1.9.22

Zoviet France - Syntorama Nº 11 – MAR | ABR | MAI de 1987 - artigo


 


ZOVIET-FRANCE

SOVIET FRANCE é neste momento um dos grupos com mais future dentro do panorama da música experimental. O seu estilo particular de entender a música, a sua ideia acerca da arte, a sua apresentação (de que falarei mais adiante) e a sua filosofia, configuram os SOVIET FRANCE como um dos meus grupos favoritos, a ter em conta a seguir a suas pisadas.

Para a maioria, na qual me incluo, são um grupo fantasma, nunca incluíram créditos pessoais nos seus trabalhos, e em muitas ocasiões nem sequer títulos.

A sua primeira obra foi uma cassete autoproduzida “GARISTA”. A primeira que ouvi, e de onde partiu o meu interesse por eles. Esta cassete possui uma mistura de música primitiva, tratamentos de vozes e ritmos hipnóticos. Não apresenta nenhum tipo de créditos. A sua capa está pintada sobre papel cartonado e foi editada pela sua própria etiqueta, então chamada de SINGING RINGING.





A sua produção seguinte foi editada em 1982 (tal como a cassete) e neste caso é um maxi que nem sequer tem título. A capa é feita de tela de saco, e era aqui que queria chegar, porque todas elas são fabricadas com material reciclável, uma filosofia muito original e particular de entender a arte.

No lado A “RITUAL”, ritmo forte e repetitivo e “MUDBAST BOYS”, utiliza os ecos e a guitarra ácida. No lado B temos quatro temas, dos quais realçaria a guitarra desenfreada de “JI-BOYS”.

1983, edição do maxi “NORSCH”. Capa confeccionada com papel de alumínio. Todos os títulos dos temas giram em torno de NORSH: “NORSCHBAELMAEN”, “NORSCH TAUSS”, “NORSCH VIRANG” e “NORSCH IMIRSCH”. Mistura de ritmos primitivos, tratamentos e ritmos actuais, uma autêntica jóia.

“MOHNOMISHE”, duplo maxi de 33 rotações, é quiçá o melhor deles. Como habitual não possui nenhum título e a capa é feita com dois bocados de cartão duro, presos com uma pequena corda, algo realmente original e artesanal. Música minimal electrónica, ritmos tribais e um sentido realmente sério e eficaz de fazer-te voar, escutar com o volume no máximo. Se todavia não conheces nada dos SOVIET FRANCE, começa por este, e asseguro-vos que vos tirará o sono.

“EOSTRE”, duplo maxi, gravado em 1984. Capa confeccionada com papel pintado à mão, uma verdadeira obra de artesanato. O trance, a meditação, a música profunda e o ritmo são os principais protagonistas. Imagina que uma tribo implora ritos estranhos aos seus deuses. Essa é, creio, a definição que os SOVIET FRANCE querem dar à sua música, a palavra exacta seria RITUAL. “SHOUT THE STORM” será, quiçá, o melhor, de acordo com os pressupostos antes expostos, mas para dizer a verdade, aconselho-vos toda a obra.


“POPULAR SOVIET SONGS AND YOUTH MUSIC” é uma cassete dupla C-90. Quase três horas de música pára escutar com a mente aberta e relaxado. Embalagem em estojo de cerâmica. A caixa contém um pau e uma pena de ave, todo ele lacrado. ZOVIET FRANCE desenvolve um estilo original e brilhante.


NO MAN’S LAND, editora alemã, editou em 1985 um 10” intitulado “GRIS”. Música ritual, repetitiva, visceral e electrónica. “GRIS” num dos lados e “MORESCA, LUFT, SHEKINAH” no outro. Realmente recomendável.





O último publicado é um 12” a 33 RPM intitulado “MISFITS, LOONEY TUNES AND SQUALID CRIMINALS (CHARM, CEREMONY, CHANCE, PROPHECY, PART I)” e uma cassete C-60 intitulada “GESTURE, SIGNAL, THREAT (CHARM, CEREMONY, CHANCE, PROPHECY, PART II).

Os SOVIET FRANCE não têm sido um grupo dado a colaborações, tendo-o unicamente feito para a TOUCH e BAD ALCHEMY (Alemanha).

 

CHARRM

5 WINGROVE ROAD

NEWCASTLE UPON TYNE

NE4 9BP

UNITED KINGDOM

 

Todo o material pode ser obtido através do seupróprio contacto. (Demoram a responder mas não falham). Um dos grupos que mais recomendo.






Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...