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Catálogo
Primavera 1992
Portugal
32 páginas A4, dobradas para A5. Capa e contracapa em cartolina salmão. Restantes páginas em papel normal.
Aspecto muito cuidado.
A maior parte é constituída por notícias (Soltas, Novidades, etc.), depois discos com recensão/descrição, seguindo-se lista de venda e, nas páginas finais, pequenos artigos.
Fica, como exemplo os dedicados aos Death In June, a Peter Frohmader e à editora de cassetes nacional SPH.
Death In June
Formados no início da década de 80, os Death In June sempre tiveram a particularidade de causar algum mal-estar aos seus ouvintes, não só pelas simbologia por si adoptada como pelos próprios textos das composições.
No entanto, não podemos deixar de admitir que o grupo se tornou conhecido por outros factos, além daquele acima referido. Ainda que nos primeiros anos de vida os temas compostos pelo trio não atingissem um grau de inovação importante, o ano de 1984 seria fulcral para a história do grupo, com a edição do álbum "Nada!". "Nada!" viria a ser um disco intensamente ambíguo, pois nele os Death In June não só faziam uso de uma composição sonora vela e muito frágil - consolidando-a com uma mão-cheia de textos violentos e polémicos - como utilizavam um tipo de simbologia que faria com que o público (e alguma parte da crítica) o ligasse a movimentos fascistas.
Com o grupo a ganhar um maior apoio do público (e também maior polémica), o período seguinte seria particularmente duro para a sua sobrevivência, com a saída de alguns membros causando uma óbvia desestabilização. Felizmente, tudo se resolveria pelo melhor, com os Death In June a trnasformarem-se num projecto de um só indivíduo - Douglas P.
Dois anos após esta agitação era a vez do regresso à actividade, com a edição do duplo LP "The World That Summer". Ainda utilizando o mesmo tipo de construção sonora, agora denotava-se uma faceta experimental/obscura mais dominante, devido à presença do maquiavélico David Tibet, dos Current 93. No ano seguinte, outra surpresa, com o lançamento do LP "Brown Book", incluindo ainda a colaboração de Tibet, mas agora ajudado por John Balance (Coil) e Rose McDowell, entre muitos outros.
Estes dois álbuns seriam posteriormente compilados e editados em dois CD's: "The Corn Years" (de 89, posto no mercado ao mesmo tempo que um novo disco de originais, "The Wall Of Sacrifice") e, mais tarde, "The Cathedral Of Tears", este contendo os temas mais obscuros e ainda trechos originais.
À vossa disposição estão agora estes dois CD's - "Nada!" e "The Cathedral Of Tears", no entanto, esperamos em breve importar a restante discografia dos Death In June em formato digital.
Peter Frohmader
É um dos mais inventivos e prolíficos compositores dos dias de hoje, tendo já lançado inúmeros álbuns, cada um com o seu estilo individual característico.
Nascido em Munique em 1958, Peter começou a mostrar interesse na música aos 13 anos. Na década de setenta esteve envolvido em inúmeros estilos musicais, mas foi em 1979 que fundou a sua companhia - Nekropolis - para dedicar-se a sério às suas próprias ideias musicais.
Os seus quatro mais recentes trabalhos (que testemunham uma total adopção do formato digital), mostram um Peter mais maturo, igualmente experimentalista, tal como sempre foi, mas muito mais atraente. Como sempre nos habituou, Peter continua a fabricar as suas composições com material electrónico, mas nestes quatro últimos trabalhos podemos encontrar "paisagens" tão diversas como um quadro negro surrealista ("3rd Millenium's Choice Vol. 1"), uma breve e brusca miniatura mitológica ("Miniatures") ou estranhas composições semelhantes a paisagens agrestes e supersticiosas ("Armorika" e "3rd Millenium's Choice Vol. 2 inc. Alaska").
Podemos em quase todas as obras de Frohmader identificar um tempo ou um lugar, no entanto o compositor insiste no facto de que "todas as minhas inspirações partem da minha própria mente, são totalmente imaginadas por mim. Não existe qualquer tipo de referência geográfica nos meus discos".
SPH
Formada há relativamente pouco tempo, a SPH tem vindo a desempenhar um papel importante na divulgação das sonoridades mais radicais provenientes de todo o mundo. É bem possível que à partida as pessoas vejam pouco interesse numa editora de cassetes, já que ultimamente têm surgido pelo nosso país inúmeros projectos por demais amadores; no entanto poderemos afirmar sem sombra para dúvidas que a SPH segue, em alguns aspectos, a linha de algumas outras etiquetas portuguesas, como a já desaparecida Facadas na Noite e a menos activa actualmente Tragic Figures. A SPH pode, porém destacar-se perfeitamente desses dois projectos, não só pela sua insistência nos sons mais radicais (experimentais, electro-industriais ou mesmo ambientais) mas também por apresentar todo o seu material em embalagens de luxo totalmente coloridas.
Outro aspecto importante é a sua força: até hoje foram editadas cerca de 30 cassetes, mas já estão previstas novas edições no futuro próximo.
A Ananana tem assim o maior prazer em apresentar aos seus clientes um dos mais interessantes projectos editoriais nacionais da actualidade, deixando à sua escolha uma enorme variedade de títulos, desde os nacionais Croniamantal e Ode Filípica (que lançarão um 7" numa etiqueta germânica muito brevemente) aos mais divulgados Smersh, Klimperei, Brume e De Fabriek, ou ainda a outros tantos como Alvars Orkester, Terrorplan, Dopelwirkung, DSIP, Nomuzic ou Sebastian Gandera.
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