4.4.23

Jorge Lima Barreto - "Solo Sobre Vítor Rua" (artigo de JLB sobre VR na revista anarquista A Ideia #30-31, 1983


Jorge Lima Barreto

Solo sobre Vítor Rua

Este meteórico músico Português é um talento precoce que caminha na via láctea dos sons, estrelando de melodias misteriosas o horizonte provável da música do mundo: Vítor Rua.

Analisar a sua música é descrevê-lo em acção, inebriar-se com a sua persona introvertida (intimista por natureza) é perceber que todas as estratégias da sua vida são assumidas em função do seu único e verdadeiro amor: a guitarra. Podemos falar das suas guitarras eléctricas inspirados na tensão com que as toca, as acaricia ou as erotiza como que fazendo transparecer através delas todo o seu sentimento: há a «Morris» que usou em CTU/TELECTU que é versátil e mesmo adúltera (com ela pode Vítor Rua fazer tudo desde um baixo pontilístico ao fraseado insinuante e melódico até aos experimentalismos mais ousados).

Na «Gibson», da qual se orgulha ser model usado por John Abercombie, fez correr os seus dedos delicados (toda a mão é fina e frágil, apenas a força de ser lírica); escalas mas escalas e outras escalas, escalando os domínios da sabedoria musical, até ao momento em que o gesto será perfeitamente o resultado da ideia musical. Nesta praxis, ele torna o trabalho no deleito da aprendizagem (de manhã inundado de sol, à tarde iludido pela solidão e à noite envolto no sonho).

É também um exímio guitarrista baixo; aqui embrenha-se no funky, marcado de límpidas rítmicas isocrónicas, expurgando timbres arrojados e viris; inultrapassável na sua qualidade, muito americano.

A «Jaguar» (Fender), um instrumento apreciável pela raridade e pela leveza, monopolizou o seu saber: parece-nos, ao vê-lo tocar, que a conhece desde a sua existência, a mão segura no braço em subtis movimentos e a palheta tacteia evanescente pelas cordas, enunciando frases, figuras, notas simples, uma empatia tal que pensamos que a guitarra é uma extensão física do seu corpo magro e aristocrático.

Os olhos negros, brilho de inteligência, contemplam viciosamente a «Dom de Louise» uma lito-slide-guitar, oferecida pelo seu maior admirador, que foi feita à mão por um expert de Brooklin e é peça única: um amplificador primitivo, as armações em porcelana branca e uma pedra-mármore polido a servir de corpo. Obra artesanal para as elocubrações electrónicas do Vítor; esperam-se daí milagres como estamos certos que a ciência deste solista irá oferecer-nos o luxo computacional na «Roland» com sintetizador. Embora Vítor Rua experimente sintetizadores variados (tem um fraco pelo electrónico realizarão todas as suas ficções. A «Roland» é um plano realizado em «Belzebu» (Jorje).

De tez cigana o Vítor Rua lembra, e a propósito de encarnações, uma metempsicose alucinada de Django cujo mundo ambiente são os contos electrizantes dasa aparelhagens (o misturador, os amplificadores, o rockman, os auscultadores, o equalizador, os gravadores, as cassettes e os discos – enfim, a parafernália maravilhosa da música contemporânea. Hoje Boulou Ferré magnetizou este manouche Vítor como um íman sobre limalha de ferro.

Catalogado, apressadamente como músico pop (os seus êxitos adolescentes do «GNR», os serviços prestados em favor de quase inevitáveis oportunismos) Vítor Rua situou-se na cimeira da pop nacional e projectou a sua autoridade de líder na estética do rock (a eminênciaoculta de «avarias», os arranjos pertinazes de «INDEPENDANÇA») até culminar a carreira em «TELECTU», onde se excede no artifício dos experimentalismos e na virtuosidade das dobragens, obra que ele considera cumular a sua criatividade no rock. Mas o Vítor Rua é insatisfeito, a sua ambição não pode ter fronteiras (para quê as fronteiras se ele é tido como o melhor solista do rock português?) quer abolir com os convencionalismos (porque não, se ele levou ao extremo uma estética pop?) e não hesita: inicia já neste crepúsculo magnífico de adolescência o incêndio do convencional e a beleza da maturidade elabora uma síntese intelectual de todos os desejos de infância.

