autor: Ricardo Alexandre
título: João Aguardela - Esta Vida De Marinheiro - Dos Sitiados À Naifa, A Rasgar A Vida
editora: Quid Novi
país: Portugal
nº de páginas: 222
isbn: 978-989-554-870-5
data: 2011 (setembro)
1ª edição
prefácio: António Pires, jornalista
Ricardo Alexandre é natural do Porto. Director Adjunto de Informação da RTP-Rádio desde Novembro de 2005, coapresenta na Antena 1 o Programa Da Manhã e é autor e apresentador do programa Visão Global. Foi Editor na RTP (2001/2005) e na Antena 1 (1994-2001).
Licenciado em Sociologia pela Universidade do Porto e mestre em Sociedades e Políticas Europeias pelo ISCTE, deu aulas de Rádio na Universidade de Coimbra (2001/2008), bem como em Moçambique, Cabo Verde, Timor Leste e Macau.
Foi enviado especial aos conflitos nos Balcãs, Afeganistão, Timor e Médio Oriente, e também ao Irão, Paquistão, Indonésia, Líbia, Chipre, Irlanda, Estados Unidos, Brasil e Costa do Marfim.
Coautor do livro Visão Global - Conversas para Entender o Mundo, com José Cutileiro. Autor dos livros Por Uma Vida Normal: Era Uma Vez a Jugoslávia, Viver na Intifada e Irão, o país nuclear.
Distinguido com o 1º Prémio de Reportagem Rádio do Clube Português de Imprensa (1999) e Prémio Rádio da Casa da Imprensa (2005).
Autor de vários programas de rádio sobre Música Moderna Portuguesa em rádios locais e regionais nos anos 80, foi fundador e chefe de redacção da revista Ritual e criador das Noites Ritual Rock.
Amigo do João.
Prefácio
No filme de Tiago Pereira «Significado - A Música Portuguesa Se Gostasse Dela Própria» (título inspirado numa frase dita por João Aguradela), Nuno Paulino pergunta: «Como é que se dança Megafone?». A dúvida, pertinente, tem a ver com a dificuldade que é conciliar, musicalmente e depois «coreograficamente», danças do passado com danças do presente.
A mesma dúvida que se poderia pôr em relação aos Gotan Project, a Mercan Dede, aos Ojos de Brujo a Nitin Sawhney, isto é, a muitos outros que tal como o Megafone de Aguardela também vão às músicas (e danças) de raiz tradicional para as lançarem em direcção ao futuro.
A dúvida que, presumo eu, terá tido Ricardo Alexandre ao escrever este livro sobre a vida, amores, afectos e a imensa e variada obra do seu amigo João Aguardela terá sido diferente mas paralela a esta: «Como é que vou ao passado e transporto para o presente (e para o futuro) a vida riquíssima do João?». Se essa dúvida existiu, está mais que ultrapassada: João Aguardela - Esta Vida de Marinheiro é o retrato mais-que-perfeito de João Aguardela como Homem, como Artista e como Amigo.
Fazendo uso da sua memória pessoal - muitas vezes, este livro é também, e bem, sobre si próprio - e entrevistando igualmente as pessoas certas, Ricardo Alexandre traça fielmente o percurso singular de uma pessoa também ela singular, única e irrepetível da (na) música portuguesa. Está aqui, inevitavelmente, a história dos Sitiados, do Megafone, da Linha da Frente e d'A Naifa.Mas estão também aqui outros projectos, embrionários ou em desenvolvimento, em que João Aguardela esteve envolvido: os Hyperactive Child (depois chamados Meteoros, origem remota dos Sitiados), as suas parcerias com músicos dos Clandestinos (principalmente no Bar das Palmeiras, antiga sede do PSR), a banda de um concerto só Johnny Gordony & The Guys ou as jams que ele, Sandra Baptista e amigos faziam em casa por puro divertimento.
Também por isso, , estão neste livro muitos dos cúmplices de João Aguardela nas suas aventuras musicais. Mas também muitos outros, seja devido aos seus empenhamentos políticos, seja devido às várias amizades extramusicais que foi semeando. E, no meio disto tudo, Ricardo Alexandre vai deixando pistas sobre o amor de Aguardela pela música., a dele e dos seus companheiros mas também a dos outros. Pistas que podem servir como um manual perfeito para quem quer começar nas lides musicais ou até já lá está. O relato do que Aguardela sentiu quando viu Tim, o vocalista dos seus ídolos de juventude, Xutos & Pontapés, a cantar com a Resistência o tema A Noite, dos Sitiados, é absolutamente exemplar.
Se houvesse justiça neste mundo, este livro - na verdade - não devia existir. Ou, pelo menos, da maneira que existe. E basta ler um dos apêndices deste livro - as mensagens deixadas por fãs e amigos no site do jornal Público quando da morte de João Aguardela - para se perceber o que isto quer dizer. Mas, como não há, é mais que justo que exista. E que seja exactamente este.
António Pires, jornalista
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