28.01.2002 190754
Uma lista
possível de discos de música contemporânea, minimalista, eletrónica, eletro-acústica,
acusmática, etc
dos quais GOSTO MESMO MUITO! Não faço comentários
sobre alguns deles pela simples razão de não os ouvir há bastante tempo.
ANDREI SAMSONOV : Void in (Mute) - Já falei sobre
este disco, recentemente. - 8,5/10
ANDREW POPPY - The Beating of Wings (ZTT, 1985) –
Minimalismo. Original. O 1º (longo) tema tem um crescendo que é o mais próximo
do cântico dos anjos que consigo imaginar, antes da queda. "Do outro
lado" há percussões obsessivas que só obliquamente evocam peças de S.
Reich também p/percussão. Digamos que A. Poppy é um minimalista desalinhado
(chegou a colaborar com os COIL...) - 8/10
ANTHONY MANNING - Chromium Nebulae (Irdial, 1995) -
Compra recente. Vou ter que ouvir com mais calma.
ARNE NORDHEIM - Electric (Rune Grammofon, 1974) - um
mundo de sons particular que seduziu Geir Jenssen - crítica no Y - 8/10
BERNARD PARMEGIANI - Pop’Eclectic (Plate Lunch, 1966
-1973, 1999) - Colagens, música concreta, um sentido lúdico ímpar. Crítica no Y
- 9/10
Do mesmo compositor - o monumental “De Natura Sonorum”,
"pai" de toda a eletrónica actual, cuja edição definitiva bou buscar
na próxima 4ªfeira, à VGM!... O nascimento da música - 10/10
CHRISTIAN ZANÉSI - Stop! L’Horizon . Profil-Désir .
Courir (Ina.grm, 1990) – manipulações em computador e tape típicas da ina.GRM.
Abstração pura. O prazer do som. Espaço. Exige boas aparelhagens de reprodução
para tirar todo o partido do jogo de pormenores... - 8;5/10
- Arkheion (Ina.grm, 1996) – Menos conseguido. As
colagens insistem na utilização de vozes (de Stockausen e Pierre Schaeffer),
tratadas. - 7,5/10
CONRAD SCHNITZLER & JÖRG THOMASIUS - Tolling
Toggle (Fünf und Vierzig, 1991) – Um clássico da música
industrial/contemporânea. Dois alemães de cenho cerrado, armados de maquinaria
pesada que aligeiram de quando em quando com interlúdios acústicos (cordas,
sopros, etc). Schnitzler é um dos nomes mais importantes da electrónica alemã
de sempre. Fez parte dos KLUSTER e dos primeiros TANGERINE DREAM, antes de
encetar uma vastíssima carreira a solo que o levou até à tal eletrónica
erudita... - 8,5/10
DANIEL TERUGGI - Syrcus/Sphaera (Ina.grm, 1993) –
Mais abstrações made in ina.GRM. Neste caso com ênfase nas percussões eletrónicas
elaboradas num sistema especialmente criado para o efeito. - 8/10
DAVID BEHRMAN - Leapday Night (Lovely Music, 1991) –
Inclassificável. Loops digitais. Deformações progressivas. Ondas de frequências
em permanente mutação. - 8,5/10
EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH - The Köner Experiment
(Mille Plateaux, 1997) – com Thomas Koner, o homem dos "silêncios
polares" de "Nunatak Gongamur"
- Millenium Music, a Meta-Musical Portrait
(Atavistic, 1997) – O som comestível, cru, brutal, carnal, apelativo . o mundo
da pré-história traduzido em massas sonoras igualmente primitivas. Os EAR são
uma das bandas mais importantes da eletrónica actual. - 9/10
HARALD WEISS
1794 - Die Anders Paradies (Gingko, 1995) – Imaginem
o universo dos POPOL VUH num contexto contemporâneo. A magia das civilizações
ancestrais contida em sinfonias para percussão e eletrónica. - 8,5/10
INGRAM MARSHALL
0926 - Three Penitential Visions/Hidden Voices
(Elektra Nonesuch, 1990) - 8/10
- Alkatraz (New Albion, 1991) – 8/10
Piano e eletrónica austera. Sombria. Marshall é
obcecado pelo ambiente das prisões. Há pormenores e sons assustadores, como a
gravação do ruído da porta principal de Alkatraz a fechar-se...
ISTVÁN MÁRTA - Támad Aszél (The Wind Rises)
(Recommended, 1987) – Compositor húngaro importante. Outro mundo à parte.
Referências étnicas, cânticos obscuros, eletrónica ora "naif" ora
rebuscada. 8,5/10
JOCELYN ROBERT
1051 - Folie/Culture (Recommended, 1991) – Quase silêncio.
Ar puro. Muita luz. Eletrónica como pássaros ou insectos. Longos intervalos sem
qualquer som, interrompidos por "found sounds" da rua, de uma
floresta, de uma janela aberta... - 8/10
- La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993) - o
oposto. Corrente elétrica a passar. Zumbidos e curto-circuitos. Infatigável.
Pode constituir uma experiência auditiva algo dolorosa...
KLANKRIEG
- Radionik (Cling Film, 1999) – Crítica recente no Y
- 8/10
KONRAD KRAFT
- Alien Atmospheres (Elektro-Smog, 1996) – Outro
clássico - desconhecido. Programações de arame farpado, cimento e metal.
Computações abrasivas, esmagadoras. na linha de uns L@N, mas mais "composto"
e trabalhado. - 9/10
MANUEL GÖTTSCHING
- E2-E4 (Racket, 1984) – Um único tema de 50 min que
leva o termo minimalismo ao absurdo. Manuel Gottsching constrói com a guitarra
e eletrónica "schulziana" um mantra infinito onde, sem o devido
cuidado, nos podemos perder. Claro que, se ouvido de ânimo leve, pode soar
apenas repetitivo... - 8/10
MICHAEL WINNERHOLT
- Tjugofyra (Multimood, 1995) – Pequenas e saborosas
vinhetas em sintetizadores analógicos, algures entre uns Cluster nórdicos
(Winnerholt é sueco...) e uma pesquisa de contrastes - gotas, pequenas sirenes,
placas em colisão, falsos loops em carrocel... - 8/10
MICHEL REDOLFI
- Desert Tracks (Ina.grm, 1988) - 8,5/10
- Appel d'Air (Ina.grm, 1993) – 9/10
A música de Redolfi captura a Natureza. "Appel
D'Air" leva-nos numa viagem sobre o planeta ensinando-nos a ouvir o vento
e o segredo dos átomos. Outro clássico. - 9/10
Continua amanhã :)
FM
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