É a sua idade de ouro: filigranas preciosamente elaboradas pelos seus dedos, arte sonora que vibra das cordas, habilidades electrónicas que a curiosa esperteza congemina; fios que entram num aparelho e surgem noutro, plugs e jacks, pequenas magias, insignificantes segredos que subentendem a idiossincrasia dum estilo. Nestes inventos edificam os grandes solistas a sua marca musical – por isso, os músicos medíocres (falsos músicos, logo a música é uma verdade) não trabalham na própria linguagem apenas se divertindo em decalcar os outros, utilizando o que a tecnologia lhes apresenta, plagiando o que está feitio.

Vítor Rua, mesmo quando se comprometeu com a música ligeira, nunca copiou ou extirpou o trabalho alheio: donde o imenso sentimento de frustração e erro ao analisar esse compromisso, jamais assumido, mas a certeza da criatividade não poderá permitir de futuro qualquer espécie de prostituição.

É um juramento que Vítor Rua fez perante a música e depois dum concerto de Derek Bailey, na «Kitchen», New York.

Havia sido na «Kitchen» que se revelou também o seu ídolo: Robert Fripp. Numa fase em que Fripp condena as suas ideias musicais so sistema «Frippertronics» e se recusa a tocar para mais de 250 pessoas, admitindo dez iluminados como assistentes e acusa o regime do rock com o epíteto de desportivo. É este Fripp que o seduz. Foi este Fripp que o avassalou no concerto King Crimson do Restelo.

Desde essa noite entre espectadores promíscuos de circo romano ele aderiu à luta de Spartacus e pôs termo à alienação a que os sedentos de vedetismos televisivos, os comerciantes do som, os empresários ávidos de lucro o haviam querido condenar.

Vítor Rua revelou-se ao ouvir Robert Fripp.

É um ser hiper-sensível, muitas vezes amedrontado com a saúde, pacifista e duma generosidade que raia o prodigalismo.

Foi manipulado pelos interesses da mais-valia, mas nem foi a «consciência política» nem a «raiva insana» que o fizeram tomar uma posição: só podia ser um grande guitarrista a motivá-lo: Robert Fripp. Vítor Rua só pode ser sensibilizado por um músico, ou por alguém que estude música. Fripp apontou-lhe não só a nova semiologia do rock mas também lhe forneceu os elementos necessários para uma disciplina musical. O Vítor ouve diariamente os discos de Fripp, procura arduamente repetir as suas frases, estuda atentamente o ataque das notas, investiga estupefacto a sistematização rigorosa deste mestre da guitarra eléctrica, sonda com avidez o contexto metódico, extasia-se perante a genialidade do modelo. Gosta de tomar café no Penguin Café ouvindo a Orchestra local.

Vítor Rua havia tocado blues com a «King Fisher Band» ainda muito novo e Jimi Hendrix catapultou-o para a realidade psicadélica do rock. Houve unitemas a marcarem ancestralmente a sua técnica: os «Yes» ou os «Pink Floyd». Depois a revolução da New Wave fê-lo aderir à nova tecnologia do rock e os «Talking Heads», «Joy Division», os «Devo», os «Sparks», David Bowie, o «Disco Sound», estão como mais significativos, embora um a um sejam contestados pela sua própria evolução, mesmo levados até ao desprezo ou à indiferença.

 

Lições clássicas fugazes deixaram-lhe o conhecimento do dedilhado da guitarra erudita e a nominação de alguns compositores estereotipados pelo ensino académico.

Então e após o seu êxito com «INDEPENDANÇA» passa a tratar do progresso estilístico o que o leva a ultrapassar significativamente as directrizes iniciais do seu próprio grupo «GNR». Neste clima de tensões pessoais muito fortes, nem uma só vez o vi exasperado com os concorrentes do rock nacional. Ao contrário das estrelas cadentes (cujo brilho ofusca as mentalidades mais pobres) Vítor Rua não adere ao regime mercantilista que vigora localmente; qualquer dessas microcósmicas «vedetas» ao vê-lo de imediato o reverencia; até porque não é possível nenhuma hostilidade pessoal. Ele está verdadeiramente acima desse nível que os media (TV, Rádio, Jornais, Discos) impingem às massas e está assim sem elitismos repressivos porque já viveu essa realidade entre os considerados melhores e numa idade pouco comum.

