o fim da própria banda. Para esses, este álbum é simultaneamente uma obra-prima do rock progressivo e um requiem pela banda que foi uma das suas mais competentes e bem sucedidas representantes. Outros, pelo contrário, acreditam que o génio ainda sobrevive, ainda que empalidecido, nos subsequentes Trick Of The Tail (1976), Wind And Wuthering (1977), Duke (1980) e mesmo em Abacab (1981), trabalhos que precederam o decisivo colapso pop. Certo é que estamos perante um dos mais fabulosos exemplares do esforço que o rock fez para atingir um patamar superior de elaboração conceptual, um notável exercício de criatividade compositora e talento instrumental que, trinta anos volvidos, permanece actual e surpreendente.
Nuno Galopim







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