Trabalhou um «GNR» táctico para o festival de Vilar de Mouros e angariou com «Anar Band» o primeiro prémio na Bienal de Vila Nova de Cerveira em contacto com performers e artistas plásticos no atelier musical do projecto «TELECTU».

Ash Ra Temple, melhor: Manuel Gotsching seduziu-o de forma totalitária; o regime melódico das repetições indu-lo a ouvir as escalas repetitivas americanas de música erudita. Steve Reich e Terry Riley interessaram-lhe de sobremaneira.

A rotura com a pop estava instaurada.

Ralph Towner, Metheny, Ryptall e a escola dos virtuosos neomelodiastas da guitarra interessam-lhe cada vez mais. Ouvira Tony Conrad e John Surman, este repetitivos esquisitos.

O Jazz insinua-se com Jim Hall, Joe Pass, Gabor Szabo, Mahavishnu, Coryell e tantos outros; mas é no contacto directo com grandes músicos (ele esteve ao lado de Cecil Taylor, Ed Blackwell) que o cativa em definitivo.

A repetição como estrutura estilística é um novo passo a dar pelo artista.

Já em Steve Hillage interessa-lhe o fraseado da repetição, unidas melódicas obsessivas ou discursos de conexão com obstinados e rasgos de improvisação (e aqui estão Harsall, Zappa, Hendrix, Eno ou os progressive lisergicamente projectando os delírios electrónicos nos rituais da guitarra, e o seu maxime: Robert Fripp).

Escutou atentamente música electrónica (de Stockhausen, Bério, Xenakis) para parâmetro de organização das escolas sonoras, sempre resultantes do solo de guitarra.

O Free-Jazz (Ornette) libertou-o de noções restritivas do tonalismo e a etnográfica (indiana e africana) salvou-o da imbecilidade binária da pop ou do infantilismo tonal do rock ligeiro. A escola da GRM de Paris dominou o critério sonoro.

Para o deliciar fale-se em Ash Ra ou Fripp ou Hendrix ou Hillage ou Bellow ou Frith (ele não se interessa muito por Clapton ou Page e abomina Alvin Lee e todo o hard rock, bem como exacra visceralmente o folk ou a canção ligeira ideológica).

A produção discológica apaixona-o. No estúdio discorre musicalmente entre as consolas, experimenta efeitos electro-acústicos e grande parte do seu êxito discográfico deve-se ao conhecimento empírico dos estúdios. Neste prisma do saber, Vítor Rua segue Eno e Rundgren para trabalhar a tessitura das vozes, estruturar as misturas, os replayings e as escalas disco-sound não lhe são alheias. O Free-Jazz tornou-o mais louco, arrebatado, sensual/frenético.

Esse empirismo é sobrepujado pela lógica improvisativa dos solos de guitarra. O destino da sua música está na guitarra e nos diálogos que a guitarra possa fazer com outros instrumentos (sintetizadores e caixas de ritmo têm a preferência).

Leão ou Caranguejo isso depende dos critérios astrológicos limítrofes. O seu corpo magérrimo de Cristo ou Mahatma é um fulcro impressionante de energia musical sempre produzido, em inovação constante.

Quando o pensamos abstraído, é por certo uma abstracção musical que o arranca à realidade. Muito reservado e calmo, inesperada loquacidade, esporadicamente eleva-se em psicotropia que excitam o seu ser sensível e levam a imaginação aos abismos da loucura. Tal um solista tribal, encara a música como uma imanência estupefaciente da realidade sonora.

Na nossa vagem a Nova York visitou, como disse, o oráculo da música contemporânea improvisada: a «Kitchen»! Aí ouviu e viu Derek Bailey Company. Bailey impressionou-o na música contemporânea improvisada para guitarra. Pessoalmente conotou as libertinagens deste virtuoso, a capacidade de criar dissimetrias rítmicas e explorar experimentalismos tímbricos.

Se Fripp o tornou um escravo revoltado, Bailey deu-lhe as armas da revolta. Mas talvez mais poderosa ainda foi a influência de Fred Frith, que na «Kitchen» fazia parte da Bailey Company. O prospecto da Company, distribuído à entrada, incutiu nele a ideia de poder um dia tocar junto a estes músicos. Frith surgiu com o seu arsenal home made, instrumentos artesanais, entrados sobre uma desmontagem virtual da guitarra que se extrapolava de um instrumental de percussão. Os discos de Frith, então, tornavam-se oráculos perante os quis Vítor Rua exercita a sua alma musical, beliscando com a palheta as cordas das suas guitarras, em emulação.

Como compositor é intuitivo. Conhecendo apenas rudimentos da musicografia (que o tempo irá transformar em ciência) tem para os eus modelos, os Faust, os Kraftwerk e a Penguim Café Orchestra (não escreveu Satie para orquestras de café?), Monk, Ellington, certa Soul Music; paradoxalmente não perfilha a estética de Zappa mas seduzem-nos os hits da história do rock (e agora do Jazz). Uma sinalética aberta (Cage) fundamenta «Belzebu» como escrita minimal, periódica.

Podemos situá-lo, como português e improvisador solista, na senda de Paredes ou Sarbib e estamos na espectativa do seu futuro apocalíptico.

Poder-se-á falar de um músico com apenas 21 anos de idade? Porque não se Mozart aos 6 jera já um notável compositor ou Charley Christian, que morreu com 22 anos?

A sua obra discográfica tem perceptíveis aberturas de talento em «Independança» GNR e fantásticas invenções tecno-melódicas em «Telectu Ctu», que faz desfilar os melhores solos da história do Rock em Portugal.

O caminho está rasgado entre o prazer da música (Rock ou não rock) e a força interior anima todos os gestos da forma musical.

Conheça-o quem o quiser amar.

 

P.S. – Agosto de 1983 –

 

A escrita desenvolveu-se em Telectu numa grafia deveras original. Qualquer guitarrista electrónico tem obrigação de consultar os esquematismos musicográficos de Vítor Rua da obra «Belzebu».

Agora pratica quase exclusivamente na Roland 808, no sentido de sobredeterminar a fase das guitarras acústicas electrificadas.

Num complexo regime minimal-repetitivo, que se filia na escola de Robert Fripp, arqueologicamente em Hillage, este guitarrista instaurou já uma sonoridade singular num fraseado económico, sintético, arrebatamento visceral.

Apoiando-se em esquemas repetitivos, regulares, dos fundos do sintetizador, Rua liberta-se em improvisações que merecem uma cuidadosa atenção e onde um jogo de tecnicismos electrónicos vanguardistas subscrevem a progressiva alteração melódica, impondo mesmo um novo conceito de melodia.

A escrita, por ele adoptada, garante que esse sistema de improvisação, constituído por unidades sonoras electrónicas, se perpetue como uma possibilidade, entre outras, de criação sonora.

O rock está bem longe; novos mitos, novos ritos: Reich, Riley, Glass estão sempre a girar, repetitivamente, no prato do gira-discos.

Esta situação obrigou-o também a uma revisão radical dos métodos de interconexão eletrónica da diversificada aparelhagem sonora.

Na Roland 808 Vítor Rua distanciou-se do pelotão de guitarristas nacionais e isolado elevou a sua música a um estatuto só reconhecível por um público exigente, que escasseia neste país.

Na Roland 808 é simultaneamente, um técnico de som e um improvisador e tornou-se possível o surgimento em Portugal, paralelamente a Carlos Zíngaro, da música minimal repetitiva.

O projecto de Telectu define perfeitamente essa linha evolutiva de sintaxes repetitivas improvisadas (em Ctu Telectu) para uma linguagem paradigmática repetitiva (Belzebu) até um regime de valores minimais repetitivos, que a prática amadureceu, para o plano do disco futuro «off-off».

P.S. – Numa luta aberta e decidida contra o fascismo (na persona do administrador da Valentim de Carvalho que decidiu despedi-lo: ou ele tocava música ligeira e lhe dava lucro ou não interessava a «música», rua com o Rua), grava Telectu/Belzebu na única editora independente portuguesa.

Também de frisar, e após um contacto fundamental com António Palolo, a pluridisciplinaridade do discurso (música/vídeo), em que utiliza processos de sincronia, contiguidade e colagem, concomitantes à música minimal periódica.









A IDEIA anartista

N.º 30-31 TRIMESTRAL 170$00 OUTUBRO 1983

120 páginas

 

A IDEIA – revista de cultura e pensamento anarquista

Director e Proprietário: João C. O. M. Freire.

Redacção e Administração: Apartado 3122 – 1303 Lisboa Codex – Portugal

Execução Gráfica: Gráfica 2000, Cruz Quebrada.

Editores: João Freire, Maria G. Oliveira, J. Paulo Oliveira, Teresa Silva, M. Alexandre Lousada e Conceição Vieira.

Colaboradores permanentes: Domingos Amaro, Manuel A. Oliveira, Rogério Souza, Carlos Reis, José Francisco, Artur Modesto, J. M. Carvalho Ferreira e Miguel Serras Pereira.

Correspondentes: Santarém – José M. Leandro; Porto – Pedro Almeida; Inglaterra – Claude Moreira; Brasil – Edgar Rodrigues.

Capa e arranjo gráfico: Vasco Rosa

Coordenaram este número: Hermínio Monteiro, João Freire, Manuel P. Silva, M. Alexandre Lousada, Miguel Serras Pereira e Vasco Rosa.

Distribuidora: Dijornal, R. Joaquim António de Aguiar, 64-2.º - 1000 Lisboa – Telefones 657550 – 657450 – 657870.

Condições de assinatura: Assinatura anual (2 números duplos) – 300 Escudos; Assinatura de apoio – 400 Escudos ou superior; Estrangeiro – 300 Pesetas / 20 Francs F. / 5000 Lire / 2 Pounds / 5 US Dollars.

Nº de Depósito Legal: 3276/83

Nº de Reg. Título: 104197

Nº de Reg. Prop.: 207384

 

A IDEIA Anartista 30-31 Índice

Alberto Pimenta / Acerca da poética ainda possível / 7

Eduardo Colombo / Do Desejo À Utopia / 12

Kenneth White / Notas sobre o pensamento anarquista / 27

Marianne Enckel / Digressão inacabada sobre o movimento perpétuo / 30

Nuno Félix da Costa / A fotografia e a perversão do olhar / 35

Alexandra Vasilikian / Teoria de uma exposição / 40

Pedro Borges / O cinema ou o espelho que cega / 44

Fiama Hasse Pais Brandão / História: o direito á alucinação / 46

Susan Margaret Brown / O banqueiro anarquista ou o poeta anarquista mascarado? / 49

Mário Cesariny / Carta do Shaman / Nomenclatura para depois do último Katun / 55

Fernando Alves dos Santos / Jogo / 56

Miguel Serras Pereira / «El Angel Exterminador» / 57

António Maria Lisboa / Quatro Poemas / 58

Mário Cordeiro / Em maio… / 60

António Macedo / «Mágico do Tempo…» / 61

Isabel de Sá / A tarde falecia… / 62

Rogério José / Viagens / 64

Manuela Silva / Apocalipse, Agora / 65

Aura Amaral / Era maio… / 66

Gabriel Bonito / À Tona de Água / 67

José Bebiano / Duas Cartas de Para Cá das Aves III / 68

Eugénio de Andrade / Rosa do Mundo / 69

Eduardo Guerra Carneiro / Ano Novo, Vida Nova / 70

Helder Moura Pereira / Claroescuro / 72

Manuel Hermínio Monteiro / Semana Santa… / 78

Joaquim de Oliveira Caetano / Três Cartas de Beja / 80

Mário Cláudio / In extremis ou elegia a Rudolph Valentino / 81

Maria Carlos Radich / Bárbara / 84

José Dinis Fidalgo / Olhos gaios / 88

Regina Louro / O carro do lixo passa às sete da manhã / 94

Almeida e Sousa / Linhas do horizonte / 98

Jorge Lima Barreto / Solo sobre Vítor Rua / 101

António Brandão Moniz / Santos Barros: poeta da minoria / 107

Evocação:

Edgar Rodrigues / José Oiticica / 111

Maria da Conceição / Ferreira de Castro / 113

Miscelânea / 114

 

Desenhos de

António Palolo, Pedro de Sousa, Mário Botas, Jean-Jacques Dauben, Ilda David, Isabel de Sá, Manuel Rosa e Graça Martins
















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